sexta-feira, 10 de julho de 2009

Uma rádio a serviço das lutas populares

Neste mês de julho, o Jornal Brasil Atual, transmitido diariamente nos 98,1 FM da Rádio Terra de São Paulo, completa seis anos de programação de alta qualidade. Ele apresenta reportagens ao vivo, entrevistas, noticiário local, nacional e internacional e programas especiais, com destaque para temas relacionados ao mundo do trabalho, aos movimentos sociais e à cultura brasileira. Ele conta com o apoio de inúmeras entidades – Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Carta Maior, Caros Amigos, Observatório Social e Oboré, entre outras.

O Jornal Brasil Atual é dirigido pelo experiente jornalista Colibri e é coordenado por Terlania Bruno. Na edição de hoje (10/7), por exemplo, ele entrevista o ex-deputado Aldo Arantes, que comenta o início da “Operação Tocantins” de busca dos corpos dos guerrilheiros do Araguaia; já o jornalista Beto Almeida, da direção da Telesur, analisa a revolta contra o golpe de Honduras. A rádio também possui vários colunistas, que tratam da “defesa do consumidor”, “meio ambiente”, “saúde do trabalhador”, “questão de gênero” e “coisas do Brasil”. Numa delas, “O outro lado da notícia”, faço criticas às manipulações da mídia. Publico abaixou as três mais recentes.

As homenagens ao Plano Real

Nos últimos dias, os jornalões decadentes e as redes privadas de TV têm feito grande alarde para “comemorar” o 15º aniversário do Plano Real. O rejeitado FHC tem sido bajulado por articulistas e âncoras de TV, sendo apresentado como o “salvador da pátria”, que “estabilizou a economia e derrotou a inflação”. O ex-presidente Itamar Franco até saiu da moita para criticar a excessiva exposição do seu ex-ministro e para se assumir como o autêntico “pai do Real”. A exagerada exposição tem nítidos objetivos eleitorais. Tanto que o governador José Serra, que nem era muito favorável ao Real, mas hoje é o presidenciável tucano, também ganhou os holofotes da mídia.

Mas o Real não foi toda essa maravilha pintada pela mídia. Ele trouxe enormes prejuízos para os trabalhadores. A estabilização conservadora da economia causou recordes de desemprego, brutal arrocho de salários, explosão da informalidade e o desmonte das leis trabalhistas. Ela foi imposta com base na privatização criminosa das estatais, na abertura indiscriminada da nossa economia, na desnacionalização das empresas e na mais descarada orgia financeira. O Brasil se transformou no paraíso dos rentistas, dos especuladores. Tanto que nas eleições de 2002, FHC foi rechaçado pelas urnas, o que evidencia que o povo brasileiro, diferentemente na mídia venal, não esqueceu os efeitos destrutivos e regressivos do Real. A mídia omite e manipula, mas o povo não é trouxa!


Golpe militar em Honduras

A brutal e ilegal deposição do presidente Manuel Zelaya de Honduras, na madrugada de 28 de junho, causa calafrios nos latino-americanos, incluindo os brasileiros. Ela lembra o período dos golpes militares e das ditaduras sanguinárias no continente. Exatamente por isso, ela precisa ser rechaçada pela sociedade. O povo hondurenho tem saído às ruas todos os dias, em manifestações gigantescas, para condenar os golpistas. Tem enfrentado a violenta repressão dos gorilas, que já causou dezenas de mortos e feridos. O povo hondurenho necessita da nossa ativa solidariedade. É urgente se indignar e despertar, não aceitando as manipulações da maior parte da mídia.

Alguns blogueiros trogloditas da Veja tem defendido os fascistas. Já a CNN, poderosa emissora dos EUA que transmite para bilhões de pessoas no mundo, tem procurado relativizar o golpe, exibindo manifestações da elite branca hondurenha e atacando o presidente democraticamente eleito. Não há como atenuar o papel destes golpistas. Eles são fascistas, assassinos e racistas. O ministro golpista de Relações Exteriores, Ortez Colindres, reagiu às criticas do presidente Obama com a seguinte frase: “Esse negrinho [Barack Obama] nem sabe onde fica Tegucigalpa, a capital de Honduras”. A frase racista indica o desespero dos golpistas, cada vez mais isolados no país e no mundo. É urgente ir às ruas para gritar “fora os golpistas de Honduras”.


Visita do ministro-terrorista de Israel

Está agendada para final de julho a visita oficial ao Brasil do ministro de Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, um fascista assumido. Criador de um partido de ultradireita, defende o extermínio de palestinos e a invasão de países vizinhos. Já chegou a propor que os milhares de prisioneiros palestinos fossem afogados no Mar Morto. Cínico, ofereceu ônibus para transportá-los. Em dezembro de 2008, ele defendeu o uso de armas químicas e nucleares contra a Faixa de Gaza, dizendo que seria “perda de tempo usar armas convencionais. Devemos jogar uma bomba atômica em Gaza para reduzir o tempo de conflito, assim como os EUA atacaram em Hiroshima na Segunda Guerra”. Em junho de 2009, ele ameaçou “transformar o Irã num aterro”, através do bombardeio com armas nucleares. Lieberman é um monstro, semelhante aos carrascos nazistas que dizimaram o povo judeu. Ele também está envolvido em inúmeras irregularidades. Inclusive já foi processado por ligação com o crime organizado, como a Máfia Russa e tráfico de drogas.

Vamos ver qual será o comportamento da mídia. Em maio último, ela fez um escarcéu contra a visita ao país do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que estava agendada há meses para assinar vários acordos comerciais de interesse dos dois países. A TV Globo deu destaque a um pífio protesto da comunidade israelense no Rio Janeiro. Alegando compromissos eleitorais, o governo iraniano cancelou a viagem na última hora, o que foi festejado pela mídia colonizada, ventríloqua dos interesses imperiais dos EUA. Na seqüência, a mesma mídia divulgou mentiras sobre fraude nas eleições no Irã, que garantiram 64% dos votos a Ahmadinejad. Será que agora ela também fará um escarcéu contra a visita de Lieberman. Será que noticiará os protestos contra sua visita? É bom acompanhar atentamente para ver se ela apóia o carrasco israelense.