sábado, 25 de setembro de 2010

Ato vibrante pela liberdade de imprensa



Reproduzo artigo de João Franzin, publicado no sítio da Agência Sindical:

Desde os eventos de resistência à ditadura, o auditório Vladimir Herzog, no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, não recebia tanta gente. O ato contra “o golpismo da mídia e por mais liberdade de imprensa”, na noite da quinta (23), lotou todas as cadeiras, todas as laterais, todos os espaços do auditório, o corredor de acesso ao plenário e as escadarias.

Muita gente teve de ficar do lado de fora, ocupando as duas calçadas da rua Rego Freitas, em frente ao Sindicato, no Centro de São Paulo. O responsável pela iniciativa, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé calcula em mais de 300 pessoas presentes ao evento.

O ato contou com um grande número de jornalistas, quatro Centrais Sindicais (CUT, CTB, Nova Central e CGTB), vários Sindicatos, partidos (PCdoB, PSB e PDT), além de entidades do movimento social, como o MST, e ligadas à democratização da mídia, como a Altercom, que reúne os pequenos empreendedores da comunicação.

Altamiro Borges, jornalista, escritor e coordenador do Barão de Itararé, conduziu os trabalhos, ao lado de José Augusto Camargo, presidente do Sindicato dos Jornalistas. Foi Altamiro quem leu o documento “Pela mais ampla liberdade de expressão”, com a tomada de posição das entidades e quatro pontos estratégicos, aprovado por aclamação.

Lágrimas

O clima no auditório Vladimir Herzog, palco de grandes lutas por liberdade e contra a repressão, era de otimismo e muita emoção. Emoção que encheu de lágrimas os olhos de várias pessoas no momento da fala de deputada e ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina. Para a parlamentar socialista, “os donos da mídia estão tentando uma reação macartista e histérica”. E justificou: “Eles sabem que a sociedade não aceita mais uma mídia que só reflete a voz do dono; eles não se conformam que o governo do primeiro presidente operário esteja dando certo”.

Hino

Alguém da platéia iniciou o canto e o auditório, em peso, entoou, com firmeza e muita emoção, o Hino Nacional Brasileiro, encerrando o ato.

Sindicato

Com o evento da noite de quinta (23), o Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo reafirma a própria história e se recoloca no centro do palco das grandes lutas democráticas da sociedade brasileira.

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2 comentários:

Betotelles disse...

Que contraste, defesa da liberdade e democracia e por outro lado e o editorial de declaração de voto do Estadão que parece escrito por um legítimo Skinhead.

strupicio disse...

A pergunta que não quer calar:
Já vi todo tipo de analise do voto nestas eleições: a questão de classe social; a questão regional (são Paulo x nordeste), até a questão racial freqüenta os debates. Mas ninguém disse nada da curiosíssima questão do gênero; sendo nosso país reconhecidamente machista porque o voto na futura presidente é, estatisticamente, matematicamente um voto masculino???? Na proporção de 53% a 48%. Ou não se pode falar do machismo como dado essencial da cultura..feminina? Ou não se pode falar do gritante reacionarismo e direitismo da mulher brasileira??? Isso ainda é tabu? Alguém pode me dizer?