segunda-feira, 17 de maio de 2010

Argentinos nas ruas contra o Clarín



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Fotos do nascimento do Barão de Itararé









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Nasce o Centro de Estudos Barão de Itararé

Reproduzo matéria de Izabela Vasconcelos, publicada no sítio Comunique-se:

O jornalista Leandro Fortes, colunista da revista Carta Capital, acredita que a cobertura política em Brasília não reflete a realidade. Para ele, falta um jornalismo mais apurado, que fuja do declaratório. "A cobertura política em Brasília é basicamente uma farsa. Os jornalistas passam o dia no Congresso e só reproduzem as declarações dos políticos. É um jornalismo declaratório. Eles replicam sem nenhuma capacidade crítica. É uma coisa absolutamente insana", afirmou na última sexta-feira (14/05), no lançamento do Cento de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo.

De acordo com o colunista, a entidade contribuirá para a reflexão e mudança desse tipo de jornalismo. "Vamos reunir jornalistas no Centro de Estudos de Mídia Alternativa para eles entenderem que o trabalho deles não é esse", afirmou.

Paulo Henrique Amorim, apresentador da TV Record e responsável pelo blog Conversa Afiada, defendeu a criação de agências alternativas de informação. "Deveríamos ter mecanismos de financiamento para criar agências apuradoras de informação regional, para fugir do 'PIG'". O jornalista usa a expressão PIG para descrever o que ele chama de Partido da Imprensa Golpista, que, de acordo com ele, arma crises todos os dias para derrubar o presidente Lula.

Segundo Amorim, Lula teve muitas oportunidades de criar mecanismos contra o "PIG", com recursos alternativos à grande imprensa, mas em sua gestão foi criado apenas um, o Blog da Petrobras. "A criação do Blog da Petrobras foi o único combate ao PIG", enfatizou.

Paulo Henrique Amorim lembrou que as pesquisas eleitorais serão auditadas, depois da conquista do Movimento dos Sem Mídia, mas ainda teme que a eleição seja "roubada" pelos mecanismos de apuração de votos.

Imprensa partidária

Maria Inês Nassif, editora de Opinião do jornal Valor Econômico, considera que a imprensa tem total noção de seu impacto na sociedade e age como partido político. "Os jornais são efetivamente partidos políticos. Eles têm uma noção muito clara do seu papel". Maria Inês citou as "explosões de pânico" causadas pela grande imprensa, como um dos motivos de maior partidarismo. "A imprensa cria explosões de pânico diariamente contra o governo", lembrou.

Mídia Alternativa

Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, lembrou que a entidade nasce em um bom momento e citou os motivos que levou o grupo a dar ao Centro o nome Barão de Itararé. "Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, o Barão de Itararé, foi um homem das lutas de idéias. Queremos avançar nessa consciência da democratização da informação", lembrou. A entidade já foi criada, e tem Leandro Fortes, Paulo Henrique Amorim e Maria Inês Nassif como alguns dos membros do Conselho. De acordo com Borges, o próximo passo é lançar o site do Centro de Estudos.

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Comércio de luxo e preconceito contra Lula

Só mesmo o preconceito de classe ajuda a entender porque uma expressiva e barulhenta parcela das elites brasileiras, incluindo a chamada classe “mérdia”, continua tão refratária ao presidente Lula – como atestam as pesquisas de opinião nas regiões Sul e Sudeste. Afinal, ela nunca ganhou tanto dinheiro na vida. Pesquisa recente aponta que o comércio de luxo teve um crescimento de 30% no primeiro trimestre deste ano – quase o dobro do registrado em 2007, quando o setor já havia batido o recorde histórico de 17% de expansão nas suas vendas.

A farra do comércio de luxo é tanta que 13 novas empresas de “marca” já negociam sua entrada no país, segundo reportagem da Folha. “Está havendo um reaquecimento da economia acima do esperado e não há grife estrangeira que não planeje vir ao Brasil”, comemora Carlos Ferreirinha, presidente da MCF, uma das principais consultorias deste setor. A Associação Brasileira de Empresas de Luxo (Abrael) avalia que, mantido o ritmo atual de crescimento, o mercado das elites fechará 2010 com receitas da ordem de R$ 8,5 bilhões – contra R$ 6,5 bilhões em 2009.

Pressão e chantagem das elites

Mesmo no ano passado, quando a grave crise econômica abalou o sistema capitalista, houve um aumento de 10% na venda do setor. Empresas como Armani, Montblanc, Gucci, Louis Vuitton e outros paraísos de consumo das elites, aproveitaram para aumentar a remessa de luxos para suas matrizes quebradas. Caraduras e ambiciosas, elas ainda reclamam da carga tributária do Brasil e fazem chantagens para obter vantagens. Segundo a Folha, as 13 marcas estrangeiras que estão em negociação para se instalar no Brasil exigem “menos impostos para os artigos de alto luxo”.

A pressão das “grifes estrangeiras”, apoiada pela histeria dos ricos consumidores da elite, deveria servir de lição para o governo Lula e para os movimentos sociais. No primeiro caso, ela confirma que persistem graves problemas estruturais no país, que ampliam a péssima distribuição de renda e riqueza. Sem reformas estruturais mais profundas o fosso social só crescerá; a elite continuará transformando seus lares em “depósitos de produtos de luxo” – como sempre alerta o economista Marcio Pochmann – e, mesmo assim, manterá a sua postura de oposição hidrófoba ao governo.

Hora de chutar o pau da barraca

Já no caso dos movimentos sociais, a pressão das "grifes de luxo" confirma o ditado de “quem não chora não mama”. Mesmo se esbaldando na ostentação, as elites querem muito mais. Dane-se a miséria da maioria da população. As várias categorias que estão em campanha salarial também poderiam aproveitar a retomada da economia – com alguns analistas prevendo crescimento de até 7% no Produto Interno Produto (PIB) – para exigir mais nas suas mobilizações e negociações.

Esta é a hora de chutar o pau da barraca. Os empresários nunca ganharam tanto dinheiro na vida – daí o aumento de 30% no consumo de luxo. Quando da eclosão da crise no ano passado, eles tentaram “socializar o prejuízo” e até fizeram terrorismo para cortar salários e direitos trabalhistas. Agora, eles não têm como alegar dificuldades. Nada mais justo do que “socializar a bonança”, contribuindo para atenuar o péssimo quadro de distribuição de renda e riqueza no Brasil.

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