domingo, 24 de abril de 2011

Aécio Neves e a "isenção" da mídia

Reproduzo comentário publicado no sítio Carta Maior:

Sem dúvida o aspecto mais chocante no episódio da blitz da Lei Seca, no Rio, que flagrou Aécio Neves dirigindo com habilitação vencida e metabolicamente impossibilitado de soprar o bafômetro, não foi o fato em si, mas o comportamento da mídia demotucana.

Os blindados da "isenção" entraram em cena para filtrar o simbolismo do incidente, "um episódio menor", na genuflexão de um desses animadores da Pág 2 da Folha. Menor? Não, nos próprios termos dele e de outros comentaristas do diário em questão.



Recordemos. Em 24 de novembro de 2004, Lula participou da cerimônia de inauguração de turbinas da Usina de Tucuruí, no Pará. No palanque, sentado, espremido entre convidados, o presidente comeu um bombom de cupuaçu, jogou o papel no chão. Fotos da cena captada por Luiz Carlos Murauskas, da Folha, saturaram o jornalismo isento ao longo de dias e dias. Ou melhor, anos e anos.

Sim, em 2007, por exemplo, dois colunistas do jornal recorreriam às fotos de Tucuruí para refrescar o anti-petismo flácido do eleitor que acabara de dar um novo mandato a Lula. O papel do bombom foi arrolado por um deles como evidencia de que o país caminhava a passos resolutos para a barbárie: "Só falta o osso no nariz", arrematava Fernando Canzian (23-07-2007) do alto de sofisticada antropologia social.

Sem deixar por menos, Fernando Rodrigues pontificaria em 09-04-2007: "...Respira-se em Brasília o ar da impunidade. Valores republicanos estão em falta. Há exemplos em profusão (...) em 2004, Lula recebeu um bombom... O doce foi desembrulhado e saboreado. O papel, amassado. Da mão do petista, caiu ao chão. Lula seguramente não viu nada de muito errado nesse ato. Deve considerá-lo assunto quase irrelevante... Não é. No Brasil é rara a punição - se é que existe - para pequenas infrações como jogar papel no chão. Delitos milionários também ficam nos escaninhos do Judiciário anos a fio (...) Aí está parte da gênese do inconformismo de alguns, até ingênuos, defensores de uma solução extrema como a pena de morte. Gente que talvez também jogue na calçada a embalagem do bombom de maneira irrefletida. São "milhões de Lulas", martelava o jingle do petista. São todos a cara do Brasil...".

4 comentários:

Marcus Petrônio disse...

E se fosse LULA que tivesse a carteira vencida e estivesse sem condições psicológicas de soprar o bafômetro? As coisas seriam diferentes... Só o perdão papal livraria lula do purgatório, mas com aecinho as coisas são diferentes: numa só carreira driblou o detram e calou a midia comercial burguesa, menos os blogueiros sujos... Não vou tomar banho por muito tempo.

Malatesta disse...

Hou uma ausenção da mídia...

Alberto disse...

Quando Lula teve que se "explicar" sobre o Mensalão a Globo era "boazinha" pois fez uma entrevista exclusiva. Naquela época ele falou que havia sido "traído", mas, em 2011, falou que "o Mensalão nunca existiu"...

Yacov disse...

Assim como, hoje de manhã você deu bom dia a todos e à noite dará boa noite, se é que vc tem educação, não é assim, PSDB-olha!?!? Pois o cérebro lhe faz falta. Ora, a GLoebbels nunca foi boazinha, só para a chupinzada mais-preparada e cheirosa disfarçada de tucanos. Se o LULA falou agora que o Mensalão não existiu então, e não existiu mesmo, é porque agora há investigações que estão em andamento desde então, ô bolha. E as investigações da PF concluem que não houve Mensalão e sim caixa 2. Deixe de ser TOLO, rapaz.

"O BRASIL PARA TODOS não passa na glOBo - O que passa na gloBo é um braZil para TOLOS"