terça-feira, 13 de setembro de 2011

Calunista da Folha sofre de amnésia

Por Rogério Tomaz Jr., no blog Conexão Brasília-Maranhão:

“Quanto menos idéias se tem, mais longe se vai”. Honoré de Balzac (1799-1850)

Os jornalistas, coletânea da Ediouro que reúne dois textos pouco conhecidos de Balzac, é uma leitura atualíssima e imperdível para se compreender o papel que cumpre a imprensa decadente – moral e jornalísticamente – no Brasil dos últimos três decênios.


O autor de A Comédia Humana – na qual está inserido o clássico A mulher de trinta anos – não viveu para conhecer jornalistas como Fernando Barros e Silva, calunista da Folha de São Paulo (o jornal que usa o Judiciário para censurar blogs de sátira), mas o tempo trata de perpetuar a genialidade do francês que nasceu em Tours (cidade onde reside hoje uma grande amiga minha) e viveu até 1850.

Barros e Silva, que já foi um profissional digno de respeito, cada vez mais se transforma em ventríloquo da classe média paulistana antipetista e reacionária.

O calunista da Folha, como diria, Balzac, faz parte daquele grupo de jornalistas que realizam um “trabalho fastidioso, estéril, no qual se ocupam bem menos em exprimir seus pensamentos do que em formular aqueles da maioria de seus assinantes”.

A lista de textos hidrófobos de Barros e Silva é extensa e nem vale a pena gastar qualquer neurônio para elencá-los. O mais recente ataque ao PT é uma ode à amnésia – mal, aliás, que é consequência de doenças neurodegenearativas.

Sob o pretexto de abordar o 11 de setembro de 2001 e o assassinato do então prefeito de Campinas (SP), Toninho do PT, o calunista nos faz pensar: a degeneração de caráter também causa a perda de memória?

O artigo inteiro – publicado no dia 10/09 – trata do caso Toninho do PT e cita ainda o assassinato de outro prefeito petista, Celso Daniel, de Santo André (SP), morto poucos meses depois de Toninho. Ao final, solta e sem qualquer nexo, a frase que deve ter levado muitos leitores ao delírio:

“Mas sabemos quem matou a honestidade quando chegou no poder em Campinas, em Santo André, no país.”

Afinal, a corrupção, nas cidades paulistas e no Brasil, nasceu quando o PT assumiu o governo? É sério que essa ilação desafiadora do senso comum e devota da estupidez humana foi publicada num jornal quase centenário?

Por acaso Fernando Barros e Silva não morava no planeta Terra quando FHC et caterva governavam o Brasil? Ou no curto governo Collor ou na era Sarney? Cinismo, ignorância conveniente ou desfaçatez pura?

De certa forma, Barros e Silva figura na categoria balzaquiana dos publicistas ou dos críticos, com os quais o francês não alivia: “esses dois, com seus subgêneros e variedades, têm como principal caráter não ter nenhum caráter”.

O professor Edmilson Lopes Júnior, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tratou melhor do tema no artigo “O jornalismo, a corrupção e o PT”, no Terra Magazine.

2 comentários:

Ignez disse...

Esses calunistas infestam jornais, rádios e tvs provocando na gente uma indignação angustiante. Para superar essa sensação de impotência só participando de atos como o contra a "corrupção moral e jornalísta da mídia", e sempre lembrar que a gente se indigna contra quem não tem caráter.Eles são o maior exemplo de poluição que infesta o planeta Terra. Vão se esfumaçar...mas, ainda assim, é preciso combatê-los para não expandirem os danos que provocam na raça humana.

Unknown disse...

Estranho...

Eu tenho uma doença neurodegenearativa que NÃO me causa amnésia e também não conheço quem compartilhando da minha mesma sina apresente sinais de esquecimento !!!

Gente...generalizações são perigosas !!!