terça-feira, 20 de setembro de 2011

Dilma, a internet e a democracia

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Por João Peres, na Rede Brasil Atual:

A presidenta da República, Dilma Rousseff, enfatizou nesta terça-feira (20) em Nova York a importância da internet na promoção da democracia. “O uso das redes digitais é essencial para a promoção de governos mais transparentes e acessíveis aos cidadãos”, afirmou. Ela participou de cerimônia na qual se firmou parceria com os Estados Unidos na área de governos abertos.



Após encontro com o presidente norte-americano, Barack Obama, Dilma pontuou que o Brasil avançou muito, desde 2003, no compromisso com a qualidade da gestão pública. “Essas redes são importantes instrumentos para a melhoria dos serviços públicos em saúde, educação, segurança e meio ambiente”, disse.

Ela apontou, como exemplo, o Portal da Transparência do governo brasileiro. Por meio da página na internet, cidadãos podem ter acesso aos gastos do governo federal e às parcerias firmadas com estados e municípios.

O Governo Aberto, que será co-presidido por Dilma e por Obama, terá a participação de 46 países que se comprometem a adotar ferramentas que promovam gestões mais transparentes e com participação dos cidadãos.

“Trata-se de um projeto de modernização democrática para o século XXI. Meu país tem muito interesse pelo tema”, pontuou a presidenta, que acredita que a chamada “Primavera Árabe”, marcada por manifestações que levaram à queda de governos autoritários, é um exemplo de como a internet pode ajudar a fortalecer a democracia.

Ela citou ainda a promoção de conferências setoriais ao longo da gestão Lula como uma demonstração de que os brasileiros, hoje, têm mais canais abertos com o Estado. Ao longo dos oito anos anteriores, foram mais de 70 eventos do tipo, que resultaram na formulação de algumas políticas públicas.

Dilma entende que essa mudança no relacionamento entre governo e cidadãos só é possível por conta do forte engajamento da sociedade, que passou a ter espaço para participar da formulação de políticas públicas. “Trata-se de assegurar a prestação de contas, a fiscalização e a participação dos cidadãos, criando uma relação de mão dupla permanente entre o governo e a sociedade.”

A presidenta comentou ainda que o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) será importante para enfrentar a exclusão digital no país. Alvo de críticas de ativistas que lutam por democratização da comunicação, o PNBL foi mudando de rosto desde que foi lançado, em 2010. Inicialmente, a estatal Telebras poderia atuar no fornecimento da conexão direta ao consumidor, para fomentar a competição em um mercado de poucos atores e garantir um preço de conexão mais baixo.

Neste ano, no entanto, a Telebras perdeu espaço e foi anunciado um acordo que aposta nas empresas de telecomunicações, via isenção de impostos, como meio para universalizar a conexão de alta velocidade. Mesmo assim, Dilma considera que a medida será importante para assegurar participação e transparência no país. “O governo aberto vai se colocar ao alcance de todos os segmentos sociais no amplo território nacional”, defendeu a presidenta.

Dilma gostaria de ter embarcado para a viagem de cinco dias aos Estados Unidos já com a aprovação pelo Congresso da Lei de Acesso a Informações. O projeto regulamenta o acesso dos cidadãos aos documentos públicos, indicando prazos e condições em que pode haver liberação dos mesmos. A aprovação, porém, esbarra na resistência dos senadores José Sarney e Fernando Collor, ex-presidentes da República, que alegam que a redução destes prazos representa o risco de revelações que abalem a segurança nacional e coloquem em risco as relações com outros países.

A presidenta demonstrou, durante o discurso desta terça, que não está disposta a ceder aos pedidos dos senadores. Ela pontuou que quer “regras transparentes e prazos menores para o sigilo de documentos”.

1 comentários:

Anônimo disse...

DEMos entram na Justiça contra mais empregos no Brasil, e defendem seus carrões importados com menos impostos
O DEMos ingressará na Justiça com uma ação contra o aumento de 30% no IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) para carros importados, determinado pelo governo Dilma.

A medida tomada pelo governo foi para enfrentar a concorrência desleal estrangeira, garantindo empregos para metalúrgicos da indústria automobilística e de auto-peças nacionais.

Os senadores Demóstenes Torres (GO) e José Agripino Maia (RN), além do líder do partido na Câmara, deputado ACM Neto, alegam ajuste da alíquota "abusivo".

Abusivo para quem? Para os ricos que importam BMW's, Mercedes, Audi, Ferraris, Land Rover's?

José Agripíno Maia (DEMos/RN) declarou ao TSE em 2010 possuir um BMW modelo 645 Cabrio no valor de R$ 300 mil, e mais um Merceder CL 500 no valor de R$ 330 mil.


Demóstenos Torres (DEMos/GO) declarou possuir um Captiva Sport no valor de R$ 102 mil (confira aqui). O carro é importado do México pelo GM do Brasil.

ACM Neto diz ter um Honda e um Toyota (confira aqui). Não especificou os modelos. O Honda foi declarado com o valor de R$ 120 mil.

Os metalúrgicos mexicanos, alemães e asiáticos já são gratos aos senadores e deputado do DEMos pela preferência. Só não esperavam a surpresa de ganharem de presente três lobistas dentro do Congresso brasileiro a favor de seus interesses, e contrários aos dos metalúrgicos brasileiros.