domingo, 2 de outubro de 2011

Rafinha Bastos pode dançar na Band

Do sítio Brasil 247:

Dias atrás, o programa CQC, da Bandeirantes, exibiu uma das piadas mais infames já vistas na televisão brasileira. “Eu comeria ela e o bebê”, foi o que disse o apresentador Rafinha Bastos sobre a gravidez da cantora Wanessa Camargo. Neste domingo, a direção da Band avalia se repreende ou se afasta em definitivo o apresentador do programa comandado por Marcelo Tas.


Aparentemente, a decisão já está tomada – e tudo indica que Rafinha, que queria comer, será comido. Não fosse assim, dificilmente o apresentador Marco Luque, que faz parte da bancada do CQC, teria tido a liberdade para divulgar a nota que soltou nesta semana. “Sobre a piada feita pelo Rafinha Bastos, no Programa CQC que foi ao ar no dia 19 de setembro, eu, como pai, entendo e apoio a revolta e a indignação do Marcus Buaiz, um homem que conheço e respeito. Se fizessem uma piada com este contexto sobre a minha família, certamente ficaria ofendido. Com certeza uma piada idiota e de muito mau gosto”, registou o comunicado.

Portanto, o clima esquentou de vez no CQC e o eventual afastamento de Rafinha Bastos levantará discussões candentes no Brasil. Afinal, o humor deve ou não ser totalmente livre? Recentemente, Rafinha esteve envolvido em outra polêmica quando disse que uma mulher deveria agradecer ao estuprador pelo favor prestado. Isso tem graça? Deve ter lugar na televisão brasileira? Incita a violência?

De acordo com a delegada Rosmary Corrêa, presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina, sim. Ela o convidou a visitar o conselho para conhecer, de perto, as consequências que um estupro produz numa mulher. Rafinha refugou. Ele apenas enviou um comentário, por sua assessoria de imprensa: “Se os comediantes tiverem que responder por toda piada que fazem, não vão ter tempo pra mais nada na vida. Nem pra fazer comédia".

Degradação do humor

O fato é que Rafinha, protagonista do que se convencionou chamar de stand-up comedy, representa a decadência do humor no Brasil. Desde o ocaso de Chico Anysio na Globo, este sim um dos maiores gênios do humor de todos os tempos no mundo, os programas passaram a apostar na agressão gratuita ao outro – gente comum ou celebridades. Uma espécie de bullying televisivo. E o que começou com o Casseta & Planeta espalhou-se por todos os canais.

Perder o espaço na Band pode ser muito ruim para Rafinha Bastos. Graças à exposição no CQC ele foi apontado como a pessoa mais influente do mundo no Twitter e, com isso, conquistou gordos contratos publicitários, com empresas como Nokia e Pepsi. Fora do CQC, e simbolizando um humor sem graça e que provoca mais indignação do que risos, ele perderá também a atratividade comercial.

É, Rafinha.

Querias comer, mas foi comido.

10 comentários:

rafael disse...

não vejo a menor graça no humor dele, fato. mas eu não seria tão duro com ele, visto que a atuação dele no programa A Liga é simplesmente impecável. recomendo que o senhor acompanhe melhor o papel dele neste outro programa, afinal, muitas das lutas e discursos deles coincidem com as coisas que o senhor tanto comenta neste blog.

Milena Araguaia disse...

Miro, com todo carinho e respeito, mas Chico Anysio também não colabora na construção de uma visão do humor fora dos esteriótipos, especialmente do femininos. Abraços

Luis R disse...

Esse cara não tem a menor graça, deveria procurar tratamento médico.

Mario Galvão disse...

Oi Miro! Mas diz aí, o "Humor na TV com limites" não é uma "Ditadura Midiática"?? Abç!

Anônimo disse...

Pow o Rafinha foi apenas infeliz com uma piada que devo comentar que foi sem graça e desnecessária e de mal gosto, porém ele não perde sua genialidade após o ocorrido. Eu continuo apreciando o bem que ele fez enquanto estava no "Proteste Já".
Ele é um dos poucos humoristas que colocam o dedo na ferida e chuta onde dói, ao contrário de humoristas que fazem humor com bordões e piadas que té uma criança tem vergonha de contar, e isso é bom.

Marcio Morais disse...

Um blog que condena a parcialidade da grande mídia pública um texto explicitamente parcial, recheado de um conservadorismo em tanto quanto arcaico onde o autor - este que eu não conseguir descobrir que é - se empanturra do prazer do gosto da vingança.

Giuliano Bortolleto disse...

Caro Miro,

Você realmente acha que Casseta & Planeta é bullying televisivo?

O autor do blog que se intitula como
'uma trincheira contra a ditadura midiática" deveria saber que a grande ditadura da mídia no Brasil é esse apreço pelo politicamente correto difundido principalmente pela Globo, grande amiga de todas as pessoas influentes desse País. De uma hora pra outra a crítica passou a ser chamada de agressão.

Sinceramente eu odeio essas porcarias de Praça é Nossa, Zorra Total e Escolinha do Gugu que para mim não têm graça nenhuma. Programinhas que não falam mal de ninguém, contam piadinhas sem graça, sempre as mesmas imitações, enfim, toda aquela estética enfadonha e desgastada do humor brasileiro. Mas, se tem gente que assiste novela das 17h às 23h, é claro que vai assistir a esse tipo de porcarias.

Gostando o não, o fato é que ainda há espaço e audiência pra esses programas. Portanto, que continue passando. Agora chamar de "bullying televisivo" programas que trazem um pouquinho de crítica política e social à pauta da mídia brasileira é ou reacionário ou infantil demais. Pra mim degradação é aquela porcaria intitulada Zorra Total. O ápice da ignorância e da burrice. Isso pra mim é degradante. Perder 1h da minha vida, que jamais será recuperada, com um "humor" de péssima qualidade.

Aliás, caro Miro, se fosse levar ao pé da letra a sua crítica, mesmo essa sua frase cheia de ironia, "queria comer, mas foi comido" não poderia figurar em um veículo de comunicação. Você acabou de passar os limites escrotos do politicamente correto. Você infringiu a sua própria regra. Espero que você também seja afastado.

Coisa chata essa de politicamente correto, né? Enfim...

Pra concluir: não me agradou essa piada do rafinha sobre o bebê da filha do Zezé de Camargo (porque ela não é nada mais do que isso, filha do Zezé). Penso que foi das mais infelizes que já ouvi, e, se ela quiser que procure a Justiça para que sejam reparados eventuais danos. Tem total liberdade para isso, sem sombra de dúvidas. Quem está na TV pode sim falar o que pensa, mas deve, é claro, estar preparado para as eventuais consequências.

No entanto, o humor que o CQC faz, aliando cabeças inteligentes (algo inexistente no mundo do Zorra Total), e críticas ácidas é algo que acredito ser muito positivo para a nossa sociedade. Políticos corruptos, como a Sra. Jaqueline Roriz, devem SIM ser incomodados. Ex BBBs, que se acham os reis da cocada preta, devem SIM ser criticados. Os programas de TV que só produzem lixo como conteúdo, precisam ser motivo de sátira SIM.

Só assim, caro Miro, para fazer as pessoas entenderem a quantidade de lixo tóxico que entra em suas residências diariamente. Não bastasse ser lixo e tóxico, ainda é politicamente correto. E isso cheira muito mal.
(Espero que tenha ficado claro que o que eu procurei defender no meu comentário foi o tipo de conteúdo produzido pelo CQC, e não a piada isolada do rafinha bastos, que eu inclusive critiquei.)

Anônimo disse...

kd a liberdade de expressão??? é só isso...

yacov disse...

Esse palhaço tinha que ser demitido e ter a boca lavada com sabão tamb[em!! Que BOLHA...

"O BRASIL PARA TODOS não passa na gLOBo - O que passa na gLBOo é um braZil para TOLOS~

Anônimo disse...

Não é de hoje q esse humorista vem cometendo abusos contra artistas e, principalmente, políticos. Colocando todos no mesmo saco. Humorismo está a quilômetros de distância de agressão. a midia, TV, rádio e jornais confunde liberdade de expressão e pensam que com essa dita liberdade podem sair por aí agredindo a todos.