sábado, 28 de janeiro de 2012

Outra comunicação é possível

Valter Campanato/ABr
Por Márcia Schuler, no sítio do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC):

A compreensão de que a democratização dos meios de comunicação é essencial para a construção da democracia social foi a tônica do debate Resistência à crise, novos meios e alternativas de comunicação, que ocorreu durante o Fórum Social Temático 2012, em Porto Alegre-RS. Realizado a partir da parceria entre Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Agência Latinoamericana de Informação – Alai e Associação Latinoamericana de Educação Radiofônica – Aler, o encontro discutiu o papel da comunicação no atual cenário de crise capitalista. No encontro, estiveram presentes a coordenadora geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Rosane Bertotti, Osvaldo León, representando a Alai, e Judith Gerbaldo, da Aler. A mediação ficou por conta de Renata Mielli, do Barão de Itararé.



Rosane iniciou o debate destacando a importância do FNDC como articulador na democratização dos meios de comunicação e assinalou como essencial a discussão do tema em sua dimensão pública. No contexto das revoluções articuladas por meio das redes sociais, a coordenadora ressaltou a importância das mídias e, mais do que isso, a necessidade de que haja democracia em sua distribuição. “Não adianta falarmos do papel das novas mídias se quem está lá na ponta – na periferia, no campo – não tem acesso a elas”, ponderou.

O empoderamento dos agentes sociais por meio da comunicação também está no centro das discussões da Aler. “Nós percebemos que tínhamos que tratar a informação como um direito humano internacional”, explicou Judith. Para ela, tornar a palavra pública é uma forma de legitimar os setores invisibilizados da sociedade, em grande parte ignorados pela grande mídia. A Aler encara a comunicação como um espaço que atravessa e constitui os momentos sociais, e que pode – e deve – partir de dentro deles, em vez de ser visto como algo externo.

A integração entre os países da América Latina – um dos objetivos do evento – marcou a fala de Osvaldo. Ele afirma que há iniciativas para democratizar os meios na região, mas que falta intercâmbio entre elas. “Temos que tomar coragem para abrir espaço e pressionar os governos nessa direção”, declara. O encontro foi, por si só, um passo a mais rumo a essa integração, no qual prevaleceu a troca de experiências entre representantes de diversos países, mirando um objetivo comum: um outro mundo possível.

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