sábado, 9 de junho de 2012

Queda dos juros incomoda o Estadão

Por Altamiro Borges

A ata da 167ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada ontem, não agradou os agiotas do capital financeiro. Ela sinaliza que a queda da taxa básica de juros, a Selic, deverá prosseguir nas suas próximas reuniões. Apesar da ata enfatizar que a redução será feita “com parcimônia”, os chamados analistas de mercado não gostaram do que leram. O jornal Estadão, hoje totalmente associado ao capital financeiro, foi um dos mais enfáticos nas críticas ao BC.


Em editorial hoje, o jornalão conservador afirma, já no título, que o “otimismo do Copom tem bases muitos frágeis”. Mesmo com os dados recentes sobre a queda da inflação, que desmoralizaram os urubólogos da mídia, o Estadão acha que é muito cedo para o governo adotar novas medidas de estímulo ao crescimento econômico – como a redução dos juros e o aumento do crédito.

Receituário neoliberal

“Existe a ilusão de que basta aumentar o crédito (o que em certas circunstâncias é um perigo) para que as famílias aumentem suas compras. Estamos, porém, diante de um quadro novo em que o aumento excessivo do endividamento conduz as famílias a reduzir seus gastos e a evitar novas dívidas, situação que pode se prolongar”, alerta o diário, que insiste em responsabilizar as “famílias” pelas dificuldades econômicas – sempre livrando a cara dos banqueiros e das corporações capitalistas.

Para o Estadão, o governo Dilma deveria se preocupar exclusivamente com a saúde do capital, reduzindo a “gastança” pública e estimulando a competitividade. Neste sentido, o jornal não se cansa de pregar a redução dos tributos dos ricaços, a flexibilização das leis trabalhistas, novas regressões na Previdência Social e outras medidas de corte neoliberal. A desculpa usada é sempre a do perigo da alta dos preços. Daí seu veredito final no editorial. “A inflação deveria merecer muito mais cuidado da parte do Copom”.

4 comentários:

Pregopontocom Tudo disse...

Urubólogos...quando os juros estão alto reclamam,quando caem criticam...será por pura falta de assunto???????????????

Anita Kairuz disse...

Conheço bem este jornal! Leio há 40 anos
Não estranho, pois sei quedefendem mesmo os capitalistas
não há nada de preocupante em relação ao endividamento das famílias
O Brasil cresce e vai em frente
apesar do Estadão!

Rogério Floripa disse...

Chooooooooora PIG

Miguel disse...

Como se a redução da selic fosse para aumentar o crédito das famílias. Não existe correlação nisso.
A redução dos juros diminui o gasto público, liberando recursos para reintrodução na economia do arrecadado, estimulando-a, seja na forma de salários de funcionários públicos ou compras de bens e serviços para infraestrutura. Ou crédito em investimentos.
A "gastança" pública é o remédio para recessão. E a "gastança" na selic é o veneno da concentração de renda, que os governos federais do PT meio que combateram e por isso, principalmente, tiveram tal sucesso.