quarta-feira, 6 de junho de 2012

STF volta a analisar mensalão tucano

Da revista CartaCapital:

O Supremo Tribunal Federal (STF) volta a analisar nesta quarta-feira, 6, o caso chamado de mensalão tucano ou mensalão mineiro, que envolve o suposto desvio de dinheiro público para abastecer, em 1998, a campanha à reeleição do então governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), hoje deputado federal. O esquema ocorrido em Minas Gerais foi, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), a “origem” do mensalão do PT, que deve ser julgado ainda neste ano pelo STF.


Nesta quarta, o STF analisa dois recursos de réus do mensalão tucano. O primeiro questiona decisão tomada pelo ministro Joaquim Barbosa em junho, quando este remeteu à Justiça de primeira instância de Minas Gerais a ação penal sobre o caso. Eles querem que o julgamento seja feito no STF. O segundo recurso alega que os crimes citados pela PGR já prescreveram.

De acordo com a denúncia da PGR, o mensalão tucano foi abastecido com o dinheiro de três estatais mineiras, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) e a Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig). As três empresas, segundo a PGR, receberam de Azeredo a missão de patrocinar três eventos esportivos, o Enduro Internacional da Independência, o Iron Biker e o Supercross, todas competições cuja publicidade era coordenada pela SMP&B, a agência de Marcos Valério. Ainda segundo a denúncia, a SMP&B fazia empréstimos no Banco Rural e liquidava-os com os próprios recursos do “patrocínio esportivo”.

Entre os 14 réus do mensalão tucano estão dois outros nomes conhecidos da política nacional. Um deles é Walfrido dos Mares Guia, atual presidente do PSB em Minas Gerais e ex-ministro do Turismo no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em 1998, durante a realização do esquema, Walfrido era o vice-governador de Minas Gerais e não disputou a reeleição, mas sim um cargo na Câmara. Outro réu é Clésio Andrade (PMDB), que pelo PFL foi vice-governador do primeiro mandato de Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais e hoje é senador, suplente de Eliseu Resende, morto em janeiro de 2011. Em 1998, Clésio era candidato a vice-governador na chapa de Eduardo Azeredo.

Improbidade: STF x Justiça Estadual

O julgamento, além de envolver pessoas em cargos públicos, pode ter uma repercussão importante. Se o STF decidir que a acusação de improbidade administrativa não deve mais ser julgada em primeira instância, como ocorre atualmente, eles estrão ampliando o foro privilegiado existente hoje. A decisão vai significar que todos os processos por improbidade serão automaticamente remetidos ao Supremo. Como as ações por improbidade são das poucas que têm efeitos reais sobre políticos, a mudança de jurisdição pode, na prática, ampliar a impunidade.

Reportagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo em 22 de maio afirma que pelo menos três ministros vão votar desta forma: Luiz Fux; Gilmar Mendes e José Antônio Dias Toffoli. Segundo o jornal, outros têm o mesmo entendimento.

2 comentários:

SPIN em Rede disse...

O mensalão foi criado por Cachoeira em sua disputa por território, o que é comum no mundo do jogo do bicho. Como ele(Cachoeira) não precisava matar seus concorrentes, atuava junto a políticos e juizes, financiando campanhas e derrubando Ministros de Estado para aumentar seu espaço. De forma que a turma do Cachoeira tem motivo de sobras para vibrar com o mensalão. Na verdade não é mensalão até mesmo pq não faria o menor sentido pagar uma mensalidade para que deputados petistas votassem nos projetos de interesse do governo, para aprovar a ampliação do Bolsa Familia por exemplo. Houve Caixa 2 de campanha eleitoral, quando petistas arrecadaram algo em torno de 20 milhões a título empréstimo na rede bancária. Não houve crime nenhum. Roubalheira mesmo, e de bilhões de reais, foi praticada por tucanos: 25 bilhões no caso Banestado, 100 milhões no mensalão tucano de MG, perto de 1 bi na lista de furnas, roubam no atacado, também pudera, a imprensa e et caterva fica com uma parte do roubo. Tucanos não soltem fogos de artíficios por enquanto, a Lista de Furnas vem ai, e ainda tem a CPI da Privataria Tucana para apurar o prejuizo de mais de 1 trilhão de reais dado por FHC aos cofres deste País, enfim, tucano e pilhagem, tudo a ver
http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2012/06/06/amaury-volta-com-a-lista-de-furnas-tucanos-tremei/

Unknown disse...

e ele aí sempre...
Sr. Gilmar Mendes. Quanto mais impunidade menor a chance de me pegarem.