terça-feira, 4 de setembro de 2012

Haddad desmente blogueiro da Veja

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O blogueiro da revista Veja Reinaldo Azevedo acusou o candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, de mentir quando diz que em sua gestão como ministro da Educação fez o número de creches no país aumentar 14 pontos percentuais.

Segundo Azevedo, “Chega a ser constrangedor para o jornalismo a proteção dispensada ao candidato petista, que fala o que bem entende, no horário eleitoral e nas entrevistas, sem que seja confrontado com os fatos, com os números”.

Ora, ora… É de se perguntar se o tipo de cobertura que a mídia vem dando ao julgamento do mensalão seria a manifestação desse seu “petismo”. Mas vamos em frente.

Azevedo criticou entrevista de Haddad ao SPTV. Diz que o petista mente quando afirma que, em 2000, as creches atendiam a 9% das crianças que delas necessitavam e que, ao deixar o governo Lula, o índice havia saltado para 23%”.

O blogueiro tucano usa como “prova” de que Haddad “mentiu” o fato de que “Existe um programa federal de creches, o tal Pró-Infância, que prometeu criar 6 mil creches e entregou, no máximo, 200”.

Não contente, Azevedo decidiu exaltar o de fato enorme aumento de creches em São Paulo durante a gestão Serra-Kassab afirmando que em oito anos foram criadas 148 mil vagas. Além disso, compara o percentual de cobertura por creches na cidade com a cobertura no Brasil.

Os dados oferecidos pelo blogueiro da Veja impressionam, pois, no Brasil, a cobertura de creches é de 23% e, na cidade de São Paulo, é de 48%. E diz mais: que “Quando Serra chegou à Prefeitura, havia 60 mil vagas apenas”. Sobrou até para Marta Suplicy…

Intrigado com a distância que separa a afirmação de Haddad ao SPTV da afirmação do porta-voz de Serra na blogosfera, resolvi entrar em contato com o candidato petista para lhe pedir explicações. Fui muito bem atendido pelo próprio, que meu deu informações corretas.

É verdade que esse programa complementar do governo federal para criar creches ainda está sendo implantado e não atingiu o número prometido. Azevedo só omite um pequeno detalhe: o programa do governo Dilma Rousseff promete cumprir a meta de 6 mil creches até 2014.

Mais estupefaciente ainda, porém, é a questão da disparada da criação de creches em São Paulo. Azevedo também omite que não foi só nessa cidade que as creches se multiplicaram, pois o fenômeno ocorreu no Brasil todo.

Como foi, então, que da gestão Marta Suplicy para a gestão Serra-Kassab o número de creches disparou tanto em São Paulo?

Em 2007, quando ministro da Educação, Haddad criou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), e fez inserir em sua regulamentação o apoio à abertura e manutenção de creches. São Paulo, por conta disso, passou a receber 500 milhões de reais do governo federal, produto de convênios desse nível da administração para financiar creches.

Sendo ainda mais claro: São Paulo quase triplicou seu número de creches, sim, mas a grande maioria delas é conveniada com o governo federal no âmbito do Fundeb, criado por… Fernando Haddad.

Por fim, há a comparação que Azevedo fez entre o percentual de cobertura por creches no Brasil e em São Paulo. No Brasil é de 23% e em São Paulo, 48%. Haddad explica que a comparação é estapafúrdia, pois na região rural e em pequenas cidades não há demanda por creches.

O candidato chegou a brincar dizendo que estava se comparando a necessidade de creches numa metrópole com a necessidade que há – ou que não há, melhor dizendo – na Amazônia, por exemplo.

Haddad também disse, ao telefone, que a argumentação que expus – que é a de Reinaldo Azevedo – é “uma loucura” e como que ponderou que não vale a pena gastar tempo com ela, mas penso diferente e por isso lhe disse que escreveria este texto.

Escrevo porque Serra e seus áulicos (sobretudo os da mídia) vão tecendo essas distorções e há quem acredite sem, como fiz, buscar saber o que diz o outro lado. Para sorte do eleitor, porém, a internet, hoje, impede que se contem mentiras tão descaradas.

3 comentários:

Benjamin Eurico Malucelli disse...

Por favor, acreditar no que diz o Reinaldo Azevedo, autointitulado de "Rei", é o mesmo que acreditar que a revista Veja e seus jornalistas são sérios!

antonio barbosa filho disse...

O "Rei do Esgoto"(isento o blogueiro desta minha adjetivação, pela qual respondo)é um analista que não acerta uma:
1) achava Sarah Palin um gênio político. Ela disse que a África é um grande país, e que conhecia política internacional porque foi governadora do Alaska, pertinho da Rússia...;
2) provou por a mais b que não houve golpe em Honduras. Quando os golpistas disseram que deram mesmo um golpe ele mudou de assunto e nunca mais falou em Honduras;
3) Disse que Índio de Campos (ou será Xavier, ou Barbosa? não consigo memorizar o nome do grande líder) iria dar sangue novo ao Serra em 2010, e viraria o jogo;
4) chamava Celso Amorim de "nanico", quando a mídia internacional o classificava como um dos seis formuladores da geopolítica mundial do séc. 21;
5) xingou Joaquim Barbosa, tentou cassar o voto do ministro Toffoli, acusa Lewandowski de tudo quando ele absolve e o endeusa quando condena;
6) considera Serra um grande líder, quando ele é o maior desagregador político dahistóriadestepaís;
7) apóia torturadores e assassinos, aqui, em israel, e onde mais houver, desde que sejam de direita;
8) publicou dois livros xingando Lula e ele bateu todos os recordes de popularidade;
9) agora está proibido de xingar a Dilma (a "Rainha Muda"que calou a boca de FHC) devido ao conchavão feito entre o PIG e o Michel Temer para livrar a cara de Policarpo.
A lista é imensa...

Anônimo disse...

Esse é mais um exemplo de como a mídia(no Brasil e no Mundo)transforma figuras medíocres em grandes "sábios" para tentar dar alguma credibilidade às asneiras proferidas para defender os patrões. Outro é o cineasta de araque arnaldo jabor. Dois sujeitos que fracassaram nos seus projetos como artistas(escritor e cineasta assim como o pintor fracassado adolf hitler) e que ganharam destaque por causa do esmero com que se dedicam a bajulação,a dizer o que o patrão manda. Como não tem conteúdo apelam para o ataque rasteiro e covarde. Lembro agora também de outro “artista” fracassado pertencente a esse turma: diogo mainardi.