quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O reino da mediocridade em São Paulo

Por Antônio Mello, em seu blog:

O paulista se orgulha de seu estado, que chama de locomotiva do Brasil. O paulistano também enche o peito para elogiar São Paulo, terra de negócios, prosperidade, restaurantes e vida cultural intensa.

No entanto, paulista e paulistano, na hora de votar, pensam pequeno, apostam geralmente em administradores medíocres, e só uma vez ou outra se arriscam em busca de algo novo.

Agora, parece que a realidade caiu sobre as cabeças paulistas e paulistanas. Uma sucessão de serrismo (que abandonou a prefeitura antes de um ano e meio), kassabismo (que tem a administração reprovada por 43% dos paulistanos), e alckmismos (um carola à frente do maior estado brasileiro), têm exposto o estado e a cidade ao ridículo diante do Brasil.

Uma lei estadual definiu que todos os que forem comprar bebidas alcoólicas devem mostrar documento de identidade com foto. Seguindo a cabeça dos Três Patetas Caipiras paulistas, houve caso de uma senhora de 76 anos ter que mostrar documento para provar ser maior de 18 anos.

Mesmo a exigência do documento surpreende quem não conhece a lei. "Me senti rejuvenescida, com 18 anos", brinca Maria Antonieta Rudge do Amaral, de 76. Ela teve o documento solicitado nesta segunda-feira, 6, no supermercado Pão de Açúcar da Avenida Angélica, em Higienópolis, região central. Mas disse não se importar com a anotação de dados. [Fonte]
Em seu excelente blog (que indico sem restrições), Xico Sá elencou os kassabismos que expõem São Paulo ao ridículo:

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Então reprisemos, pois, as proibições mais ridículas do alcaide paulistano. É bom ressaltar que, algumas delas, têm as digitais da co-autoria tucanados tucana - aliados na gestão desta moderníssima aldeia de Piratininga:

I) É proibido mendigo deitar em banco de praça. Os bancos passaram a ter barras de ferros para impedir tal gesto dos feios, sujos e malvados.

II) É proibido, mesmo no verão, se molhar nas fontes e chafarizes públicos. Se é que ainda existem.

III) É proibido comer cachorro quente ou quaisquer comida de rua.

IV) É proibido painel eletrônico ou qualquer outros anúncios, como outdoor etc. No princípio, lindo, mas tempos depois, pergunto: quem cuidou das fachadas ainda mais feias e sujas? Os luminosos além de deixar SP mais iluminada contra os larápios, ainda davam um rápido ar de Tóquio em decadência. Eu achava lindo!

V) É proibido galinha à cabidela (molho pardo), sob pena de multa da vigilância sanitária, em todos os restaurantes da capital gastronômica do país.

VI) É proibido beber na calçada dos bares depois da uma da madruga. Qualquer barulho, multa de R$ 30 mil aos estabelecimentos. Aí o cara começou matar a vocação da cidade como uma das melhores noites do mundo.

VII) É proibido feirante gritar em feira livre. Praticamente proibiu o clássico“moça bonita não paga, mas também não leva”.

VIII) É proibido embrulhar peixe ou qualquer outro produto da feira em jornais – matou a única utilidade mais, digamos, real do jornalismo.

IX) É proibido arte nas ruas. Cantar ou tocar, comer fogo etc.

X) É proibido ser camelô onde passam possíveis compradores. Só pode nos “desertos” da urbanidade.

XI) É proibido,essa é demais em tempos de redes sociais e intagrans etc: fotografar qualquer coisa ou gente em terminais de ônibus.

XII) É proibido saunas, pequenos puteiros ou casas de sacanagem de luxo que não obedeçam a uma legislação digna do Vaticano. [íntegra aqui]

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Dá pra entender agora por que cresce a rejeição a Serra (nos mesmos 43% dos que consideram ruim/péssima a administração Kassab) e 80% dos paulistanos querem mudança?

Chega de ridículo. São Paulo merece um administrador que pense grande, como a cidade, como o estado. A primeira tarefa pode ser feita agora nas urnas. A próxima, em 2014.

1 comentários:

Paulo Chacon disse...

Pura verdade. Basta ver o histórico de governantes de São Paulo (estado e capital): Janio, Ademar, Maluf,Pitta, Kassab, Serra, Alckimin, Quercia, Fleury. E agora vão eleger o Russomano? Credo!