segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Deter a mão assassina de Israel

Editorial do sítio Vermelho:

Desde a última quarta-feira (14), as forças armadas do regime sionista israelense desencadearam brutal ofensiva contra o território palestino da Faixa de Gaza, que mantêm sitiado e bloqueado desde 2008. Simultaneamente, o governo de Israel decretou a mobilização militar geral e concentra tropas com a finalidade de realizar a invasão terrestre do território. A cúpula israelense debate o momento de fazê-lo, medindo também o pulso da complicada e tensa situação regional.

As principais autoridades israelenses, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa Ehud Barak, dão declarações desequilibradas, entre mentirosas e ameaçadoras, em mais uma revelação do caráter do Estado sionista, que age como pária no quadro internacional, que pratica impunemente o terrorismo contra povos e nações, um fator permanente de instabilidade e insegurança, à margem do direito internacional.

Alegam que disparam mísseis contra o território palestino em “legítima defesa” e elevam o tom das suas ameaças de levar adiante medidas que exacerbam os piores traços da política israelense vis-à-vis esse povo martirizado há mais de seis décadas: a limpeza étnica e o genocídio, a intensificação do militarismo e a provocação aos adversários que também pretende exterminar na região do Oriente Médio.

Os ataques dos últimos dias seguem o mesmo figurino das ações criminosas desencadeadas contra a Faixa de Gaza entre o final do ano de 2008 e início de 2009. Se não se detém a mão criminosa que dispara mísseis contra o pequeno território palestino, que é uma das regiões mais densamente povoadas do mundo, pode repetir-se a tragédia, quando os ataques a Gaza resultaram na morte de cerca de 1.500 civis palestinos, entre estes meio milhar de crianças e adolescentes.

Ao iniciar a ofensiva desde 14 de novembro, Israel fez questão de emitir um sinal revelador do seu estado de espírito, assassinando Ahmad Al Jabari, uma das principais lideranças e responsável pelo aparato armado do Hamas na Faixa de Gaza. Trata-se da prática de atentados terroristas contra lideranças indexadas pelos seus aparatos de segurança, inaugurada por George W. Bush, quando o ex-presidente defendeu a eliminação física dos líderes que a CIA e o Departamento de Estado designassem como “terroristas”. Observe-se que Jabari era a liderança indicada pelo Hamas para acompanhar o cessar-fogo acordado entre esta facção palestina (que detém o poder na Faixa de Gaza) e o governo de Israel. Em uma das principais ações da atual ofensiva, Israel fez questão de atingir a sede de governo do Hamas.

Israel segue contando, ao praticar seus crimes, com o apoio explícito das grandes potências imperialistas, principalmente os Estados Unidos. O presidente Barack Obama, apesar de se dizer preocupado com as vítimas civis, foi peremptório na declaração de apoio aos seus aliados de sempre no Oriente Médio: "Apoiamos totalmente o direito de Israel de se defender", declarou.

Este conluio entre os interesses das potências imperialistas e Israel faz com que o povo palestino continue vitimado pela injustiça histórica e a sistemática política de extermínio. Ao mesmo tempo que bloqueia e ataca Gaza, Israel prossegue em toda a linha a ocupação de grande parte da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, e continua a instalar colônias nos territórios ocupados e a construir o muro de segregação.

A agressão a Gaza coincide com a destemperada reação de Israel à iniciativa pacífica, legítima, legal, política e diplomática da Autoridade Nacional Palestina (ANP) de levar adiante os seus esforços pelo reconhecimento do Estado Palestino na Organização das Nações Unidas. O ministro do Exterior de Israel, Avigdor Lieberman, reagiu furiosamente, ao afirmar que a iniciativa da ANP provocaria o rompimento de “todos os acordos de Oslo”, o que na prática significa uma ameaça de liquidação da própria ANP.

Os crimes de lesa-humanidade praticados pelo Estado sionista israelense precisam ser denunciados e punidos. Iludem-se os agressores se imaginam que a escalada militar será um passeio. Que levem em conta as lições de 2006, quando foram fragorosamente derrotados pela Resistência libanesa, e tenham presente que há um novo quadro político regional, onde existem forças capazes de enfrentar sua arrogância e seus abusos.

Uma onda de solidariedade espalha-se pelo mundo em favor do povo palestino. No Brasil, esta solidariedade deve se expressar por meio da realização, de 28 de novembro a 1º de dezembro, do Fórum Social Mundial Palestina Livre, em Porto Alegre. Os movimentos sociais, as forças progressistas, as lideranças e partidos de esquerda têm um lado claramente definido nesta luta, a qual não admite meio termo. O anti-imperialismo e a oposição à política genocida do Estado sionista fazem parte da plataforma internacionalista dos comunistas e revolucionários. Condenar esses inimigos da humanidade é uma questão de justiça e um passo para a paz.

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