segunda-feira, 4 de março de 2013

E o blecaute no aeroporto privatizado?

Por Altamiro Borges

Na manhã de sábado, uma pane no sistema elétrico do aeroporto internacional de Brasília, um dos maiores do país, afetou pousos e decolagens das aeronaves. Centenas de passageiros não conseguiram embarcar. No final do dia, a Infraero contabilizou atrasos em 75 dos 128 voos programados. Outros dez voos foram cancelados. O blecaute no aeroporto privatizado não teve maior repercussão na mídia privatista. Imagine se o caos tivesse ocorrido num aeroporto que ainda não foi “concedido” à iniciativa privada!

A Inframérica, empresa que venceu a leilão de privatização do aeroporto em 2012, alegou que o blecaute decorreu da queda de energia. A desculpa foi rechaçada pela Central Elétrica de Brasília (CEB), que divulgou comunicado afirmando que não houve qualquer interrupção do fornecimento de energia ao terminal e atribuindo o blecaute a “questões internas do aeroporto”. Já a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou que investigará o incidente e que a empresa privada poderá ser multada em até R$ 1,6 milhão.

A Anac deu um prazo de sete dias para que a Inframérica apresente um plano para evitar novas falhas. Já o consórcio que administra o aeroporto afirmou que, “até o fim deste ano”, ele terá “linha de transmissão exclusiva” para prevenir novas falhas. Ainda segundo a empresa, o apagão de sábado ficou restrito ao terminal de passageiros, não afetando a segurança do tráfego aéreo. Mesmo assim, é bom a Anac, a Infraero e o governo Dilma ficarem espertos para evitar incidentes ainda mais graves.

Pelo menos, o Palácio do Planalto não precisará ficar preocupado com a cobertura negativa e escandalosa de futuros blecautes nos aeroportos sob “concessão”. Eles não ganharão as manchetes dos jornalões e nem os comentários raivosos dos “calunistas” da rádio e televisão. Afinal, a mídia privatista sempre defendeu a privatização, o chamado "livre mercado" e os lucros do capital. Acidentes ocorrem, não é mesmo?

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