quarta-feira, 31 de julho de 2013

O escândalo do metrô e da mídia

Por José Dirceu, em seu blog:

Como bem lembra uma reportagem do Brasil 247 , o escândalo da Siemens no metrô de São Paulo indica o mesmo “modus operandi” do escândalo envolvendo a Alstom, cujos executivos confessaram ter distribuído propinas de US$ 6,5 milhões a gente da administração estadual de São Paulo, em troca de um contrato de US$ 45 milhões para a expansão do metro, entre 1998 e 2001.

Na Suíça, nos Estados Unidos e no Zâmbia, já houve punições contra a empresa. No Brasil, nada ainda, apesar das provas já colhidas.

Mas, na grande imprensa, nenhum desses dois casos de corrupção parece chamar atenção. Eles são e foram praticamente ignorados. Omissão da mídia, censura autoimposta pelos donos dos meios, cumplicidade dos jornalistas que se calam? Onde estão os mercais doras e mirians?

Esses casos representam o uso sem pudor da mídia para a luta política e a cumplicidade com a corrupção assumida pelas empresas corruptoras. Onde estão os corruptos nos dois casos? Quem são? Estão nos autos que a imprensa oculta e censura do leitor, do cidadão.

Caso Alstom

O Brasil 247 relata que, na Suíça, a Alstom pagou à Justiça US$ 43,5 milhões para suspender o processo no qual era acusada de corrupção e lavagem de dinheiro no Brasil.

Nos Estados Unidos, em abril deste ano, um executivo da Alstom foi condenado à prisão por corromper funcionários públicos. Na Zâmbia, a multi teve de devolver US$ 9,5 milhões e ser punida com três anos de exclusão de licitações do Banco Mundial.

A reportagem diz que ambos os escândalos – Alstom e Siemens - indicam um mesmo modus operandi, “pelo tradicional sistema de garantia de vitória em licitação, superfaturamento de preço e sobra para pagamentos às pessoas certas. O primeiro caso remete diretamente para o segundo. Praticados os dois na longa gestão tucana ininterrupta de 18 anos no Estado. Todo o primeiríssimo comando do partido estava cacifado por cargos”.

CPTM

Ontem, um trem da Linha 7-Rubi descarrilou entre as estações Pirituba e Piqueri, em São Paulo. É um outro caso escondido nas páginas dos jornais e no noticiário. O descalabro da CPTM e a incúria tucana, ineficiência e incompetência juntas no mesmo governo...

1 comentários:

Anônimo disse...

Em épocas de privatização a disputa pelo poder é entre corretores ou compradores.
A conquista do poder em SP associa a busca do bem comum à privatização, a grandes obras, terceirização da mão de obra e equipamentos, entre estes a de carros.
Não se privatiza empresa tipo CDHU, que administra recursos federais repartindo em obras com empreiteiras na construção de moradias populares. Neste caso se compararmos os preços para construção de uma casa antes do tucanato com os praticados hoje, pode trazer surpresa. Seguro para afirmar que hoje chega pagar construção a 150 mil ou mais, moradia com a mesma área construída, em 2004 pagava 15 mil. Informação pública.
O desvio do dinheiro público só acontece pelas compras. A transferência de uma para outra conta se justifica numa nota parte integrante do processo de compra. Nem por isso, é ai que o tucanato passa por ingênuo.