sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A crise da direita brasileira

Por Emir Sader, no sítio Carta Maior:

É um fenômeno geral no continente: os governos progressistas deslocaram a direita e a ultra esquerda, que não encontram forma de acumular força. A ultra esquerda insiste em não reconhecer que a situação social desses países melhorou substancialmente, que deram passos importantes na contramão do modelo neoliberal, que têm uma politica externa que se opõem à dos EUA, que recuperaram o papel ativo do Estado. Ficam isolados dos processos que se dão em cada país e do grupo de governos progressistas na América Latina, que representam o contraponto internacional ao eixo neoliberal ainda hegemônico no capitalismo mundial. Não conseguem apoio em nenhum dos países com governos progressistas, frequentemente aparecem aliados à direita, considerando aqueles governos como seu inimigo principal.

A direita fracassou com seus governos neoliberais, leva esse peso nas costas – imaginem o que é carregar o peso de governos como os de Menem, Fujimori, Carlos Andrés Peres, FHC? Mas tampouco conseguiu uma nova identidade durante os governos progressistas. Em todos os países lhe faltam lideres, programa, apoio popular.

No Brasil, além da dificuldade do que fazer com o governo FHC – Serra e Alckmin tentaram distancias e não deu certo pra eles, Aécio tenta reivindicar FHC e, como se vê, não decola – não consegue lideres, nem programa. A velha mídia, sua ponta de lança e farol ideológico, mantem capacidade de gerar ou multiplicar circunstâncias, que geram certo desgaste nos governos, mas daí não se fortalecem lideres da direita.

Apesar da sua insistência – até porque não sabe fazer outra coisa -, o Serra é carta fora do baralho, sua validade já venceu. Aécio não consegue crescer, em nenhuma circunstância, nem com todo o beneplácito da mídia. Não dá confiança nem a seus correligionários mais fiéis – como é o caso de FHC agora. Não creem que ele tenha possibilidades de vitória e até corre o risco de ficar em terceiro lugar, consolidando a debacle dos tucanos.

O balão de ensaio do Joaquim Barbosa não funcionou, o mesmo aconteceu com o Eduardo Campos. As possibilidades eleitorais da Marina são limitadas porque, apesar do seu desempenho nas pesquisas, seu tempo de TV será exíguo e ela não conta com alianças nos estados, nem com bancadas de parlamentares. Além da falta de um programa minimamente apegado à realidade do Brasil.

Parece que a direita se contentaria com chegar a um segundo turno, com qualquer candidato, porque seu objetivo é: qualquer um, menos a Dilma. Muito pouco pelo estardalhaço da sua mídia.

3 comentários:

Anônimo disse...

As qualificações de, ultra, radical, extrema, tanto para a direita ou esquerda, está relacionado ao a verdadeira intenção do diabo, convencimento.
A direita, nos discursos de posse, só quando se tem oportunidade de ouvir o concreto, declara sem constrangimento o compromisso liberal para enxugar o estado. Sem restrição às comissões é claro.
De resto sobra a direita a disputa pelo poder, buscando o velho jogo catimbeiro de várzea, buscar irritar o adversário com ofensas e outras agressões.
Quando a classe que representa a direita conseguir apresentar uma proposta humanista, voltada ao bem do ser humano, não será mais direita.
Quando a esquerda apresentar uma proposta que atenda o humanismo sem precisar para isto fazer concessões glamorosas a riqueza, será realmente esquerda.

Anônimo disse...

Para quem é pobre e vive pelas periferias como eu, melhor que esta crise se agrave. Isto é garantia de vida para jovens, sem incêndios em favela de responsabilidades desconhecidas, sem redução de maioridade penal, é ter uma visão de um futuro melhor. A maldade Pinheirinho, acabar com a pobreza, matando o pobre.

Anônimo disse...

Marina: perigo à vista!