sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Cinco eixos para democratizar a mídia

Por Alexandre Haubrich, no blog Jornalismo B:

A democratização da comunicação há de ser parida. Com dor, com suor, com esforço. Há de ser lutada e, mais do que isso, os debates em torno de como deve ser gerada são fundamentais para que nasça com o mínimo de distorções possíveis, como um passo o mais seguro possível em direção à democracia não apenas neste setor, mas em toda a sociedade.

Entendemos cinco eixos como fundamentais para levar a cabo esse combate, cada um deles com desdobramentos ou sub-eixos que igualmente devem ser desenvolvidos. Esses eixos precisam ser amadurecidos pelo conjunto de militantes, e que não podem ser considerados ou tratados de forma isolada. Dialogam de forma natural e inseparável, e só podem ser individualizados com fins didáticos, para que ações práticas sejam formuladas em cada um desses sentidos. São eles:

1. Fortalecimento dos veículos alternativos enquanto individualidades e enquanto conjunto – avançar em formas de financiamento, produção de conteúdo, qualificação dos materiais produzidos; encontrar pontos de intersecção para fortalecer a unidade, construir coberturas colaborativas e troca constante de conteúdo e divulgação.

2. Fomento à criação de novos veículos – Para uma mídia verdadeiramente combativa não basta a busca pelo fortalecimento dos próprios veículos. É preciso ir além, pensar de forma colaborativa e solidária, e, assim, amparar das mais diversas formas a construção de mais e mais espaços de comunicação alternativa, tanto através de ações diretas (promoção de oficinas e apoio na estruturação de veículos, por exemplo) como através de pressões por leis que garantam o acesso da mídia alternativa a apoio financeiro e logístico do Estado.

3. Atacar o controle dos conglomerados de mídia – é fundamental a compreensão de que não basta fortalecer os meios alternativos, é necessário enfraquecer os grupos empresariais que, via abuso de poder econômico e político, controlam a comunicação no país. Esse ataque pode se dar através de convocação de atos, denúncia de práticas de manipulação e controle, construção de análises que demonstrem a forma de atuação desses conglomerados, sua vocação monopólica e a barreira criada por esse domínio à liberdade de comunicação, expressão e informação.

4. Pressão sobre o Estado – é dever do Estado garantir a liberdade de expressão e cumprir o que determina a Constituição da República. A quase totalidade dos artigos da Carta que versam sobre a Comunicação Social não está regulamentada, o que representa um vácuo legal que acaba criando a possibilidade de abusos e absurdos como o controle de quase toda a informação que circula no país por apenas nove famílias.

5. Expansão do debate sobre o tema à toda a sociedade – o conjunto da população precisa apropriar-se da temática da comunicação, questão central na disputa social em defesa da democracia real. Expandir a consciência de que cada um é um comunicador em potencial e de que todos têm direito a plataformas de expressão é atuar pela emancipação popular e dos indivíduos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Subrayo la fundamental importancia del punto nro.3

Anônimo disse...

O entendimento de sociedade humana deve considerar a democracia, e, a ética deve se limitar ao respeito pela discussão, pelas liberdades, pela propriedade pública. Que os pequenos possam ter as mesmas oportunidades que os grandes, que os grandes possam ser grandes pelo seus méritos empresariais e não pelo prejuízo do pequeno nos fatiamentos orçamentários, nos favorecimentos ilegais.
O modelo que conhecemos é o de um cartel conservador, reacionário, que impõe severa censura ao direito de saber, de conhecer, pelo direito que ele tem de só informar pelo preço. O quanto vale a notícia: divulgada ou na gaveta? É imoral.
É imperativo que se tenha uma lei compatível com a sociedade humana que temo por objetivo construir, uma sociedade, único legado para o amanhã, porque não para o hoje a tarde. Esperar para depois, é esperar pelo próximo presidente. O tempo é este ou tudo se vai e mais uma vez nada se fez.
O comprometimento ético quando se vive com esta debilidade moral, não escolhe ninguém, uma sonegação na própria mídia acaba comprometendo fiscalização, quem deu, quem devia saber, quem soube e se escondeu. O mesmo quando um escândalo da corrupção consegue furar o bloqueio.
Acredito na mídia progressista, na sua força de inovação, na sua solidariedade, na capacidade de vida a partir de uma rádio corredor pra começar.