quarta-feira, 14 de maio de 2014

Lula ataca os "bonecos de ventríloquo"

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

O ex-presidente Lula entrou pra valer no debate sobre a Reforma das Comunicações no Brasil. A fase do “controle remoto” e do omelete com Ana Maria Braga parece ter ficado pra trás.

Já não se trata de emitir sinais em conversas fechadas. Lula falou sobre o tema de forma direta, e dura, durante o Congresso dos Jornais do Interior - realizado em Brasília. Atacou a subserviência da mídia brasileira ao modelo neoliberal dos anos 90:


“Dizem que perdemos o rumo e devemos seguir o exemplo de países obedientes à cartilha deles. Mas esquecem que desde 2008, enquanto o mundo destruiu 62 milhões de postos de trabalho, o Brasil criou mais de 10 milhões de novos empregos. O que eu lamento é que alguns jornalistas brasileiros fiquem repetindo notícias erradas que vêm de fora, como bonecos de ventríloquo.”


E defendeu, claramente, uma Lei de Meios:

"Aprimorar a democracia significa também garantir ao cidadão o direito à informação correta e ao conhecimento da diversidade de ideias, numa sociedade plural. Esse tema passa pela construção do marco regulatório da comunicação eletrônica".

É pena que essa postura ofensiva tenha vindo tão tarde. Mas não tarde demais. Lula, em seu segundo mandato, já havia adotado medidas importantes: convocou a Confecom (Conferência de Comunicação), distribuiu verbas oficias de publicidade de forma mais ampla (antes de Lula, apenas 249 rádios e jornais recebiam anúncios; em 2009, o governo federal já estava anunciando em 4.692 rádios e jornais de todo o país), deu entrevista a blogueiros dentro do Palácio em 2010, e ainda pediu que Franklin Martins preparasse um projeto de Regulação da Mídia.

No governo Dilma, o projeto não andou. Não houve outra Confecom. A Secretaria de Comunicação foi entregue a Helena Chagas e ao atucanado Roberto Messias (que, aliás, segue na Secom).

Dilma preferiu se concentrar na batalha dos juros. Sem perceber que, ao evitar a batalha da comunicação, perderia também a luta para reduzir os juros. Justamente, porque a velha mídia brasileira é associada aos bancos e ao sistema financeiro, é associada ao rentismo – que precisa de juros como o vampiro precisa de sangue.

Lula e o PT demoraram pra perceber que a Comunicação deve estar no centro do debate. Mas esse agora é um debate sem volta. Na próxima sexta, Lula estará no IV Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, em São Paulo.

A velha mídia vai cair de pau. As posições ficam cada vez mais claras:  Globo/Abril/Folha/PSDB/DEM/banqueiros formam um bloco sólido, que tenta reocupar o governo central. A velha mídia é o núcleo duro do campo inimigo.

Não chega a ser novidade: o líder da oposição a Vargas era Lacerda – dono do principal jornal de oposição, secundado por Robert Marinho. “O Globo” e a “Tribuna da Imprensa” foram queimados pela massa enfurecida quando levaram Vargas ao suicídio em 1954.

Os lacerdinhas de hoje são os jabores, sherazades, mervais e outros que tais - como o Sardemberg, único locutor gago do rádio brasileiro. O Brasil evoluiu. Não é preciso queimar a Globo. Basta aprovar uma lei de comunicação para quebrar o oligopólio da família Marinho.

É preciso travar essa batalha. Não há escolha. Lula e o PT evitaram o confronto direto durante anos. Mas o confronto veio até eles.

2 comentários:

Unknown disse...

Não confundam com uma defesa do Zé Dirceu e do Zé Genuíno, nem com um persuadere, consilium, para tanto, mas também serve como ponto de partida. Aqui neste último comentário, de minha despedida inclusive de leituras dos BlogProg´s. Justamente sobre o "Quarto Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais". Quando me vejo obrigado a abandoná-los com meus comentários, talvez porque não sejam à Bessa, o agora, beça, por conta de um, agora sim, para persuadere sobre multimídias, especificamente sobre Rádio e Tv. Que deixei aqui em dois artigos e não foram publicados a tempo de questionarem o Lula sobre isto.
Da defesa de Zé Dirceu e Zé Genuíno, como ao acima, ab ovo, a Deo rex, a rege lex. Ad perpetuam rei memoriam por um amicus curiae a quo. Esquecendo que lex est quod populus iubet atque constituit.
Porque ubi lex voluit dixit, ubi noluit tacuit.
Não apresentar meu projeto, simples como foi descrito e deixando as partes técnicas envolvidas para os engenheiros especialistas não dá em nada, pois, do Astral Superior, vigilavit iustitiae oculus.
Quem sabe o PROJETO escrito assim tivesse sido publicado e levado ao conhecimento do Lula ao vivo.
Que Deus os ilumine, para que não patinem até seus últimos dias na mesma tecla. E lhes dê coragem para darem saltos mais altos e partirem para cima também dos Dragões Lula e Dilma! Exigindo investimentos menos burocráticos em todo tipo de cultura, como por exemplo; cinema, teatro, folclore, música, programas de, e, Rádios e TV´s para todos os cidadãos.
Aproveitem, comecem aqui, publicando este protesto juntamente com o projeto.
Adeus!
José da Mota.

Unknown disse...

Lula lá! e Altamiro Borges.
Cá eu pensando, não com meus botões, com o meu cérebro se é que o pensamento vem de lá, para o cá.
Na dúvida do nem lá nem cá, disfarçadamente apalpei-os, os botões, com receio. E encontrei a solução, um projeto, não nos botões, mas no pensamento e repito em letras maiúsculas, UM PROJETO de TV e RÁDIO, independentes, para o fim do monopólio midiático televisivo e a abertura desta mídia para todos, democraticamente. Apresentado logo abaixo e em poucas linhas. Porém é crucial que se diga que estamos estabelecendo poderes iguais, como deve ser em uma democracia.
Bem simples, o PROJETO. É só querer realizá-lo e o teremos o mais breve possível, produzindo telejornais de iguais níveis dos grandes conglomerados da televisão brasileira, feitos por profissionais independentes, antes mesmo das eleições.
Chega desse papo de próximo pleito para isso e aquilo, como a lei de Médios.
Pois este projeto trará divergências de opiniões, o que é bom e importante, e mais, com investigação profunda e veracidade dos fatos. Nada mais de notícias inventadas ou camufladas por verdades meio ditas ou distorcidas por alguns que só estão em busca do poder político e financeiro.
Agora, deixo a questão política de lado e vou a ele sem falsa-modéstia divulgado aqui, o Projeto, que de tamanha simplicidade pode não tocar o coração dos menos atentos que só dão valor para a fala difícil, mas só a princípio, mais a frente se renderão a sua perfeição ainda que para isso tenham que pegar emprestado o que foi dito com naturalidade e perfeição por fazer parte de sua formação intelectual, a seguinte frase do Ex-Ministro e poeta Carlos Ayres Brito “A proposta parece um salto triplo carpado hermenêutico:.”, sem mesmo saberem o que esta frase quer dizer para qualquer contexto que seja.
Porque o projeto se baseia em simplesmente o Governo Federal Instalar antenas de recepção e transmissão de sinais de rádio e televisão que abrangerão de Norte a Sul e de Leste a Oeste. Não havendo verba para tudo imediatamente, parcelem o projeto, comecem por uma ou mais das grandes metrópoles. E também distribuam para comunidades, cidadãos e profissionais da área, os equipamentos para que façam as produções dos materiais que serão transmitidos e recebidos por todos os brasileiros e até estrangeiros de países vizinhos.
O projeto pode se chamar, com licença poética, a Verdadeira Versão dos Fatos, ou, a Contra-Informação dos Boatos.
Simples. Não!? Basta à esquerda e dentre ela principalmente o PT, que tanto reclamam da perseguição da mídia e têm maioria na câmara e no senado, votarem.
Peçam a Manuela d´Ávila ou Demóstenes Torres ou porque não, os dois, redigirem e apresentarem o projeto para ser votado o quanto antes possível, em no máximo quinze dias dá para se fazer isto. E vão concorrer de igual para igual com os grandes, sem tirar patrimônio de ninguém, refiro-me daqueles que os tem de direito, claro.
Querer... Querer... Querer... É... O verdadeiro poder.
Este projeto abrange todo tipo de produções, nacionais e regionais, em seu amplo aspecto. Desde jornalismo independente, projetos culturais envolvendo folclores locais, músicas, teatros, cinemas, TV, multimídias e etcétara e tal, que não fazem parte, ou raramente tem uma única e rapidíssima divulgação, no circuito das grandes mídias que somente visam a lavagem cerebral do povo em seu benefício.
Alimentem seus quereres, que podem. Já!
Por que esperaram tanto? E por que esperam agora?
José da Mota.