sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O que fazer com Aécio Neves?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A candidatura Aécio Neves acabou faz tempo.

Só agora, porém, os institutos de pesquisa começam a admitir sua queda e, nos números, a escrever seu atestado de óbito eleitoral.

Com total sem-cerimônia, Marina Silva tomou-lhe o lugar entre os mais ricos e instruídos.

O grupo onde está aquele pessoal que, como se sabe, não precisa do Governo para viver, apenas para ganhar dinheiro.

Que, de bom grado, aboliria o Estado, mantendo apenas o Banco Central.

Agora, para esta parte da elite mais dotada de “espírito animal” – predadora, portanto – é Marina.

A eles, tripé macroeconômico e BC autônomo; ao povo, Malafaia.

É claro que nem todo mundo que ganha razoavelmente bem – dizer que quem tem R$ 8 mil de renda familiar é rico é uma piada que só no Brasil faz sentido – e instruído pensa assim é uma bobagem e uma injustiça.

O fato é que Aécio, que sempre foi pequeno entre os mais pobres, ananicou-se também naqueles grupos.

E candidato, quando despenca, ninguém segura. Ou melhor, ninguém quer segurar.

O “problema” é que um exame mais detido dos dados desagregados do Datafolha, mesmo com todos os “ajustes” que sofrem, mostram um fenômeno preocupante em relação a Marina Silva.



À exceção da faixa de mais de dez salários mínimos, ela cai ou para de crescer em todas as outras.

Acabou o combustível do foguete.

E foguete, a gente sabe, quando acaba o combustível, se não chegou a entrar em órbita…

Aí é que entra o dilema Aécio Neves.

Morto politicamente não pode virar opção para um eventual refluxo da onda.

No Datafolha passado, 64% dos seus eleitores prefeririam Marina no 2° turno; neste 59%. Já para Dilma iriam, antes, 18% e agora 24%.

Recorde-se que é de apenas uma semana a diferença entre as pesquisas.

Marina não pode cair se não tiver um colchão tucano que apare suas perdas.

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