sexta-feira, 5 de junho de 2015

'Ronalducho', o fenômeno do oportunismo

Por Altamiro Borges

O ex-craque Ronaldo – que José Simão apelidou carinhosamente de "Ronalducho" – é realmente um fenômeno. Fenômeno do oportunismo e do cinismo! Como centenas de fotos e vídeos comprovam, o jogador sempre manteve íntimas relações com os chefões da Fifa e da CBF. Na Copa do Mundo do ano passado, ele inclusive foi presenteado pelos dois organismos com o cargo de chefão do Comitê Organizador Local – o que lhe rendeu muita grana em anúncios publicitários. Segundo o fofoqueiro Lauro Jardim, da "Veja", a sua proximidade com os cartolas do futebol era tanta que ele alugou seu apartamento de cobertura na praia do Leblon (RJ) para Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, pela modesta quantia de R$ 150 mil mensais. 

Só que o mundo dá voltas e deixa alguns oportunistas pendurados na brocha. Nos últimos dias, caiu a máscara da máfia do fubebol, acusada de envolvimento num bilionário esquema de propinas. Sete mafiosos foram presos na Suíça, inclusive o ex-presidente da CBF, José Maria Marin – amigo de "Ronalducho". Jérôme Valcke, seu rico locatário, também foi denunciado como chefão do esquema. Já Ricardo Teixeira, outro "comprade" do ex-craque, está com os dias contados. Temendo sofrer os efeitos do desmonte – ou coisa ainda pior –, Ronaldo apressou-se em condenar a corrupção na Fifa e a pedir a cabeça do atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero – outro chegado seu.

É certo que pouca gente ainda acredita nas bravatas de "Ronalducho". Na Copa do Mundo de 2014, ele mudou de posição três vezes. No início, quando enchia os bolsos de grana, ele foi só elogios aos preparativos da competição. Na sequência, já envolvido no clima da disputa presidencial, ele afirmou sentir "vergonha" do Brasil. Depois, com o êxito do torneio – fora dos gramados –, o ex-craque voltou a elogiar a infra-estrutura do evento. 

Se no terreno esportivo são conhecidas suas opiniões tresloucadas e oportunistas, no campo da política a sua postura é patética. Ele apoiou o cambaleante Aécio Neves, seu amigo de baladas cariocas, nas eleições do ano passado... o que é um direito dele. Na sequência, saiu às ruas com os grupelhos fascistóides para pedir o impeachment de Dilma por "corrupção". Será que agora "Ronalducho" convocará uma marcha pela prisão dos seus amigos da Fifa e da CBF?

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