domingo, 13 de setembro de 2015

Rebaixada pela S&P, Globo radicaliza!

Por Altamiro Borges

A bilionária famiglia Marinho, dona do Grupo Globo, parece que está desesperada e desembestou de vez. As tiragens do seu jornal (O Globo) e da sua revista (Época) estão em queda. A audiência da sua tevê aberta sofre abalos semanais; já os seus canais por assinatura concorrem com centenas de rivais. Como consequência, o faturamento em anúncios publicitários despenca. Prova destas dificuldades, decorrentes da explosão da internet e da perda de credibilidade de seus veículos, a agência de risco Standard&Poor's rebaixou a sua nota nesta semana. A mídia fez baita escarcéu com a nota da S&P para o Brasil, mas deixou - talvez por cumplicidade - de divulgar as agruras do império global.

Neste cenário desolador - que até agora não afetou os lucros dos três filhos de Roberto Marinho, mas que já desempregou muitos profissionais -, a Rede Globo parece que decidiu politizar ainda mais sua ação para interferir nos rumos do país e obter novas benesses do poder. Confirmado este diagnóstico, a tendência é que ela radicalize sua linha editorial no próximo período. Nas suas emissoras e afiliadas de tevê, que são concessões públicas, ainda há certa cautela. As opiniões mais raivosas ficam por conta dos "comentaristas" de plantão. Já no jornal e, principalmente, na revista, a direitização é cada dia mais evidente. Os impressos fazem de tudo para "sangrar" Dilma e "matar" Lula.

Na edição desta semana, a Época - que parece disputar o título de "detrito sólido de maré baixa" com a Veja - voltou à carga com ódio. Numa "reporcagem" leviana, ela acusa: "Lula é suspeito de ter se beneficiado do 'petrolão' para obter vantagens pessoais". Assinada pelo jornalista-jagunço Filipe Coutinho, ela se baseia em mais um "vazamento seletivo" da Polícia Federal, no qual o delegado Josélio Sousa solicita que o ex-presidente seja ouvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na midiática Operação Lava-Jato. O pedido é dos mais ridículos, sem qualquer consistência.  

"O documento, enviado ao STF na quarta-feira, é assinado pelo delegado Josélio Sousa, do grupo da PF em Brasília que atua no caso. Assim escreveu o delegado: 'Atenta ao aspecto político, a presente investigação não pode se furtar de trazer à luz da apuração dos fatos a pessoa do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva que, na condição de mandatário máximo do país, pode ter sido beneficiado [grifo meu] pelo esquema em curso na Petrobras, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de base de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos na referida estatal'". O documento risível, que serve de capa para a Época, ainda conclui que "não há elementos concretos que provem a sua participação".

Diante do absurdo do pedido e da "reporcagem", o ex-presidente, que se encontrava em Buenos Aires para receber homenagens, ironizou: "Não me comunicaram, mas apenas aos jornalistas". Esta não é a primeira patifaria nesta fase recente da Época, sempre em conluio com agentes da PF e do Ministério Público Federal. Em meados de agosto, ela fez outra maldade: "Documentos secretos mostram como Lula intermediou negócios da Odebrecht em Cuba". A "reporcagem" não durou uma semana. Nem os outros veículos, também golpistas, embarcaram nesta denúncia vazia. Diante de tantas leviandades, o ex-presidente inclusive já ingressou com ação na justiça contra os serviçais da famiglia Marinho:

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Lula solicita reparação de danos morais contra a revista Época

"Erros factuais, mesmo os pequenos, são inadmissíveis. Por eles, peço humildemente desculpas - sempre pedi e sempre pedirei." - Diego Escosteguy, editor-chefe da Época, ao pedir desculpas para Joaquim Barbosa, em março de 2014

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou com ação, na semana passada, por reparação de danos morais contra os jornalistas Diego Escosteguy, Thiago Bronzatto e Filipe Coutinho, todos da revista Época. Bronzatto e Coutinho são os repórteres que assinam as oito páginas de reportagens da edição de 20 de abril que acusam Lula de ser operador de esquema de corrupção; Escosteguy é editor-chefe da publicação semanal da Editora Globo.

“A matéria está repleta de falácias e afirmações vis – todas, sem exceção de uma sequer – divorciadas das práticas éticas e sensatas do bom jornalismo. [Os autores da reportagem] imputaram a Lula a prática de conduta criminosa sem um fiapo sequer de prova”, afirma a ação, protocolada na 12ª Vara Cível de Brasília no último dia 21 de agosto.

O Instituto Lula expôs as inúmeras incorreções das reportagens, em detalhes, em esclarecimento público intitulado “As sete mentiras da capa de Época sobre Lula”. Em resposta, a revista Época reafirmou as informações publicadas de forma genérica, apesar dos sinais óbvios de problemas de texto e apuração, nunca reconhecido pela revista.

Em março de 2014, quando publicamente questionado pelo então ministro do STF Joaquim Barbosa sobre mentiras publicadas em outra edição de Época, o editor-chefe de Época se retratou em público rapidamente. “Erros factuais, mesmo os pequenos, são inadmissíveis. Por eles, peço humildemente desculpas - sempre pedi e sempre pedirei”, escreveu, no período, em seu Twitter.

A argumentação dos advogados de Lula também ressalta o sensacionalismo com que as informações, ainda que falsas, foram tratadas: “tudo, das chamadas ao texto inserto na capa, foi organizado e planejado para que a revista tivesse grande repercussão na sociedade. E, de fato, teve. Não pelos méritos de uma reportagem bem elaborada, mas por uma estratégia de usar a mentira como forma de obter indevido destaque, grande divulgação e venda”.

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Já no mês passado, o ex-presidente também acionou criminalmente o jornal O Globo. Vale conferir:

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Lula entra com ação contra O Globo por conta de mentiras sobre triplex no Guarujá

São Paulo, 19 de agosto de 2015,

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou nesta terça-feira (18) com uma ação pedindo reparação por danos morais contra matéria publicada pelo jornal O Globo, intitulada “Dinheiro liga doleiro da Lava-Jato à obra de prédio de Lula”. O diário carioca publicou no dia 12 de agosto uma reportagem na qual afirma que o ex-presidente seria dono de um apartamento triplex no Edifício Solaris, no Guarujá (SP), e que o empreendimento estaria ligado de alguma forma ao doleiro Alberto Youssef.

Antes da publicação do artigo, o Instituto Lula esclareceu ao jornalista que Marisa Letícia, esposa do ex-presidente, adquiriu a prestações uma cota no empreendimento e que a família do ex-presidente não tem nenhum apartamento, quanto menos um tríplex. Não foi a primeira vez que isso foi esclarecido a este repórter e o jornal carioca optou por dar continuidade a mentira que vem repetindo desde dezembro do ano passado.

O autor da matéria insistiu na versão mentirosa, com amplo destaque tanto na versão impressa do jornal, quanto na internet. O Instituto Lula respondeu ao Globo em nota no dia 14: “Lula não tem apartamento no Guarujá. E se tivesse?”.

Em sua edição de sábado (15 de agosto), o jornal tentou justificar a atribuição da propriedade do imóvel pelo ex-presidente por informações passadas pela “vizinhança”, ou seja, fez um jornalismo baseado em fofocas de corredor de prédio.

A ação demonstra que a matéria teve claro caráter difamatório e o mero registro burocrático do outro lado não compensa os danos morais causados pela veiculação de graves mentiras. Que foram criadas relações que não existem entre uma cota de empreendimento adquirida a prestações pela família do ex-presidente e Alberto Youssef, criminoso reincidente.

Segue anexa íntegra da ação. Recomendamos a leitura para a compreensão do caso e a percepção da gravidade das ilações e erros jornalísticos cometidos pelos jornalistas de O Globo.

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