quinta-feira, 7 de julho de 2016

Pressão derruba o “general da Funai”

Foto: Victo Pires/ISA

Por Altamiro Borges

Antes mesmo de tomar posse, mais um "notável" do covil golpista de Michel Temer é defenestrado. Desta vez foi o general da reserva Sebastião Roberto Peternelli, que havia sido indicado para presidir a Fundação Nacional do Índio (Funai). Após a enérgica reação das comunidades indígenas e da repercussão negativa na imprensa internacional, o truculento ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou nesta quarta-feira (6) que o viúvo da ditadura militar não assumirá mais a pasta. “Não há nenhum óbice ou veto pessoal ao nome que foi indicado pelo PSC, mas não será ele o presidente da Funai. Estamos em negociação com outro tipo de perfil”, justificou, constrangido, o ministro interino. De recuo em recuo, o Judas Michel Temer vai mostrando sua fragilidade!

A nomeação de Sebastião Roberto Peternelli para um cargo tão sensível confirmou o caráter fascistizante do governo golpista. O general é conhecido por suas posições autoritárias. Em várias ocasiões, ele explicitou sua mentalidade reacionária de saudoso da ditadura. Em março passado, por exemplo, ele postou em sua página na internet uma homenagem ao golpe de 1964: “52 anos que o Brasil foi livre do maldito comunismo. Viva nossos bravos militares! O Brasil nunca vai ser comunista". Exatamente por este perfil fascistoide, ele foi indicado para presidir a Funai, o órgão que cuida dos conflitos indígenas em terras griladas por latifundiários. Segundo um levantamento da Comissão Nacional da Verdade, cerca de 8 mil índios foram mortos durante a ditadura militar no país.

No balcão de negócios que virou o Palácio do Planalto assaltado pelos usurpadores, o general foi indicado pelo PSC – o partido de Jair Bolsonaro, de Marco Feliciano e de outros trastes fascistas. Nas eleições de 2014, Sebastião Roberto Peternelli já havia tentado uma vaga na Câmara Federal, mas obteve 10.953 e não se elegeu. Na ocasião, ele fez campanha aberta nas redes sociais em defesa do cambaleante Aécio Neves e instou o presidenciável tucano a falar sobre “a infiltração cubana” no programa “Mais Médicos”. Sua indicação para a Funai foi apresentada pelo presidente nacional do PSC, o caricato Pastor Everaldo – o líder evangélico mais sujo do que pau de galinheiro. O Judas Michel Temer aceitou a sugestão, mas novamente foi obrigado a recuar, colhendo novo desgaste.

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