domingo, 7 de agosto de 2016

A intolerância nas redes sociais do Brasil

No site do FNDC:

Estudo realizado entre os meses de abril e junho pelo Comunica Que Muda, plataforma digital da agência nova/sb, monitorou a internet e encontrou dez tipos principais de intolerâncias praticadas pelos brasileiros na internet. No total, foram analisadas 393.284 menções feitas por internautas de todo o país no Facebook, Twitter e Instagram e também em páginas de blogs e comentários de sites da internet.

Expressões como cabelo ruim, gordo, vagabundo, retardado mental, boiola, malcomida, golpista, velho e nega predominam as nuvens de palavras encontradas em posts que revelam todo tipo de intransigência ao outro, em relação a aparência, classes sociais, deficiências, homofobia, misoginia, política, idade, raça, religião e xenofobia.

Com o auxílio de um software de monitoramento, o Torabit, a equipe do Comunica Que Muda concluiu que a intolerância de maior audiência no Brasil é a política, com quase 220 mil menções; mais de quatro vezes superior à misoginia, que aparece em segundo lugar (50 mil menções); seguida por preconceitos relacionados a deficiência, aparência e raça. O Rio de Janeiro é o estado com maior volume de postagens intolerantes no país, seguido por São Paulo e Minas Gerais. Em termos relativos, na proporção com o número de habitantes, o Distrito Federal lidera o ranking.

“A intolerância nas redes é resultado direto de desigualdades e preconceitos sociais em geral, não é uma invenção da internet. O que ocorre é que o ambiente em rede facilita que cada um solte seus demônios, ao dar a sensação de um pretenso anonimato. O mundo virtual é, portanto, mais uma forma para que os intolerantes se manifestem e ampliem o seu alcance”, destaca Bob Vieira da Costa, sócio-fundador da agência nova/sb.

Dados da ONG Safernet mostram que denúncias contra páginas que divulgaram conteúdo do tipo cresceram mais de 200% no país. “No primeiro momento, parece que a internet criou uma onda de intolerância. Mas o fato é que as redes sociais apenas amplificaram discursos existentes no nosso dia a dia. No fundo, as pessoas são as mesmas, nas ruas e nas redes”, completa a agência.

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