domingo, 28 de agosto de 2016

Judas Temer prepara o golpe trabalhista

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira (25), após participar do seminário comemorativo dos 75 anos da Justiça do Trabalho, no Rio de Janeiro, o "ministro" Ronaldo Nogueira informou à imprensa que o governo golpista vai enviar ao Congresso Nacional, "na primeira quinzena de dezembro", a sua proposta de reforma das leis trabalhistas. Na maior caradura, ele jurou: "Quero reiterar aqui, até para que não tenha nenhuma especulação por parte de alguns setores que são mal intencionados: direito você não revoga, direito você aprimora. Trabalhador não corre nenhum risco de perder direito". Será que algum "midiota" acredita nesta bravata do "ministro interino do Trabalho" e deputado federal do PTB gaúcho?

No documento "Ponte para o futuro", também batizado de "pinguela para o inferno", o Judas Michel Temer defendeu a "prevalência do negociado sobre o legislado" - o que significa a extinção total da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) -, a ampliação da terceirização para as atividades fins e a reforma previdenciária que eleva o tempo de aposentadoria. As forças empresariais que financiaram o "golpe dos corruptos" também pregam a chamada "flexibilização trabalhista" - com o aumento da jornada de trabalho, o fatiamento das férias e o fim do 13º salário e de outros direitos. O presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) já chegou a falar em jornada de 80 horas semanais.

Já a mídia patronal está em plena campanha por uma reforma trabalhista "radical". A Rede Globo já produziu matérias marotas para criticar o "atraso" da legislação brasileira, que "emperra a produção" e "trava o crescimento econômico". O oligárquico jornal Estadão, que sempre detestou a CLT, está excitado com a possibilidade de concretizar o seu velho sonho. Em editorial publicado no início de agosto, a Folha decretou que a legislação trabalhista do país é "obsoleta e excludente". Apesar do coro patronal, o "sinistro" Ronaldo Nogueira jura que "o trabalhador não corre nenhum risco'.   

No evento, ele garantiu que o eixo da reforma trabalhista do covil golpista será "trazer segurança jurídica" às empresas. E afirmou em tom demagógico: "O trabalhador não será traído pelo ministro do Trabalho". Ele também adiantou "estamos trabalhado um novo marco regulatório da atividade sindical", sem dar detalhes das propostas em estudo. O boato que corre, porém, é de que o governo golpista pretende aumentar o controle sobre os sindicatos e redefinir os critérios para o seu financiamento. A experiência mundial e brasileira demonstra que o neoliberalismo não combina com democracia - o que deve servir de alerta para os sindicalistas, inclusive para os que traíram a sua classe!

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2 comentários:

Alexandre Figueiredo disse...

"O trabalhador não será traído pelo ministro do Trabalho". Concordo totalmente. O trabalhador já foi traído pelo presidente Temer, o que o ministro do Trabalho vai fazer é "completar o serviço".

Para eles deve ser bonito o surfista negociar com o tubarão, que é o que teremos em breve.

marcosomag disse...

Consciente da situação trágica do Brasil após a consumação do Golpe, escreví um texto chamado "Com o Golpe, o Haiti é aqui".

Programas sociais liqüidados um a um. A mais recente vítima foi o "Brasil Alfabetizado". Os golpistas em sua lógica neoliberal consideram que brasileiros adultos são casos perdidos para a educação básica. Se nem possuidores de diplomas universitários conseguirão emprego no modelo econômico que pretendem implantar no Brasil, para que investir na educação básica de adultos? Para que descubram através dos livros divergentes a causa dos seus problemas? Não é algo que seja conveniente aos ditadores de plantão.

Depois, a redução do "Bolsa Família" a um "programa-piloto". Tudo de acordo com os ditames dos "clássicos" neoliberais que são os livros de cabeceira dos reacionários que agora mandam no Brasil. Assim ocorrerá com todos os outros programas sociais: redução, privatização ou extinção. Os que ainda permanecerem atenderão a 0,001% dos necessitados. Terão serventia política para serem apresentados em contraponto ao discurso da esquerda nos horários eleitorais gratuitos e assim, amenizarem os remorsos da classe média reacionária que apóia o Golpe e apoiará o novo Regime.

Na economia, privatização de tudo em negociatas que fariam constranger o próprio Al Capone. Agências "reguladoras" cosméticas foram criadas no período "tucano" no Planalto para "dourar a pílula" da privatização perante o público assustado com os monopólios particulares que foram implantados no setores econômicos então privatizados. Agora, com o discurso de direita mais arraigado na classe média por obra dos "movimentos" financiados pelos NED e pela mídia, também treinada por "think thanks" pagos com US dólar via Instituto Millenium, as tais agências serão abandonadas e o saqueio da população por grandes grupos econômicos em setores como saneamento, saúde e educação será escancarado.

Perderemos as últimas instituições estratégicas para um projeto nacional brasileiro na economia: a Petrobrás e o BNDES. A primeira será sucateada, fatiada e depois, entregue para petroleiras estrangeiras por preço vil em meio a muitíssima corrupção em benefício dos setores políticos envolvidos na implantação e manutenção do Regime. O segundo deverá perder o "S" da sigla, rotulado de "demagógico" pela direita no Poder. Após o futuro BNDE ser usado para negociatas corruptas no processo de liqüidação do restante do patrimônio público brasileiro, será também vítima da privatização, e a imprensa corrupta e seus bonecos-de-ventriloqüo irão vaticinar que ele "cumpriu a sua missão".

A população, à exceção de setores médios beneficiários das negociatas privatistas e da expulsão dos pobres do ensino superior, estará crescentemente desempregada, sem acesso universal a qualquer serviço básico e sem qualquer boa perspecitva. As suas "alternativas" de sobrevivência serão a mendicância, entrar no crime (muitas vezes, facções criminosas) ou tentar trabalhar como ambulante. Em todas as "alternativas" citadas, sendo reprimida pela polícia com total apoio da imprensa corruptas e seus apresentadores carniceiros de "telejornais" de fim de tarde.

Quando acabar o petróleo do Pré-Sal, os princípios ativos da "nossa" biodiversidade estiverem todos patenteados no estrangeiro e o solo esgotado pela agricultura extensiva dos "ruralistas" ficaremos apenas com a impagável conta da hecatombe ambiental causada pelas petroleiras estrangeiras e 240 milhões de haitianos, digo, brasileiros desesperados