quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A seleção brasileira do golpe

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                              

Em um país no qual o futebol é um dos traços mais marcantes de sua cultura, fazer analogias entre outros assuntos e o nobre esporte bretão é uma verdadeira mania nacional. Então, por que não escalar os "artistas do espetáculo" que mais se destacaram na peleja que culminou no golpe midiático-judicial-parlamentar?

De cara um obstáculo precisou ser vencido. Lembrando os tempos de ouro do futebol brasileiro, quando os treinadores penavam para selecionar os melhores, tamanho era o leque de opções de qualidade, também aqui escalar apenas 11 foi uma proeza, diante da fartura de golpistas destacados.

Por isso, além dos 11 titulares, apontei também um time reserva completo, mas ainda ficou muita gente de fora. Entre os titulares, na tentativa de retratar da forma mais fiel possível a realidade, misturei pessoas físicas e instituições. Segue a lista completa, acompanhada de um breve comentário sobre a atuação de cada um:

Diretor-técnico : Michel Temer

Chegou à condição de chefe da comissão técnica ao não hesitar em apunhalar pelas costas sua companheira de chapa em duas eleições consecutivas. Como todo traidor que se preze, prefere agir nas sombras. Mas a galera está nas ruas exigindo sua cabeça.

Treinador : João Roberto Marinho, representando o monopólio midiático
Durante todo o jogo sujo que culminou na quartelada parlamentar, definiu as melhores táticas e estratégias da equipe. Desde logo, avisou aos seus comandados que o campeonato só seria vencido com golpes abaixo da linha da cintura.

Goleiro : Supremo Tribunal Federal
Não deixou passar nada, bloqueando todos os recursos apresentados pelo adversário legalista, que alegava violação das regras para interromper a disputa. No mais, assistiu a tudo passivamente, esbanjando omissão. Por fim, escalou seu então presidente para apitar a partida final.

Lateral direito : Juiz Sérgio Moro
Escalado do lado do campo mais conveniente às suas posições políticas, sua atuação arrancou aplausos da torcida dos coxinhas, dando um show de seletividade e parcialidade. Criou fama de justiceiro. Pouco importa se milhões de brasileiros perderam o emprego por sua causa.

Zagueiro central : Ministério Público Federal
Rebateu prontamente todas as denúncias da sociedade de que impeachment sem crime de responsabilidade é golpe. Além disso, teve papel destacado na criminalização de petistas e gente ligada ao governo, enquanto protegia tucanos e assemelhados.

Quarto zagueiro : FHC
Mais uma vez se revelou um mestre na arte de defender os interesses da plutocracia e da casa grande. Mas também sabe sair jogando na hora de formular teses pseudo-acadêmicas para justificar golpes de estado.

Lateral esquerdo : PSTU
Seu ultra-esquerdismo doentio foi longe demais, jogando água no moinho dos golpistas e fascistas. Muitos foram contra sua escalação nesse time, em razão de sua absoluta falta de expressão. Por fim, entrou na seleção para servir de exemplo de como os pretensamente esquerdistas servem a direita.

Primeiro volante e capitão do time : Rodrigo Janot
Fez bem o trabalho de contenção, deixando os conservadores a salvo de quaisquer problemas com a justiça. Como capitão do time, ditou o ritmo e os prazos das acusações contra o PT e o governo, visando sempre adequá-los ao calendário do golpe.

Segundo voltante : Polícia Federal
Marcou em cima e prendeu um sem número de políticos e empresários. Adotou a tática de só chegar às 6h na casa de pessoas cujas prisões pudessem desgastar o governo. Mas deixou passar casos escabrosos envolvendo golpistas, como o do helicóptero repleto de cocaína.

Armador : Teori Zavaski
Ao sentar em cima por longos meses do pedido de afastamento de Cunha, municiou o agora deputado cassado para que ficasse livre, leve e solto para motar a farsa criminosa do impeachment.

Meia-atacante : Eduardo Cunha
Embora seja tido e havido há décadas como exemplo maior de delinquência na política, foi usado pela elite política e econômica brasileira para liderar o golpe que afastou uma presidenta eleita com mais mais de 54 milhões de votos, rasgando a Constituição.

Atacante pelo lado direito : Gilmar Mendes
Atuação destacada na ofensiva contra Lula, Dilma e o PT. Craque na arte de usar a toga de ministro para esconder a militância partidária. É capaz de apelar para as jogadas mais desleais para proteger o PSDB.

Centro-avante : Aécio Neves
Deu o pontapé inicial da partida, ao não aceitar sua derrota eleitoral para Dilma. O fato de ser recordista em delações premiadas não interferiu na sua impetuosa atuação golpista. Afinal, costas quentes é que não lhes faltam na PGR e no STF.

Time golpista reserva : TCU, Congresso Nacional, Aloísio Nunes Ferreira, Janaína Paschoal e Hélio Bicudo; Caiado, Cristovão Buarque, Agripino Maia e Roberto Freire; Paulinho da Força e Bolsonaro.

1 comentários:

Anônimo disse...

Faltou o PTucano da Dilma, José Eduardo CardoZo, no gol:
Chutou, foi gol; ele é o maior frangueiro da história do Brasil !!!
Até hoje, ele acha que:
- o "Eliot" Moro é imparcial e que a Operação Car Wash foi feita para combater a corrupção;
- o motivo do Golpe foram as "pedaladas" da Dilma;
- alguém estava interessado na sua defesa da Dilma.
É soda !!!