terça-feira, 7 de junho de 2016

João Doria, o golpista, será impugnado?

Por Altamiro Borges

João Doria, o empresário-golpista que liderou o frustrado movimento “Cansei” – que reunia artistas globais e a elite paulistana reacionária –, pode malograr novamente em suas ambições políticas. Na semana retrasada, o promotor José Carlos Bonilha, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, afirmou ter encontrado indícios de abuso do poder econômico na sua campanha para se tornar o pré-candidato do PSDB à prefeitura da capital paulista. O crime eleitoral foi cometido durante as prévias tucanas, em março, e foi denunciado por outros caciques da sigla, o que só confirma que as bicadas no ninho são cada vez mais sangrentas.

A correlação de forças mudou. Prepare-se!

Por Marcos Verlaine, no site Vermelho:

"Sem um trabalho intenso de resistência, denúncia e contestação à ofensiva do novo governo sobre direitos dos assalariados, conforme preconizado na ‘Ponte para o futuro’, há risco real de retrocesso nas conquistas sociais".

Depois de três mandatos sob o lulismo, a correlação de forças políticas e sociais mudou bruscamente. O abreviado segundo mandato de Dilma, que começou em janeiro de 2015, iniciou-se sob o signo dessa inversão, já que ela se elegeu com uma agenda e governou com outra, até ser afastada em 12 de maio. Mais claramente, a presidente governou com a agenda dos que perderam em 2014.

Violência na TV fere as leis e a ética

Em defesa do Marco Civil da Internet

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Regulamentado às vésperas do afastamento da presidenta democraticamente eleita Dilma Rousseff, o Marco Civil da Internet corre sério risco de retrocesso. Em carta aberta, entidades do direito à comunicação, da defesa do consumidor e ativistas representantes da sociedade civil cobram a manutenção do Decreto Presidencial nº 8.771/2016, a ser protocolado na Casa Civil na quarta-feira (8).

No documento, as organizações demonstram preocupações em relação à possibilidade de Temer ignorar a regulamentação da lei. Como o texto "foi produto de amplos debates com representantes de toda a sociedade e traz elementos fundamentais para a aplicação do Marco Civil da Internet, reduzindo incertezas e inseguranças", as entidades consideram injustificadas quaisquer mudanças arbitrárias que venham a ocorrer.

A privatização na (des)ordem do dia

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

As expectativas do povo do financismo eram as melhores possíveis para o período posterior à consumação do golpeachment. De um lado, já estaria solucionado o problema da desconfiança que guardavam com relação ao governo de Dilma Roussef. Sim, pois por mais que ela se esforçasse em seguir as recomendações da ortodoxia em termos de sua política econômica, a Presidenta nunca conseguiu ser bem aceita pelas elites do capital. De outro lado, seria viabilizada a estratégia de colocar um freio de arrumação nas investigações da Lava Jato e demais operações envolvendo desvios de recursos públicos para todo tipo de finalidade. Afinal, as revelações estão colocando cada vez mais a nu um esquema pesado de articulação criminosa dos principais grupos empresariais privados com seus apaniguados no interior da administração pública.

'IstoÉ' pode parar por falta de pagamento

Por Renato Rovai, em seu blog:

Não está fácil a situação dos jornalistas da IstoÉ. Eles já pensam em paralisar as atividades como forma de pressionar a Editora Três a regularizar as condições oferecidas aos funcionários. Segundo o blogue apurou, são cerca de 80 profissionais na empresa, responsável também por outros veículos, como as revistas Planeta, Motor Show e Menu. Desse total, apenas 10% possuem carteira assinada.

Meirelles golpeia a população vulnerável

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

O pacote anunciado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na terça-feira, 24, encaminha o desmonte da economia brasileira, com maior ímpeto naqueles setores voltados ao desenvolvimento do País, à proteção da parcela mais frágil da população e à elevação do nível de vida da maioria.

O outro lado da dilapidação é a reconstituição de parte das condições oferecidas na década de 1990 ao capital privado nacional e estrangeiro, na esteira do Consenso de Washington, de exigências do Banco Mundial, do FMI e do neoliberalismo, uma das causas da crise mundial de 2008, até hoje não superada. Um período de intensa privatização, política de FHC retomada pelo atual governo segundo anteciparam assessores do presidente interino Michel Temer.

Janot e o vazamento para constranger o STF

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Constranger o Supremo Tribunal Federal. Com este objetivo é que foram vazados os pedidos de prisão contra o ex-presidente José Sarney (domiciliar), o presidente do Senado, Renan Calheiros, o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, e o senador Romero Jucá. Tais pedidos já haviam sido encaminhados há mais de uma semana pelo procurador-geral Rodrigo Janot ao relator da Lava Jato, ministro Teori Zavascki. A demora e a preservação do sigilo, pelo Supremo, indicaram uma disposição para a recusa, o que levou a Procuradoria-Geral da República a apelar para o vazamento. Ao contrário de Teori e do STF, Janot é que tinha interesse em ver sua iniciativa estampada como notícia.

EUA: Eleição como sintoma do declínio

Ilustração: Emad Hajjaj
Por Immanuel Wallerstein, no site Outras Palavras:

Estamos acostumados a pensar em instabilidade de Estados localizados principalmente no Sul global. É sobre essas regiões que eruditos e políticos do Norte global falam de “Estados falidos” nos quais há “guerras civis”. A vida é muito insegura para os habitantes dessas regiões. Há deslocamentos massivos das populações e esforços para escapar dessas regiões para partes “mais seguras” do mundo. Nelas há, supostamente, mais empregos e padrões de vida mais altos.

Michel Termer, um golpista jaburu

Por Osvaldo Bertolino, em seu blog:

O golpe em andamento é o retrato do Brasil profundo, do confronto entre o ideal republicano e a sua negação. As aspirações de progresso nacional, traduzidas pela proclamação da República, mais uma vez estão sendo confrontadas pelo ideal oligárquico, que nunca aceitou os governos que tentaram enfrentar as brutais e históricas injustiças do país.

A lei, ora a lei! A frase, atribuída ao ex-presidente da República Getúlio Vargas em um comício no Vale do Anhangabaú, no centro da cidade de São Paulo, em 1947, para criticar o desrespeito dos empresários às leis trabalhistas que ele criara, tornou-se um clássico do desrespeito aos direitos dos cidadãos no Brasil, como ocorre atualmente com a marcha do golpe. O que vemos nesse processo é, mais uma vez, a tradição das forças conservadoras em ação, que se manifesta como resposta aos dilemas das relações entre o político e o econômico; a essência do golpe é a intenção de acelerar a reprodução de capital em meio a uma crise de dimensão planetária.

Janot avança e o sistema político se desfaz

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Está claro há muito tempo que o processo em curso no Brasil não é apenas um ataque ao PT, ou ao que se convencionou chamar de lulismo. É um ataque ao sistema político estabelecido pelo pacto da Constituição de 88; e, talvez, chegue a ser também um ataque à ideia de Estado Nacional - que se constrói desde a Era Vargas.

A bomba de hoje, confirmando que o Procurador Geral da República pediu mesmo a prisão de Sarney, Renan e Jucá (pedido este que repousa na mesa de Teori, no STF) mostra que o sistema político desmoronou.

A revolta seletiva de Gilmar Mendes

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Quando os inquéritos da Lava-Jato atingiam gente do PT, não havia problema algum.

Quando Sérgio Moro divulgou grampo telefônico que envolvia a própria Presidente da República, em conversa com Lula, ele também não se pejou em, inclusive, utilizar seu conteúdo como “fundamento” para a decisão que impediu a posse do ex-presidente como chefe da Casa Civil de Dilma.

Tudo bem, ele pode.

Ele é Gilmar Mendes, a lei.

Jucá, Sarney e Renan no alvo. E o Temer?

Por Altamiro Borges

É certo que não dá para confiar no procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele é um calculista, frio e matreiro, que nunca disfarçou o seu desejo de "sangrar" Dilma e "matar" Lula. Mas a decisão adotada na manhã desta terça-feira (7), de enviar ao Supremo Tribunal Federal o pedido de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, do "ministro-oculto" Romero Jucá, e do ex-presidente José Sarney, acabou melando ainda mais o "golpe dos corruptos". Os três chefões do PMDB são decisivos para garantir a sustentação do governo interino. Mesmo que o pedido não seja acatado, ele tumultua o cenário político e deixa a pergunta no ar: quando chegará a vez do próprio Judas Michel Temer?

O calendário do golpe no Senado

Por Altamiro Borges

Temendo a rejeição do Supremo Tribunal Federal (STF), os golpistas do Senado tiveram que recuar da sua manobra – um golpe dentro do golpe – para encurtar o prazo de defesa da presidenta Dilma na votação final do impeachment. A aberração foi aventada na semana passada e visava acelerar a aprovação do estupro à democracia. O temor dos covardes era de que a crescente revolta das ruas, com os protestos quase diários pelo “Fora Temer” e pelo “Volta querida”, alterasse o voto de alguns senadores e inviabilizasse o “golpe dos corruptos”. Mas o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, criticou explicitamente a manobra espúria, o que aparentemente forçou o recuo dos golpistas.

Manifesto francês e a rejeição ao golpe

Por Altamiro Borges

A rejeição ao "golpe dos corruptos" no Brasil cresce no mundo inteiro. Quase todos os dias ocorrem atos de protestos em embaixadas brasileiras no exterior. Até na abertura da conferência mundial da Organização Internacional do Trabalho (OIT) na semana passada, em Bruxelas, o diplomata amestrado do ministro José Serra foi vaiado e não conseguiu concluir sua fala. A própria mídia internacional, menos envolvida na conspiração nativa, já formou um consenso de que o processo do impeachment da presidenta Dilma foi criminoso. Nesta segunda-feira (6), o jornal New York Times publicou duro editorial concedendo "a medalha de ouro" por corrupção à equipe de Michel Temer. Também nesta semana foi lançado um manifesto de intelectuais franceses contra o golpe no Brasil. Confira: