domingo, 19 de junho de 2016

Uma TV Brasil para os brasileiros

Por Alberto Perdigão, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A TV Brasil foi a única emissora que acolheu, também, a perspectiva de um possível golpe, na cobertura das votações do acolhimento do processo de impeachment e do consequente afastamento da presidente Dilma. Colocou no ar o debate com defensores das duas versões, representantes de um governo sob suspeita e de uma oposição em vias de assumir interinamente a Presidência.

Cumpriu o seu papel como emissora pública, conforme previsto na Lei 11.652/2008 que criou a Empresa Brasil de Comunicação-EBC e a TV Brasil (artigos 2º I, II e III e 3º I, II e III), e de acordo com o Manual de Jornalismo da empresa (capítulo 1). Mas a emissora foi acusada de estar a serviço do governo que viria a ser afastado, em outras palavras, do PT.

Golpe suave, autoridades suspeitas

Por Frei Betto, no site da Adital:

O papa Francisco declarou, a 20 de maio, que "pode estar ocorrendo um golpe de Estado suave em algum país”. Para bom entendedor meia palavra basta. Como latino-americano, Francisco entende de golpes de Estado, tantos foram os que ocorreram em nosso continente.

Outrora os golpistas se apropriavam do Estado à ponta do fuzil. Agora, por meio de artimanhas parlamentares. No Brasil, de fevereiro a abril, o caldo de cultura propício a favorecê-lo se temperou à base de nobres ingredientes: reduzir os gastos públicos e instaurar um novo governo integrado por autoridades acima de qualquer suspeita.

O que temer do governo Temer

Por Fabrício Augusto de Oliveira, no site Brasil Debate:

Em menos de duas semanas, dois ministros “notáveis” do governo interino Temer foram apeados de seus cargos denunciados por conspirarem contra a Operação Lava Jato: Romero Jucá, ministro do planejamento, e Fabiano Silveira, ministro da Transparência e Fiscalização (artigo escrito antes do anúncio, ontem, 16, da saída do ministro Henrique Eduardo Alves). Se este ritmo for mantido, e essa possibilidade não pode ser descartada com a continuidade das investigações e delações premiadas, poderão ser poucos, dentro de pouco tempo, os “notáveis” do governo que ainda continuarão no cargo.

Estupro, o crime que até a lei oculta

Por Marsílea Gombata, na revista CartaCapital:

Em 2002, o filme francês Irreversível trouxe às telas uma das cenas mais incômodas da história do cinema: em uma passagem subterrânea na noite de Paris, a personagem de Monica Bellucci volta sozinha de uma festa e cruza com o agressor, que a domina com uma faca, a joga no chão, abafa seus gritos ao tapar a sua boca, rasga sua roupa, a estupra e a espanca, com chutes no nariz e nas costelas e repetidos choques de seu rosto contra o chão. São 11 longos minutos em uma sequência de tensão, repulsa e dor.

Serra reconduz o Brasil a "paiseco"

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A Folha publica hoje matéria sobre a intenção do Itamaraty de abandonar 34 organismos internacionais para “fazer economia”.

A matéria está correta, embora o título esteja errado: Governo brasileiro avalia se abandona grupos ligados ao Mercosul. Há órgãos do Mercosul, mas há vários outros ligados à própria ONU e a redes de proteção ambiental independentes.

São, no total, 34 organizações:

"Golpistas promovem devastação social"

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O deputado e ex-ministro do Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, denuncia a sanha com que o governo interino de Michel Temer vem desmontando o Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA e as políticas voltadas para os pequenos produtores rurais. Foram exonerados mais de 66 diretores, assessores e delegados do MDA nos estados. “O mais recente golpe do governo provisório contra a agricultura familiar e a reforma agrária eleva a quase uma centena o total de profissionais, de diferentes escalões, dispensados desde a instalação do governo provisório e da gestão ruinosa que inaugurou e mantém em curso”, denuncia Patrus.

As lições de um mês de governo Temer

Por Tico Santa Cruz, no jornal Brasil de Fato:

Pessoas que postavam coisas nas redes sociais sobre política, principalmente sobre o impeachment, passaram a falar sobre gatos, cachorros, comidas, filhos, passeios, jogos de futebol etc.

Aqueles que diziam estar lutando contra a corrupção, em grande maioria, devem estar dormindo há um mês ou mudaram de país. Vejo poucos falando sobre Cunha, Temer, Jucá e Renan. Os que ainda falam só mencionam Lula e Dilma, ainda que Dilma não tenha sido inserida na Lava Jato.

A instabilidade política vai continuar

Por Maurício Puls, na Revista Brasileiros:

Professor titular da Unicamp, o cientista político Armando Boito Jr. sustenta que a atual crise política começou quando o empresariado nacional retirou seu apoio ao governo Dilma Rousseff, provocando o colapso da frente neodesenvolvimentista. Foi a ruptura dessa coalizão de classes que enfraqueceu o Executivo e motivou a rebelião dos parlamentares liderada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).

Boito critica o conceito de presidencialismo de coalizão, pois confere aos partidos políticos uma importância no processo decisório que eles a rigor não possuem: o governo Fernando Henrique Cardoso nunca foi um governo do PSDB, assim como os governos de Lula e Dilma não eram governos do PT. No Brasil, diz ele, vigora um presidencialismo autoritário: o Executivo consegue impor a sua agenda ao Legislativo em troca de pequenas concessões aos congressistas. Mas estes aceitam essa imposição porque suas bases sociais concordam com as diretrizes do governo.

Sádico, Temer corta R$ 14 do Bolsa Família

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

A mesquinharia do governo não é apenas ridícula. É sádica. Vingar-se nos mais pobres é uma decisão política inacreditavelmente sórdida. A economia do governo, ao não pagar o bolsa família com reajuste de 9%, é de R$ 1 bilhão. Enquanto isso, o mesmo governo deu reajuste a juízes e procuradores que representam quase R$ 60 bilhões em gastos adicionais. Ou seja, quem ganha R$ 200 mil ao mês, terá um generoso reajuste, enquanto o cidadão que depende de R$ 162 para comprar alimentos para seus filhos, teve negado miseráveis R$ 14 de aumento!

R$ 14!

Hitler está de volta

Por Mauro Santayana, em seu blog:

O lançamento, na Europa, do filme "Ele está de volta", uma "comédia leve" sobre o que aconteceria se Adolf Hitler voltasse à Alemanha de nossos dias, com cenas de pessoas parando, na rua, para tirar selfies com o maior assassino da História; e o relançamento de sua obra-síntese, o "Mein Kampf" - "Minha Luta", em vários países - uma edição portuguesa esgotou-se em poucas horas, esta semana, na Feira do Livro de Lisboa - mostram que, mais do que perder o medo de Hitler, o mundo está, para com ele, cada vez mais simpático, no rastro da entrega - quase sem concorrência - dos grandes meios de comunicação globais a meia dúzia de famílias e de milionários conservadores que, se não simpatizam abertamente com o nazismo, com ele comungam de um profundo, hipócrita, e tosco anticomunismo, fantasma a que sempre recorrem quando seus interesses estão em jogo, ou se sentem de alguma forma ameaçados.

Neoliberalismo de Temer é rejeitado na urna

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

O núcleo econômico do governo surgido com o golpe é o encarregado de dirigir o processo de restauração do modelo neoliberal, derrotado nas quatro eleições presidenciais, desde 2003. Foi um modelo que começou a ser implementado pelo governo de Fernando Collor de Mello, foi interrompido com sua queda da presidência, e retomado, em uma versão renovada, por FHC, primeiro como ministro da economia do governo de Itamar Franco, depois como presidente da República.

A pornografia venceu. Frota na Educação!

Por Altamiro Borges

Em uma de suas primeiras audiências oficiais como ministro da Educação do covil golpista de Michel Temer, o demo Mendonça Filho recebeu em Brasília o ator-pornô Alexandre Frota. A visita íntima, não prevista na agenda ministerial, gerou uma onda de chacotas nas redes sociais. Muitos ironizaram as contribuições para o ensino da sumidade intelectual do mundo da pornografia e da sacanagem. Até propuseram que o charlatão fosse nomeado para chefiar o bordel do Ministério da Educação. Agora, porém, a piada pode virar realidade. O chefão do DEM acaba de entrar para a linha de tiro do Palácio do Planalto, podendo ser o quarto "sinistro" decapitado do governo interino e fugaz de Michel Temer.