terça-feira, 4 de outubro de 2016

Temer corta verba para reforma agrária

Por Altamiro Borges

Passadas as eleições municipais, que deram ampla vitória às forças conservadoras que promoveram o “golpe dos corruptos”, o Judas Michel Temer deve anunciar em breve novas maldades contra os trabalhadores. Além das reformas previdenciária e trabalhista, que já estão no forno, o governo ilegítimo estuda outros ataques. No sábado passado (1), a Folha noticiou que o Orçamento da União prevê um brutal corte dos recursos públicos destinados à reforma agrária. A desculpa é o déficit fiscal, mas sobra dinheiro para pagar os juros aos rentistas – e até grana para ampliar a publicidade da mídia chapa-branca.

O factoide da aposentadoria de Dilma

Por Cíntia Alves, no Jornal GGN:

Mesmo tendo sido arrancada a fórceps da Presidência por meio de um processo de impeachment cheio de controvérsias, Dilma Rousseff segue como um dos alvos preferenciais da velha mídia, como demonstrou a última edição de Época. A revista editada pela Globo - que viu sua receita publicitária saltar 25% desde que Michel Temer assumiu o poder - lançou mão de mais um vazamento - dessa vez, não foi a Lava Jato! - para cravar que Dilma furou a fila do INSS para se aposentar um dia após ter sido derrotada no Senado.

Quais são os anseios da juventude?

Derrota é continuidade de roteiro golpista

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

“A realidade mostra que ou a esquerda brasileira faz uma política de frente ou ela se suicidará.” A opinião é do cientista político Roberto Amaral, ex-presidente histórico do PSB, diante da clara percepção de que a derrota da esquerda nas eleições municipais foi considerável. O resultado de São Paulo, onde João Doria (PSDB) venceu sem precisar de segundo turno, é emblemático.

“A esquerda precisa se sentar e fazer uma avaliação desse pleito. Por exemplo, o papel de Luciana Genro (Psol) em Porto Alegre. Não se elegeu, não foi ao segundo turno, não fez grande campanha, mas (com seus votos) tirou Raul Pont (PT) do segundo turno”, avalia. Essa avaliação não se aplica a São Paulo, onde alguns setores progressistas defenderam uma aliança entre o prefeito Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (Psol) ainda no primeiro turno.

Vitória tucana terá custos para Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A Lava Jato, a criminalização da política e a demonização do PT surtiram os efeitos esperados: abstenção e voto nulo batendo candidatos que vão ao segundo turno, derrota aplasmante do PT, avanço das forças conservadoras e uma vitória inegável do PSDB. O PMDB ficou praticamente onde sempre esteve: com muitas prefeituras no interior e presença tênue nos grandes centros urbanos.

Segundo as leis da política, a vitória tucana afetará a relação com os peemedebistas e com o governo Temer. Nas vésperas do pleito foram nítidos os movimentos no sentido de que, liquidada a força político-eleitoral do PT, a Lava Jato vai centrar fogo no PMDB como sócio do petrolão. E com isso, podem ser abertas as portas para o descarte de um governo que, cinco meses após a posse, não estabilizou a política nem aprumou a economia. As mesmas justificativas usadas para derrubar Dilma podem ser reembaladas numa operação contra Temer.

O voto da periferia: Por que João Doria?

Por Danilo Sartorello Spinola, no site Brasil Debate:

Há uma tendência na tradição política brasileira que vem do nosso senso comum em acreditar que o projeto político da esquerda esteja associado aos interesses da grande massa populacional e da classe trabalhadora. Por outro lado, associa-se à elite o projeto político de direita.

Pois, nos meses que antecederam as eleições municipais, em um dos raros momentos da política brasileira, tivemos um candidato que abertamente defende um projeto liberal, privatista e que se põe como o representante da classe empresarial capitalista. O resultado, para muitos inesperado, foi a vitória de tal candidato no primeiro turno nas eleições municipais da maior cidade do país.

Esquerda aposta na paz na Colômbia

Por Vanessa Martina Silva, no site Opera Mundi:

Após a vitória do “não” no plebiscito que consultou a população para a ratificação do acordo de paz assinado entre o governo colombiano e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), neste domingo (02/10), a Marcha Patriótica, principal movimento social e político da Colômbia, ressaltou a importância de seguir no caminho da paz.

Em seu Twitter, a organização afirmou que “hoje não perdemos nem um ápice da convicção na paz. Cada dia somos mais, impulsionados por profundos sentimentos de amor”.

A periferia abandona o PT

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, perdeu em todos os distritos eleitorais da capital, inclusive nos redutos tradicionais do seu partido, o PT. Haddad perdeu em Parelheiros e Grajaú (zona Sul) para Marta, perdeu no Itaim Paulista (zona Leste) para Celso Russomanno e perdeu para o eleito João Doria Jr. em Guaianases, Cidade Tiradentes e Capão Redondo (zona Sul). O prefeito teve seu melhor desempenho em Pinheiros, bairro de classe média alta da zona Oeste.

Eleições: um desastre e seus significados

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

As forças políticas que deram um golpe de Estado e empossaram um governo ilegítimo, há poucos meses, tiveram ontem uma vitória eleitoral expressiva, em todo o país. Ela pode ser vista por diversos ângulos.

No conjunto dos municípios, PMDB (1028) e PSDB (793) – os dois partidos essenciais para o golpe – elegeram o maior número de prefeitos. Embora já fosse assim em 2012, a novidade mais expressiva é o encolhimento das prefeituras petistas: são agora apenas 256, menos da metade de há quatro anos.

Já nas capitais e municípios com mais de 200 mil eleitores – um universo de 93 cidades, onde concentram-se 40% dos eleitores – sobressai algo ainda mais grave: o predomínio do PSDB; além, novamente, do declínio do PT. Os tucanos, que tinham 18 prefeituras há quatro anos, elegeram 14 candidatos no primeiro turno e levaram 19 postulantes ao segundo. Os petistas, que tinham 14 em 2012 (e chegaram a eleger 25, em 2008), ficarão entre um (eleito no primeiro turno) e oito.

Oligarquias praticam o golpe da reconquista

Por Leonardo Boff, em seu blog:

O golpe de classe via parlamento é um processo que gerou uma cadeia de outros golpes com especial atropelo da ordem jurídica e constitucional. Os golpes são contra a diversidade social e de gênero, não mais representada no governo, golpe na cultura, golpe na saúde, golpe nos direitos sociais, golpe nas aposentadoria, golpe judicial e ultimamente golpe nas eleições. Estes golpes têm por detrás as oligarquias conservadoras que utilizaram uma sagaz estratégia de conquistar setores do judiciário, do ministério publico, da polícia federal e do corpo de procuradores para conseguir seus fins.

As eleições e o desencanto com a política

Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:

O número de pessoas que não votaram em nenhum candidato – abstenções, brancos e nulos – superou a quantidade de votos do primeiro colocado nas eleições municipais em diversas cidades. Para movimentos populares brasileiros, esse fenômeno indica um repúdio de boa parte da população brasileira ao sistema político nacional.

Em Belo Horizonte, o número de eleitores que não escolheu qualquer candidato superou a soma dos dois primeiros colocados. João Leite (PSDB) obteve o voto de 395.952 eleitores e Alexandre Kalil (PHS) 314.845. Juntos, portanto, receberam 710.797. As abstenções (417.537) e os votos nulos (215.633) e brancos (108.745) totalizaram 741.915.