domingo, 18 de dezembro de 2016

"Mãos sujas" no Palácio do Planalto

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

O impacto das revelações contidas na primeira delação premiada de um executivo da Odebrecht, provavelmente a primeira de muitas derivadas dessa empreiteira, tornou-se a razão mais forte para Michel Temer preferir morrer duro a perder a pose.

Sem o resguardo do foro privilegiado, Temer ficaria à mercê da Justiça comum, onde então passaria a se defender.

É ruim perder o foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal, com uma espada ameaçadora sobre o pescoço. Por isso ele não vai renunciar, como supõem os esperançosos mais precipitados, compreensivelmente reanimados por pesquisas recentes mostrando números que apontam o caminho tanto para Temer quanto para o governo dele, ambos já quase liquefeitos, descendo a ladeira.

Um Natal em pé de guerra

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Entra a semana do Natal e, por enquanto, o único golpe previsto para ela é o arranjo para fazer uma gambiarra que permita a reeleição de Rodrigo Maia à Presidência da Câmara, a opção temero-tucana que o “centrão” a quem tudo deve Temer ainda não engoliu.

Claro que, no clima em que andamos, com o MP usando e abusando das cartas que só ele conhece plenamente e joga sobre a mesa quando convém, tudo pode acontecer. Não é certo que concedam ao povo brasileiro, impiedosamente bombardeado pelo sistema jurídico-midiático, sequer estes dias. Afinal, é preciso não dar descanso no canhoneio da corrupção, como forma de distrai-lo do desmantelamento do Brasil, da degola de seus parcos direitos sociais e trabalhistas e da operação de saque que preparam, usando como “justificativa” a terra arrasada da economia.

A bravura indômita de Michel Temer

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Michel Temer é um governante que não teve a chancela das urnas e não se sente amarrado a este importante contrato democrático com a população. Com apoio maciço do Congresso e da grande imprensa, o não eleito parece bastante à vontade para tomar medidas impopulares e cruéis como a PEC do Apocalipse e a reforma da Previdência. O discurso de que essas medidas são um mal necessário para recuperar a economia escamoteia a opção política de botar a crise no lombo da maioria da população que depende do Estado – e esta não é uma questão de opinião, mas um fato. Uma ex-diretora de Educação do Banco Mundial, analistas alemães e até o aliado Geraldo Alckmin (PSDB) observam a gravidade que é o congelamento de gastos nos serviços públicos.

Direitos previdenciários estão ameaçados

Por José Pimentel, na revista Teoria e Debate:

A Previdência Social brasileira é a principal política pública de distribuição de renda, de redução da pobreza e de estímulo ao desenvolvimento local, nos 5.570 municípios brasileiros. Existem 60,8 milhões de brasileiros e brasileiras filiados ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS (BEPS, setembro/2016). Somente em outubro de 2016, 33,6 milhões de pessoas receberam benefícios previdenciários, representando o valor de R$ 37,7 bilhões. No total, a nossa Previdência Social pagou, em 2015, R$ 424,7 bilhões, sendo R$ 328,9 bilhões para segurados urbanos e R$ 95,7 bilhões para segurados rurais. Esses números demonstram sua importância social e a necessidade constante de aperfeiçoamento do sistema para garantir recursos suficientes para cumprir os compromissos com as atuais e futuras gerações.

O “pastor” Silas Malafaia está falido?

Por Altamiro Borges

O “pastor” Silas Malafaia, pregador de ódio e preconceito, engoliu seu próprio veneno. Parece até castigo divino. Ele vivia elogiando as ações do Ministério Público e da Polícia Federal contra seus adversários políticos, principalmente contra os “lulopetistas”. Ficava excitadíssimo com os abusos de autoridade. Mas bastou sofrer uma “condução coercitiva” para produzir um vídeo “indignado contra as injustiças”. Patético! Pelo jeito, porém, as investigações sobre as suas ligações com a máfia da mineração não são a sua única dor de cabeça. O “pastor” não teme apenas ir para a cadeia. Ele teme pela falência de seus lucrativos negócios, conforme aponta artigo de Ricardo Feltrin postado no UOL:

Os segredos bancários de Agripino Maia

Por Altamiro Borges

O senador Agripino Maia, presidente nacional do DEM, adora posar de vestal da ética. Nas marchas golpistas pelo impeachment de Dilma, o velho jagunço desfilou com suas camisetas amarelas da CBF, tirou selfies com seus admiradores “coxinhas” e fez discursos raivosos contra a corrupção. Toda esta encenação, porém, não convence muita gente. Nos bastidores de Brasília e também do Rio Grande do Norte, sua base eleitoral, ele é visto como um político mais sujo do que pau de galinheiro. Matreiro e cheio de esquemas, ele até hoje conseguiu escapar das várias denúncias de mutretas. Mas essa impunidade pode estar chegando ao fim, segundo notinha do Jornal do Brasil deste sábado (17):