domingo, 3 de dezembro de 2017

A Globo não perdoa e reage a Bolsonaro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Não demorou a vingança global à engrossada de Jair Bolsonaro, no Facebook, contra a empresa dos Marinho.

Bolsonaro, como se sabe, nos momentos em que aquele calmante neoliberal que anda tomando não faz efeito, acha que a Globo é um agente do comunismo.

E disse que, eleito, a reduziria a verba da publicidade do governo destinada à Globo a 40% do total.

A vingança global veio rápido.

O jornal, hoje, com uma certa “forçação de barra” na manchete em letras garrafais no site, que “Bolsonaro empregou ex-mulher, ex-cunhada e ex-sogro no Legislativo“.

Que Bolsonaro criou uma espécie de “franquia” familiar na política não é novidade e a rede que montou inclui seus três filhos, eleitos na esteira do “mito” reacionário de sua popularidade.

Mas a matéria é fraca, porque, embora esteja evidente que foi um arranjo de “renda familiar”, a data em que ocorreu só sustenta o imoral, mas não o ilegal.

Naquele site de extrema-direita do qual não ouso falar o nome, mas que poderia ser apelidado de “o Bolsonarista”, o deputado se defende sem a formalidade com que o faz no jornal dos Marinho:

“Os caras querem me sacanear o tempo todo. E estou sabendo que vão me sacanear agora no fim de semana, falando de nepotismo no ano de 1998.”

A Globo sabe que precisa destruir Bolsonaro para que um candidato de direita “civilizada” (embora a alguns, como Dória, o adjetivo descaiba) possa crescer e enfrentar Lula.

Até agora, não tem tido sucesso e é melhor “jair se acostumando” com a legião de fascistas que ajudou a formar.

1 comentários:

Darcy Brasil Rodrigues da Silva disse...

A meu ver, é correto afirmar que a Globo está tentando escantear o fascista Bolsonaro para viabilizar uma candidatura neoliberal "civilizada", um representante confiável da plutocracia financeira, como FHC.É correto, mas não pelos motivos que o articulista supõe. Até aqui, a candidatura de Bolsonaro vinha sendo tratada como o plano B da plutocracia para enfrentar uma eventual candidatura de Lula (a História está plena de exemplos que demonstram que a plutocracia financeira não tem a menor dúvida em apoiar e financiar candidaturas fascistas, como as de Bolsonaro, para combater projetos de esquerda quando o fascismo é a única alternativa que lhe resta). Mas para que Bolsonaro seja descartado pela Globo (o que é a mesma coisa que dizer que os intelectuais orgânicos da plutocracia financeira, que planejaram o golpe e o encomendaram ao Congresso Nacional e ao Poder Judiciário, passaram descartar a alternativa eleitoral fascista) é necessário que uma precondição se realize: a cassação dos direitos políticos do ex presidente Lula. Portanto, a Globo está escanteando o seu plano B, ou seja, a alternativa fascista à candidatura do ex presidente metalúrgico, não porque deseje enfrentar este último com um candidato "mais civilizado", mas sim porque não tem mais a necessidade de seu plano B, posto que conhece antecipadamente o resultado do julgamento futuro de Lula no TRF 4, que será a condenação de Lula (será que alguém ainda tem dúvida de que os intelectuais orgânicos da plutocracia são capazes de conhecer com bastante antecedência os resultados dos julgamentos em tribunais viciados como o TRF 4?).