segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Roberto Freire e a cultura aos reacionários

Por Jotabê Medeiros, na revista CartaCapital:

A reação toma o poder na área cultural. Para além das distinções tradicionais entre direita e esquerda minimamente esclarecidas, o cenário nacional aponta para uma vigorosa inflexão da área cultural ao viés fortemente reacionário.

A práxis conservadora no setor dá algumas pistas de métodos e contornos que pouco dizem respeito aos temas culturais propriamente ditos: abandono de projetos tidos como “menores”, em detrimento de vitrines de gestão, empreguismo galopante e, em oposição ao assembleísmo petista, certa gabinetização, um ensimesmamento dos dirigentes. As exceções são raras.

Temer quer financiar as multinacionais

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

O presidente Michel Temer diz que não há dinheiro para gastos sociais, mas quer financiar, com verbas públicas, a atuação de empresas estrangeiras no Brasil. Decreto assinado por ele, na semana passada, possibilita que o Tesouro e bancos públicos concedam crédito ao capital internacional para atuar agora em quase todos os setores econômicos. A benesse sinaliza o caráter antinacional e subalterno da gestão.

Trump puxa tapete de Temer e dos coxinhas

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Que diabo é a Parceria Transpacífico (TPP) e por que você deveria se preocupar com o fato de que o recém-empossado presidente Donald Trump caiu fora dela?

TPP é o maior acordo comercial regional já negociado. Não passaria pelo Congresso dos Estados Unidos, por isso a decisão de Trump é acima de tudo simbólica.

A idéia por trás do acordo era “ancorar” a economia asiática aos Estados Unidos, reduzindo a influência regional da China.

Caso Teori: 10 episódios para duvidar

Por Cauê S. Ameni, Hugo Albuquerque e André Takahashi, no site Outras Palavras:

Teoria da conspiração ou desconfiança justificada? Após a queda do avião que, dentre outras vítimas fatais, resultou na morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, o empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras e mais três pessoas imediatamente se instaurou um debate narrativo sobre o que aconteceu. Teori era relator do processo da Lava Jato na Suprema Corte e estava às vésperas de retirar o sigilo de cerca de 900 depoimentos e homologar as 77 delações da Odebrecht. O mais relevante acordo de colaboração da história da Justiça do país, envolvendo nomes de figurões dos mais variados partidos. Há quem prefira ver nisso uma trágica coincidência, mas será que aqueles que desconfiam de tal versão não tem motivos para tanto?

O poder judiciário como partido político

Por Francisco Fonseca, no site Carta Maior:

Um dos principais pensadores da política que intitulamos como “moderna”, Antonio Gramsci a analisou em seus diversos significados, em suas formas de operar, em sua complexidade quanto à representação e em seu papel tanto nas conjunturas como nas estruturas de poder. Observou, argutamente, que certas instituições políticas sediadas na chamada “sociedade civil” por vezes fariam a função e o papel dos partidos políticos formais como “intelectuais orgânicos” de determinadas classes ou frações de classes sociais. Deve-se notar que, para Gramsci, o Estado é “ampliado”, no sentido de articulação entre os aparatos do Estado – como o Poder Judiciário, por exemplo – e as organizações da “sociedade civil”.

STF, Lava-Jato e a politicagem

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O Poder Judiciário como um todo está ameaçado de total desmoralização a depender da “solução” que o presidente Michel Temer e a ministra Carmén Lúcia derem para a substituição do relator da Lava Jato naquela Corte. Do primeiro não se espera nada, da segunda não se espera muito, mas se espera, ao menos, um mínimo de compostura.

Um bom exemplo do que pode acontecer de mortal para o STF na designação da relatoria da Lava Jato é a incumbência cair nas mãos de um membro do Tribunal que não guarda o menor pudor em adotar posições político-partidárias.

Fittipaldi e a velocidade nas marginais

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), segue em sua agenda para distrair a plateia com muito marketing e pouco governo. Depois de prometer, durante a campanha eleitoral, doar seu salário para uma “associação de crianças defeituosas” e causar polêmica ao cogitar extinguir a Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Doria andou de cadeira de rodas neste domingo (22) para tentar simular problemas que os cadeirantes costumam enfrentar na capital.

Higienismo de Doria e a população de rua

Por Renan Quinalha, no site Justificando:

Dória publicou hoje no Diário Oficial, às pressas e sem qualquer discussão pública, alterações muito graves no decreto de zeladoria urbana que afetarão duramente a população em situação de rua.

O decreto n. 57.069, de 2016, foi construído depois de muita crítica à gestão Haddad, que cometeu equívocos enormes àquela época no tratamento com a população de rua. Defensoria, MP e entidades da sociedade civil discutiram um marco legal para restringir o “poder de polícia” da GCM contra a população de rua. Apesar dos seus limites e dificuldades de implementação, foi um avanço importante na efetivação dos direitos humanos desses segmentos vulneráveis.

Os dilemas do pós-Teori

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

No final de semana em que Teori Zavascki foi enterrado, o Brasil seguiu tangenciando, com meias-palavras, argumentação oblíqua e eufemismos, os dilemas decorrentes de sua morte. A mídia, além de contornar a suspeita de que pode ter havido um atentado, ocupou-se da sucessão na relatoria da Lava Jato no STF, discutindo hipóteses sem tocar na ferida que lateja: investigados não podem indicar o investigador/julgador. Isso vale para Temer, que indicará o novo ministro, e para os senadores, que aprovarão o nome indicado.


Temer, Gilmar e Moreira: os “bons amigos”

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

No Fantástico de ontem, o encontro de “bons amigos” de “mais de 30 anos”: Gilmar Mendes, Moreira Franco e Michel Temer.

Discutiram, certamente, a atuação de Rogério Ceni como técnico do São Paulo na Copa da Flórida. E também a reestréia do valente time da Chapecoense.

Dois denunciados nas delações da Lava Jato e um ministro que pode vir a ser o novo relator do caso, com a morte de Teori Zavascki, numa tarde de domingo, pura inocência.

A morte de Teori e o dever da suspeita

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Teori Zavaschi, como homem e como juiz, a exemplo de qualquer um de nós, tinha defeitos e virtudes. Ainda sem uma biografia, e ao que se sabe pela imprensa e pelas suas decisões, declarações e visão de mundo, é possível dizer que tinha mais virtudes do que defeitos. Num pais que enfrenta um grave déficit de pessoas públicas virtuosas, a sua morte representa uma enorme perda, tanto pelo lado humano, quanto pelo lado político e histórico. A sua morte merece ainda mais lamentações pelas circunstâncias jurídico-politicas em que ele estava envolvido, a iminência da homologação das delações da Odebrecht, seu papel na Lava Jato etc.


Valdemiro garfa R$ 8 milhões com “tragédias”

Por Altamiro Borges

A exploração abjeta da fé dos brasileiros – que não tem nada a ver com a arraigada religiosidade popular, que deve ser sempre respeitada – dá muito dinheiro. Que o diga o “pastor” Valdemiro Santiago, o chefão da Igreja Mundial do Poder de Deus. Na semana retrasada, ele levou várias facadas no pescoço durante um culto em São Paulo. Com a camisa ensanguentada, ele passou a pedir aos fiéis a módica contribuição de R$ 8 milhões para pagar um mês de aluguel do seu programa de televisão. Já na semana passada, ele foi vítima de outra “tragédia”. Já recuperado das facadas, a lancha em que o pastor curtia a vida em uma luxuosa praia do litoral paulista foi à deriva e ele foi “milagrosamente” resgatado após quase 15 horas no mar.

Padilha é alvo de mais uma ação. Versátil!

Por Altamiro Borges

A cada mês aparece uma nova denúncia contra o peemedebista Eliseu Padilha, o poderoso ministro da Casa Civil do covil golpista de Michel Temer. Não é para menos que no passado o coronel ACM, do DEM da Bahia, apelidou o velhaco de “Eliseu Quadrilha”. Neste domingo (22), a Folha revelou que o sinistro é alvo de uma ação no Rio Grande Sul, sua base eleitoral, por receber muita grana suspeita de uma universidade. Duas empresas dele, Rubi e Fonte, garfaram R$ 3,9 milhões (R$ 7 milhões em valores corrigidos) da instituição de ensino. Vale conferir a reportagem de Felipe Bächtold. Antes, porém, um alerta.

Mídia promove as fantasias de Doria

Por Altamiro Borges

Logo no seu segundo dia como prefeito de São Paulo, o ricaço João Doria se fantasiou de gari para lançar uma demagógica campanha de limpeza da cidade. Ele pegou na vassoura, talvez pela primeira vez na vida, por alguns segundos – o serviço já havia sido feito pelos verdadeiros garis durante a madrugada. Na sequência, ele se vestiu de pintor e apagou os grafites nos muros de uma avenida da capital. O fascistoide preferiu o cinza para embelezar a cidade. Já neste sábado (21), João Doria – que derrapou ao tratar as pessoas com deficiência como “defeituosas” – percorreu cem metros em uma cadeira de rodas para testar a acessibilidade nas calçadas. Toda esta picaretagem marqueteira, porém, ganhou os holofotes da mídia.

Morte de Teori vai “estancar a sangria”?

Por Altamiro Borges

Nos seus telejornais, a TV Globo jura de pé junto que a morte do ministro Teori Zavascki e de outros quatro passageiros na queda de um jatinho em Paraty (RJ) foi decorrência do mau tempo. Tamanha insistência inclusive gera desconfianças. Já nas redes sociais, muita gente acredita que o relator da midiática Operação Lava-Jato foi assassinado. Pesquisa do Instituto Paraná aponta que 83% dos brasileiros acreditam nesta hipótese. No momento, porém, tudo é só especulação. Apenas uma rigorosa apuração – se é que ela será feita – poderá explicar o que de fato ocorreu. Uma certeza, entretanto, já é quase consensual, inclusive em setores da mídia chapa-branca. Quem mais ganha com o falecimento de Teori Zavascki é a quadrilha que assaltou o poder no ano passado.