terça-feira, 3 de outubro de 2017

Lula e Moro: segundo turno ideal

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Juan Gelman abre o seu poema “Tarefas” com os seguintes versos: “a tarefa mais laboriosa dos amantes não consiste em fazer amor, mas em desfazê-lo à luz incerta da madrugada ou alvorada…” Sua poética universal pode ampliar nossa sensibilidade para outras deduções, no campo afetivo ou político: “o dever mais importante dos amigos não consiste em querer-se, mas em saber romper a amizade mantendo a fidelidade afetiva”, ou “a obrigação mais forte dos inimigos não é odiar-se, mas saber preparar-se para uma vitória definitiva ou uma derrota digna”, ou – quem sabe – “no plano político, a dignidade das pessoas não está na capacidade de impor as suas próprias razões nas situações de força, mas está em saber ser julgado pelo sujeito da soberania, o povo real”.

No coração do golpe, o ataque ao pré-sal

Por José Álvaro de Lima Cardoso, no site Outras Palavras:

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) retomou no dia 27 de setembro os leilões de áreas para a exploração e produção de petróleo e gás natural, com a realização da 14ª Rodada de licitações. Os 287 blocos em oferta têm, segundo a agência, potencial para descobertas no pré-sal, embora sejam áreas oferecidas sob regime de concessão. A retomada dos leilões de áreas petrolíferas nas bacias sedimentares, após dois anos, ocorre após uma série de mudanças adotadas pelo governo, como a flexibilização das regras das licitações.

Não foi fraqueza do reitor, foi fascismo

Velório do reitor Luiz Carlos Cancellier
Foto: Jornalistas Livres
Por José Sardá, no blog Viomundo:

Durante o velório do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, no final da tarde de hoje (ontem), no hall da Reitoria da UFSC, uma dedução predominou: nem durante a ditadura militar a Universidade foi tão chacoteada como agora pela justiça federal e Polícia Federal.

A vice-reitora Alacoque Erdmann, resumiu a tragédia: “Luiz Carlos Cancellier deu seu sangue pela UFSC”.

Sim, claro.

Na entrevista que concedeu há cerca de uma semana, Luiz Carlos afirmou a Moacir Pereira: nunca fui tão humilhado.

Vamos refletir.

Internet pela cidadania, soberania e paz

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Secretária-Geral do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli participou, entre os dias 27 e 29 de setembro, dos Diálogos por uma Internet Cidadã. O evento, sediado em Quito, no Equador, reuniu diversas entidades e organizações da sociedade civil para discutir uma agenda regional de ações e propostas de políticas públicas, além de produzir aportes para o Fórum Social Mundial da Internet, a se realizar em 2018.

A delegada da Lava-Jato e o reitor da UFSC

Luiz Carlos Cancellier
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A delegada da PF Érika Mialik Marena é coordenadora da operação Ouvidos Moucos, que investiga irregularidades na UFSC. Na manhã de ontem, o reitor Luiz Carlos Cancellier se matou depois de denunciar “a humilhação e o vexame” a que vinha sendo submetido.

Érika foi da Lava Jato até dezembro último, quando aceitou convite para se transferir para a Superintendência de Santa Catarina. Sua saída foi lamentada pelos colegas de Curitiba. Foi ela quem sugeriu o nome da operação.

Riscos do setor externo: nova crise à vista?

Por Felipe Da Roz, no site Brasil Debate:

Desde 2015 a economia brasileira vem sofrendo com a pior recessão de sua história, quando diversas variáveis macroeconômicas passaram a registrar seguidas retrações. Após dois anos recessivos, dados de 2017 dão sinais de uma possível estagnação da situação econômica, tendo as exportações de bens de consumo duráveis como seu principal expoente, seguido pelo impulso do consumo no segundo trimestre após a liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Escola, religião e Estado laico

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

A decisão do Supremo Tribunal Federal em rejeitar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4439, proposta pela Procuradoria Geral da República, traz questões importantes para a sociedade brasileira. A votação apertada, 6 votos a 5, que exigiu “voto de Minerva” da presidente do STF, Cármen Lúcia, é uma prova da divisão sobre o tema: o ensino religioso confessional nas escolas públicas. Confirmando as leis vigentes, os professores poderão dar aulas de religião no ensino fundamental, de acordo com suas crenças.

Salários parcelados e fornecedores em dia

Por Jeferson Miola

Uma estranha aritmética contraria as leis gerais da matemática. O governador Sartori e o prefeito Marchezan Júnior alegam indisponibilidade de recursos financeiros para pagar em dia, sem parcelar, o salário dos servidores públicos estaduais e municipais.

Afinal, falta dinheiro de verdade ou isso é apenas um discurso repetido como mantra para justificar o projeto político de ambos, que consiste em destruir as carreiras do funcionalismo para privatizar os serviços públicos e eliminar as conquistas de cidadania?

Algumas coisas deveriam ser melhor esclarecidas.

As trilhas da revolução latino-americana

Por Augusto C. Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

“Outra vez sob meus calcanhares o lombo de Rocinante, retomo o caminho com meu escudo no braço (...). Muitos dirão que sou aventureiro, eu sou de fato, só que de um tipo diferente, daqueles que entregam a pele para demonstrar suas verdades”. (Che Guevara).

No dia 9 de outubro se completam 50 anos da morte do comandante Ernesto Che Guevara. Tombou no seu posto de combate pela libertação econômica, política e social da América Latina. Mas quem foi Che Guevara? Qual sua contribuição à causa socialista? Tentaremos, sem grandes pretensões, encontrar algumas dessas respostas neste artigo.

Se impedido, Lula influenciará segundo turno

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O Instituto Datafolha divulgou o dado que faltava para confirmar a força eleitoral que terá o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no pleito do ano que vem: com 35% de preferência, ele terá também uma enorme capacidade de transferir votos para outro candidato, caso venha a ser impedido de concorrer por uma condenação em segunda instância.

Segundo a pesquisa da semana passada, ele poderia transferir, hoje, quase 60% de seus votos a outro candidato: 59% deles afirmam que votariam "com certeza" no nome apoiado por Lula e outros 24% "talvez" fizessem o mesmo. Esta transferência levaria o apoiado a obter 21% dos votos, fração suficiente para levá-lo ao segundo turno, "num cenário de disputa pulverizada, sem claros favoritos", como descreve a própria Folha.

Os recibos de Lula e a falsa polêmica

Por Cristiano Zanin Martins, no site Lula:

O conceito de que o réu se defende daquilo que consta na peça acusatória do Ministério Público -a denúncia- não vale para o ex-presidente Lula nos processos que tramitam sob a condução do juiz Sergio Moro.

Nesses processos, os fatos e o direito estão em movimento permanente. Vale aquilo que possa justificar a condenação preestabelecida, por mais frágil e injurídica que seja. Quando a defesa produz prova da inocência, ela é desprezada ou, no mais recente episódio dos recibos dos aluguéis, a verdade é fraudada já no prejulgamento de setores da imprensa.

Mídia alternativa: Anti-cidadão Kane

Por Cynara Menezes, na revista Caros Amigos:

Em 1941, foi lançado um dos mais célebres filmes de todos os tempos, Cidadão Kane, de Orson Welles. A história gira em torno de um magnata da imprensa, Charles Foster Kane, inspirado em um personagem real, William Randolph Hearst, dono de uma rede de jornais e revistas nos Estados Unidos durante o final do século 19 e princípios do século 20.

A vida dos barões midiáticos serviu muitas vezes de inspiração para o cinema e para a literatura. Entre nós, tivemos Chatô, a monumental biografia de Assis Chateaubriand, escrita por Fernando Morais, que se tornou best-seller instantâneo em 1994, transformada mais tarde em filme, aos trancos e barrancos, por Guilherme Fontes. Com uma trajetória pessoal bem menos trepidante que a do paraibano, os proprietários da Folha, do Estadão e da Globo foram retratados em biografias chapa-branca que os tratam como “jornalistas” e não donos de jornal.