sábado, 7 de outubro de 2017

Senado garante impunidade ao “gato angorá”

Por Altamiro Borges

Sem maior estardalhaço da mídia chapa-branca, nutrida com milhões em publicidade oficial, o Senado aprovou na quarta-feira (4) a Medida Provisória que trata da reestruturação administrativa no governo federal. A MP teve como único objetivo recriar o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência para garantir o foro privilegiado para o “gato angorá” Moreira Franco – um dos políticos mais sujos do covil golpista. Por 40 votos favoráveis e 24 contrários, os senadores se apressaram em rejeitar os destaques que poderiam alterar o texto, que segue agora para sanção de Michel Temer, o chefe do “quadrilhão” no poder.

Bolsonaro usa estratégia eleitoral de Trump

Por Renato Rovai, em seu blog:

O deputado federal Jair Bolsonaro (RJ) foi recebido por milhares de pessoas no aeroporto de Belém do Pará na tarde ontem. As cenas foram postadas em vídeo neste blogue.

A questão é que isso deixou de ser exceção e passou a ser a regra. Por onde passa, Bolsonaro mobiliza milhares.

Hoje o candidato da extrema direita consegue ter em todos os cantos do Brasil um grupo para bater bumbo a favor das suas propostas. Parece natural que um candidato a presidente tenha gente lhe apoiando em todos os cantos. Mas não é.

O desafio de varrer o Congresso

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Daqui a um ano, tão importante quanto eleger um presidente que, com legitimidade e sensibilidade, recoloque o país na trilha do desenvolvimento e da justiça social, será renovar o Congresso Nacional, varrendo boa parte dos atuais congressistas. A maioria deles não honrou a democracia, perpetrando o golpe que derrubou Dilma Rousseff; não respeitou a vontade popular, mantendo Michel Temer no cargo apesar da ampla rejeição, e se prepara para fazer isso novamente; e não defendeu os mandamentos sociais da Constituição, aprovando medidas que suprimiram direitos e garantias. Se o Congresso não for requalificado, o futuro presidente, seja quem for, enfrentará os vícios da velha (e atual) política, lastreados no fisiologismo, no clientelismo, na servidão aos poderosos e não ao povo, na traição aos representados.

Definitivamente, Temer, não!

Por Luís Nassif, no Jornal GGN:

Que me perdoem os estrategistas políticos, os defensores da realpolitik, mas Temer, não! Definitivamente, não!

Pouco importa se a esquerda quer que fique, pois até as eleições de 2018, Temer será a melhor alternativa para desmoralizar o golpismo. Pouco importa se o mercado acha que sua queda, agora, poderia consagrar Rodrigo Maia, dar fôlego ao desmonte e prorrogar eleições. Pouco importa se sua queda afetar a economia, der algum fôlego a mais para os golpistas, se desmanchar táticas políticas ou facilitar novos golpes.

Mas Temer, não!

Lobby: Das sombras para a luz

Por Vinícius Gomes Melo, na revista Caros Amigos:

Lobby. A própria palavra parece trazer em si uma carga negativa, como se os profissionais da área — os “infames” lobistas — fossem os responsáveis por eventuais relacionamentos pecaminosos entre os setores público e privado de um país, ao se esgueirarem, na imaginação popular, nos bastidores da política por entre os corredores do poder e atrás de portas fechadas.

Como o "Estadão" atrapalha a educação

Por Carlos Pompe, no site Vermelho:

O Estado de S. Paulo (Estadão) publicou, dia 3 de outubro, no Especial Educação do Estado da Arte, artigo de Guilherme Stein, doutor em Economia pela FGV-SP e assessor da presidência da Fundação de Economia e Estatística (FEE-RS), em que tenta argumentar que os sindicatos de professores atrapalham a educação, ou que trata dos "problemas advindos da sindicalização no meio educacional", como apresenta o jornal.

No Itamaraty, o Macartismo à espreita

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

O chanceler do governo ilegítimo, Aloysio Nunes Ferreira, que um dia se disse de esquerda e até guerrilheiro, removeu o segundo-secretário Julio de Oliveira Silva, de 32 anos, do Consulado-Geral do Brasil em Nova York, em retaliação às críticas feitas pelo jovem diplomata à política externa de Michel Temer, em artigo publicado por CartaCapital. Medida “truculenta e desnecessária”, fulminou Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores de Lula.

A portaria de remoção foi assinada pelo tucano em 28 de setembro, dois dias após estreia de sua coluna no site da publicação. No texto, o diplomata afirma que “o compromisso das forças políticas atuais com o atraso, não apenas na economia, denota a intenção explícita em reverter o pacto social civilizatório duramente obtido em 1988”.

Exclusão de Lula comprometeria a eleição

Foto: Ricardo Stuckert
Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

Ao identificar riscos à eleição presidencial do ano que vem, um grupo de intelectuais, tendo à frente o ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, divulgou manifesto pedindo eleição "direta e irrestrita" em 2018. Embora não apareça no documento, disponível na internet (confira abaixo), eles afirmam também que uma eventual exclusão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comprometeria o processo. Hoje (5), dia em que a Constituição brasileira completa 29 anos, Bresser-Pereira, o também ex-ministro Celso Amorim e o professor Luiz Felipe de Alencastro repudiaram tentativas de implementar um "remendo parlamentarista" ou quaisquer outras medidas que afetem a legitimidade da votação.

Doria e a tática Trump do uso do Big Data

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Há muitas coisas em comum entre o prefeito João Dória e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ambos empresários e endinheirados, buscaram em atrações na televisão a visibilidade midiática para tornarem-se popstars.

Com a fama conquistada pela exposição na tevê, Trump e Dória se embrenharam na política, os dois a partir de posições conservadoras: Trump pelo Partido Republicano e Dória pelo PSDB. Dois personagens caricatos, com pouca experiência na vida política tradicional, chegaram à Presidência dos Estados Unidos e à prefeitura de São Paulo.

Repórter de 31 anos morreu de tanto trabalhar

Do blog Socialista Morena:

Após quatro anos, a emissora de televisão pública do Japão NHK admitiu que a jornalista Miwa Sado, de 31 anos, morreu de insuficiência cardíaca por ter sido forçada a trabalhar sem parar em julho de 2013. No mês anterior, tinha acumulado 159 horas extras acumuladas e apenas dois dias de folga.

Repórter de política, ela havia atuado na cobertura das eleições da Assembléia Metropolitana de Tóquio e da Alta Câmara Nacional, em junho e julho de 2013. Morreu três dias após o segundo evento. Segundo o jornal New York Times, a jornalista raramente tinha folgas no final de semana e trabalhava até meia-noite todo dia. Em seu aniversário, ela mandou um email aos pais, que acharam-na fraca.

Um país de descerebrados e dementes?

Por Bepe Damasco, em seu blog:

A julgar pelas manifestações de intolerância e ódio – de caráter político, ideológico, religioso ou social - que se alastram como rastilho de pólvora, a resposta é sim.

Valores totalitários e pré-iluministas são uma ameaça real à sociedade?

A volta da censura a obras de arte, partindo de um número cada vez maior de analfabetos formalmente letrados e de esferas de governo, indicam que sim.

O estado de exceção já uma realidade no Brasil pós-golpe?

Deputado recua na censura à internet

Do blog Viomundo:

O texto da emenda, do deputado Aureo (SD/RJ), que instituía a censura à internet, diz:

A denúncia de discurso de ódio, disseminação de informações falsas ou ofensa em desfavor de partido, coligação, candidato ou de habilitado conforme o artigo 5oC, feita pelo usuário de aplicativo ou rede social, por meio de canal disponibilizado para esse fim no próprio provedor, implicará em suspensão, em no máximo vinte e quatro horas, da publicação denunciada.

A pressão foi tão grande que o deputado recuou.

Em nota à imprensa (na íntegra, ao final), diz:

Guerrilha do MBL mira em arte e sexo

Por Tomás Chiaverini, no site The Intercept-Brasil:

"Vídeo polêmico mostra criança interagindo com homem nu”, diz a manchete. Diante dela, a tendência natural é imaginar o pior. “Interagir” certamente teria a ver com alguma prática sexual bizarra. O temor é reforçado pela presença insistente da palavra “pedofilia” nos comentários que repercutem o assunto. Apesar do receio, tomamos coragem, respiramos fundo e clicamos.

Há um homem nu, deitado, inerte. Ao lado dele, uma menina de uns cinco anos, acompanhada da mãe. As duas estão vestidas. A mãe então encoraja a menina a tocar no homem, e ela toca. Na canela, depois no braço. E é isso. Foi esse o trecho de um vídeo de uma performance no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), que deixou a imprensa e as redes sociais em polvorosa nos últimos dias.