sábado, 20 de janeiro de 2018

Cristiane Brasil seguirá o pai escravocrata

Por Altamiro Borges

Em pleno sábado (20), o Superior Tribunal de Justiça decidiu liberar a posse da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho do covil golpista de Michel Temer. A sentença foi proferida pelo vice-presidente do STJ, ministro Humberto Martins, que contrariou decisão anterior da 4ª Vara Federal de Niterói que classificou a nomeação da caloteira como “um flagrante desrespeito à Constituição no que se refere à moralidade administrativa”. Por meio de nota, o ministro alegou que concordou com o parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) “no sentido de que condenações em processos trabalhistas não impedem a deputada de assumir o cargo, já que não há nenhum dispositivo legal com essa determinação”.

Acorrentar Cabral evidencia Estado de Exceção

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Não havia risco de fuga nem de agressão do preso aos policiais. Mesmo assim, em mais uma demonstração de força e arbitrariedade, a Lava Jato submeteu o ex-governador Sergio Cabral a uma humilhação desnecessária, ferindo o direito à dignidade garantido aos presos, inclusive por tratados internacionais. Depois de ser transferido do Rio para Curitiba ele foi apresentado à imprensa com os pés acorrentados e os punhos algemados, como se se tratasse de um perigoso serial killer ou de um criminoso esquizofrênico que precisava ser contido por uma camisa de força. No momento em que espera colher seu maior troféu, a condenação do ex-presidente Lula, a Lava Jato usou Sergio Cabral com propósito claramente exibicionista e mais uma vez demonizador da classe política. Cabral foi abusado, mas quem pode alguma coisa contra os abusos da Lava Jato?

“Lula é a joia da coroa do Plano Atlanta”

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

No fim de 2012, Manolo Pichardo, político da República Dominicana, participou de uma sinistra reunião na suíte de um hotel em Atlanta, nos Estados Unidos. Alguns ex-presidentes latino-americanos de inclinação de centro ou direita discutiram como varrer adversários progressistas do mapa. Afinal, dizia um dos presentes, Luis Alberto Lacalle, ex-mandatário uruguaio, “não podemos ganhar desses comunistas pela via eleitoral”.

A presença de Pichardo ali era estranha, só tinha ido a Atlanta graças ao convite de um ex-presidente amigo, Vinicio Cerezo, da Guatemala. Atual comandante da Conferência Permanente de Partidos Políticos da América Latina (Copppal), Pichardo pertence ao Partido da Libertação Dominicana, de esquerda.

As falhas no combate à febre amarela em SP

Da Rede Brasil Atual:

Os governos de Temer e Alckmin falharam na política de combate à febre amarela. Segundo o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, esta é a principal causa da atual corrida da população aos postos de saúde em busca de vacina. Mesmo assim, ele enfatiza que não há motivo para pânico: nada indica que haverá um surto da doença nas cidades.

"A febre amarela silvestre acontece em áreas de floresta, onde necessariamente tem que ter um hospedeiro permanente do vírus da febre amarela. Um mosquito que só têm na floresta é o que transmite a doença para um ser humano que entra na floresta", afirma o ex-ministro ao repórter Jô Miyagui, da TVT.

As origens de um juiz acima da lei

Por Júlia Dolce, no jornal Brasil de Fato:

Há dezenas de páginas nas redes sociais homenageando o juiz de primeira instância da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, Sérgio Moro. Ao pesquisá-las, a primeira que aparece, com 1,6 milhão de curtidas e postagens constantes contra o Partido dos Trabalhadores (PT), leva apenas o nome do juiz, podendo ser confundida com uma página oficial. A segunda é "Juiz Sérgio Moro – O Brasil está com você", com 1,5 milhão de seguidores, que se define como uma página de "causa". A terceira é sobre um psicólogo canino que também se chama Sérgio Moro.

Facebook e seu novo algoritmo: distopia total

Por Chris Taylor, no site Outras Palavras:

Ao se construir uma distopia, é bem difícil deixá-la aos moldes tanto de Orwell quanto de Huxley ao mesmo tempo. Mas, com as mudanças recentemente anunciadas no feed de notícias do Facebook, Mark Zuckerberg parece ter realizado esta façanha.

Os mundos assustadores de George Orwell (1984) e Aldous Huxley (Admirável mundo novo) são, de muitas maneiras, opostos simétricos. Um trata de um Estado de vigilância que controla o que as pessoas conhecem da história ao literalmente reescrever os jornais. O outro, trata do controle de seus cidadãos ao fazê-los usar uma droga dissociativa chamada soma.

Juízes sem voto não podem mandar no Brasil

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Muitos juízes, procuradores do Ministério Público e delegados da Polícia Federal bem que podiam se candidatar nas próximas eleições. Já que não honram mais suas funções públicas em razão do ativismo político de direita que abraçaram, passa diante deles um cavalo encilhado que pode levar à Câmara dos Deputados, ao Senado, às assembleias legislativas ou até aos governos estaduais. E só montar.

Se tiverem coragem para tentar a presidência da República, mesmo sabendo que serão surrados nas urnas, tudo bem, o problema é deles. Disputar o voto popular devia ser o caminho natural para quem usa a magistratura ou o MP para expressar suas preferências político-partidárias, para posar de comentarista político ou se manifestar fora dos autos sobre assuntos relevantes para o país, mas que nada tem a ver com o cargo que ocupam.

Por que a narrativa golpista foi vitoriosa?

Por Juarez Guimarães e Eliara Santana, no site Carta Maior:

No artigo anterior, analisou-se como a narrativa golpista – seus temas centrais, seus tempos, sua construção simbólica, suas articulações - conseguiu as condições de ser vitoriosa. Neste artigo, a pergunta é: por que a narrativa golpista pôde ser vitoriosa contra a esquerda brasileira?

Certamente a práxis política comunicativa da esquerda brasileira carece de fundamentos conceituais que, ao mesmo tempo, estejam em sintonia com a sua identidade histórica e seu programa, com sua estratégia de poder e permitam diagnosticar a dinâmica do processo em curso. Neste sentido, a práxis política comunicativa dos neoliberais está bem mais avançada na articulação de sua identidade, sua narrativa e sua estratégia de poder. Aliás, pode-se dizer mesmo que aí reside o centro da capacidade de legitimar sua política.

Uma carta para Rodriguinho Maia

Por Célio Turino, na revista Fórum:

Prezado Rodriguinho,

Tomo a liberdade de chamá-lo no diminutivo porque, apesar de seus quase 50 anos de idade, tudo o que você conquistou na vida profissional e política foi à sombra do seu pai, o ex-deputado e ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia. A propósito, procurei em sua biografia algum trabalho privado, ou por próprio mérito, e não encontrei, se houver, por favor, avise para ajuste biográfico. Sei que, desde 1999, aos 28 anos de idade, você tem sido eleito deputado federal e atualmente é presidente do Congresso, como foi um outro neto de político, um tal de Aécim.

Brasil: a construção interrompida

Por César Locatelli e Gustavo Aranda, no site Jornalistas Livres:

Você não ouvirá um economista que repete a mesma ladainha do FMI, do Banco Mundial ou dos economistas ortodoxos e seus pares da mídia. Tampouco o identificará com radicalismos raivosos ou destemperados. Os conceitos progressistas firmes, mas transmitidos com notável diplomacia, de Paulo Nogueira Batista Jr., o permitiram ter colunas em jornais conservadores brasileiros por mais de uma década. Em tempos de um Brasil menos cindido, era ouvido por ambos os lados da luta política.

STF teme que Lula desmoralize a Justiça

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Matéria do Jornal do Comércio (imprensa gaúcha) dá conta de que veículos da imprensa internacional informaram sua reportagem de que a figura de Lula continua muito popular no exterior; “Ele é mais bem visto fora do Brasil do que aqui”, disse um correspondente da TV chinesa. Essa boa imagem de Lula preocupa o consórcio midiático-judiciário que quer destruir o ex-presidente.

Segundo a reportagem em questão, o TRF-4 não informou quantos jornalistas da mídia internacional solicitaram credenciamento para acompanhar o julgamento, mas sabe-se que repórteres de veículos dos Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, Japão e Catar pleiteiam uma vaga para cobrir a sessão in loco. Ao todo, cerca de 400 profissionais do Brasil e do exterior estarão em Porto Alegre no dia 24.

Rodrigo Maia presta contas do golpe nos EUA

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

No dia seguinte à presença do ex-presidente Lula no teatro Casa Grande, junto a populares, intelectuais e artistas, que vinham lhe prestar solidariedade e ouvir suas propostas para um Brasil melhor, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, foi a Washington prestar contas do golpe no Wilson Center, um dos mais ativos think tanks da comunidade de inteligência dos EUA, e, de longe, o mais ligado à Casa Branca.

O Anaquim, o ‘Eureka’ e a ética da Globo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É evidente que a Rede Globo não tem nenhuma responsabilidade pela tragédia de Copacabana, nem muito menos é possível dizer que o rapaz que passou sobre 16 pessoas e produziu a morte de um bebê no calçadão estava ou não em uma crise epiléptica.

Dito isto, não é curioso que não se faça menção ao fato de, ao que tudo indica, ter fotos na internet passeando ou trabalhando na Globonews, como as que circulam na rede?

Lula, Dreyfus e a reação ao arbítrio?

Por Jeferson Miola

Lula não está sendo julgado; ele está sendo condenado sem provas, num processo enviesado e carente de fundamentos jurídicos.

A condenação arbitrária do ex-presidente no TRF4 são favas contadas. O regime de exceção perpetrará esta violência jurídica mesmo que a falsa acusação, forjada pela Lava Jato para condená-lo – a suposta propriedade de um apartamento triplex – tenha sido totalmente desmanchada em decisão recente da juíza Luciana Corrêa Tôrres de Oliveira, da 2ª Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.