quinta-feira, 8 de março de 2018

Cármen Lúcia e a memória do AI-5

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao tentar impedir, de todas as maneiras, o debate em plenário do STF sobre um pedido de habeas corpus para Lula, a presidente Cármen Lúcia se alinha à mais lamentável tradição autoritária brasileira.

Estamos falando daquele regime vergonhoso erguido em dezembro de 1968, através do AI-5, que instituiu uma ditadura que censurava os jornais, esmagava lideranças populares e empregava a tortura como método usual de investigação. Não por coincidência, ao se instalar tal regime cassou três ministros do STF.

8 de Março e a luta das mulheres

Editorial do site Vermelho:

A maioria dos mais de 200 milhões de brasileiros é formada por mulheres – são 51,6%, ou mais de 104 milhões de brasileiras. Todavia, vivem ainda sob uma cultura profundamente patriarcal e enfrentam discriminações múltiplas nos diversos âmbitos da vida, cujo ápice se revela nos altíssimos números de violência – a cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil.

Reforma trabalhista afeta mais as mulheres

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

As mulheres trabalham mais, ganham menos e são as primeiras a perder o emprego na hora da crise. Principalmente as mais pobres, negras, de baixa escolaridade, que ocupam postos precarizados. O diagnóstico é da juíza do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) e presidenta da Associação Juízes para a Democracia (ADJ), Laura Benda.

Quem são os que não aceitam Lula?

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:

Quinta-feira 1º de março, a Folha de S.Paulo estampou longa entrevista com o ex-presidente Lula. Depois de marchas e contramarchas, a jornalista Mônica Bergamo pergunta: “O senhor fala: ‘Eles não me aceitam’. Quem são eles?”. Lula responde: “Ah não sei. São eles. Eu não vou ficar nominando”.

“Quem são eles?”

O 8 de Março e as escolhas

Por Cezar Britto, no blog Socialista Morena:

A evolução da humanidade guarda relação direta com as nossas escolhas. A humanidade já escolheu a barbárie, a dominação, a opressão ou qualquer outro tipo de imposição como se fossem consequência natural da hegemonia de um grupo mais apto sobre o outro. Também já escolheu em sua História o tráfico de pessoas humanas, os navios negreiros e o direito de propriedade sobre mulheres, homens e crianças. Escolhas foram feitas para que se fizesse da intolerância religiosa um dogma, corpos queimados em fogueira uma manifestação divina e conflitos entre religiões simples guerras santas. Escolhe-se, diariamente, a supressão do direito à infância, a prostituição, o abandono educacional e o trabalho infantil. Escolhas ainda são feitas para que mulheres sejam consideradas meras reprodutoras de seres humanos, sem qualquer direito, objeto de prazer e adorno dos homens. Escolhas em que nações subjugam nações e desumanos dominam humanos.

Mulheres x Globo: uma luta de todos

Por Tadeu Porto, no blog Cafezinho:

Ser homem e escrever sobre a luta das mulheres não é tarefa fácil. Primeiro, pois fica parecendo que queremos o protagonismo mesmo numa luta onde historicamente fomos e somos o lado opressor da história. Segundo, pois por mais que tentemos entender sobre o assunto, nunca saberemos o que de fato o que sofrem as mulheres e, assim, vira e mexe escorregamos ou erramos feio em nossas análises e opiniões, mesmo querendo ajudar.

Contudo, a omissão diante a injustiça – que as mulheres sofrem diariamente – é um outro problema grave que existe e, certamente, é um dos grandes motivos da dificuldade de se alcançar a igualdade de gêneros tão necessária.

Não dê bola aos desanimadores profissionais

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Neste momento, pior do que a perseguição a Lula são os “desanimadores profissionais”, que ficam nas redes sociais vertendo lamentações e prognósticos sobre o fim dos tempos por conta dessa mesma perseguição a Lula, como se fosse novidade.

A luta é dura, a perseguição é antiga e todos sabíamos aonde os golpistas queriam chegar. E sabíamos todos que eles tinham os meios de chegar.

A forma como os golpistas da mídia e da “justissa” usaram o que chamam de “lei” para condenar petistas e aliados ou ex-aliados do PT e poupar tucanos e seus aliados e ex-aliados, porém, é escancarada.

Febre amarela e o abandono da saúde pública

Por Carlos Neder, na revista Teoria e Debate:

O desencontro de informações dos órgãos responsáveis pela saúde pública, em especial os do Ministério da Saúde, sobre a febre amarela gerou inicialmente apreensão e pânico na população, seguidos de falsa sensação de segurança. Hoje os principais desafios são motivar as pessoas a se vacinarem, fazer com que acreditem que a vacina é segura e que a doença veio para ficar de forma endêmica mesmo na região Sudeste do país, o que demanda atenção permanente. O ministro Ricardo Barros, do ilegítimo governo Temer, chegou a afirmar em setembro de 2017 que o surto havia acabado e que mesmo assim toda a população seria vacinada de modo preventivo. Os índices de vacinação estão muito aquém disso e os números de casos de febre amarela e de mortes deles decorrentes continuam crescendo.

A face escravocrata e misógina do golpe

Por Jeferson Miola, em seu blog:

1.

O Banco Itaú, sozinho, teve um lucro líquido de R$ 24,9 bilhões em 2017.

Estima-se que em 2018 o lucro do setor bancário brasileiro, que é extremamente oligopolizado nas mãos de poucas famílias biliardárias, deverá ultrapassar R$ 110 bilhões.

Outros 800 a 900 bilhões de reais serão drenados para os agiotas não-brasileiros da mesma forma, ou seja, mediante o pagamento de juros e amortização da dívida indecente.

Enquanto isso, projeta-se um estouro do orçamento federal de 2018 em R$ 150 bilhões.

Uma reciclagem da narrativa golpista?

Por Juarez Guimarães e Eliara Santana, no site Carta Maior:

A narrativa golpista, a despeito da força inicial demonstrada na legitimação do golpe, entrou em um processo de crise explicitado pela impopularidade das lideranças golpistas, pela rejeição das reformas neoliberais e, principalmente,pela forte ascensão de Lula nas pesquisas, indicando, inclusive, a possibilidade de uma vitória inédita no primeiro turno das eleições presidenciais. Um contradiscurso, fruto de certo fortalecimento e da atuação da mídia alternativa, emergiu e se mostrou capaz de desnudar, pelo menos em parte, o deliberado enviesamento da cobertura da imprensa corporativa. Esse contradiscurso, apesar de um alcance ainda pequeno da mídia alternativa diante da absurda concentração midiática, sobretudo da TV Globo, tem sido capaz de abalar a credibilidade da narrativa golpista. Sobretudo, ele se mostra mais coerente e muito mais sensível à experiência sofrida pela maioria da população brasileira após o golpe parlamentar de 2016.