quinta-feira, 15 de março de 2018

As esquerdas na hora da travessia

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Transitar da tragédia grega, do desastre anunciado, independentemente da vontade dos atores, para a ação coletiva orientada, pressupõe organização, liderança e comando. Essa é a forma de evitar que o acaso, o aleatório, seja o instrumento decisivo de “mudança do rumo da História”, como observou Wanderley Guilherme dos Santos em entrevista que precisa ser pensada, como tudo o que diz e escreve (Valor, 2/3/2018).

Substituir a expectativa do acaso, tão presente em nossa História, pela ação coletiva consciente cobra reflexão, mãe da teoria que orienta a boa práxis, ensinava Lênin. Uma boa teoria resultaria da compreensão do caráter da crise e, nela, do papel de seus personagens.

O golpe de 2016 e o feminicídio político

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Muito já se escreveu e se escreverá sobre as implicações machistas do golpe que derrubou uma mulher da presidência da República no Brasil em 2016. Havia ódio político contra Dilma Rousseff, mas também componentes claríssimos de misoginia, de ódio de gênero. Característica, aliás, da extrema-direita em ascensão no mundo. Um homem machista, assediador e abusador ocupa a presidência dos Estados Unidos.

João Doria, o camaleão paulista

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O primeiro estelionato da campanha eleitoral deste ano já foi cometido. João Dória elegeu-se prefeito de São Paulo demonizando os políticos. Ele era apenas um gestor. O “João trabalhador”. Em um ano e pouco de mandato só fez política, enquanto crescia na cidade o “apagão dos postes” e os buracos de rua. Profissionais de saúde e educação da prefeitura estão anunciando uma paralisação. Na campanha, ele documentou fartamente a promessa de que ficaria no cargo quatro anos mas vai cometer o estelionato se vencer a prévia do PSDB no domingo. Deixará a prefeitura em 7 de abril para ser candidato a governador.

A tentativa de diluir assassinato de Marielle

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Foi posta em movimento a roda para tentar triturar o caráter político da morte de Marielle Franco e diluí-la.

Na GloboNews, a notícia sobre o assassinato vem acompanhada de outros casos de violência, como se fosse tudo parte da “crise de segurança pública” no Rio.

O jornal da família nem sequer deu capa para Marielle.

Não à toa, o ministro da Justiça, Michel Temer faz força para emplacar essa narrativa.

Temer e Cármen Lúcia andam irritados

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Os presidentes Michel Temer, da República, e Cármen Lúcia, do STF, têm se mostrado muito irritados desde aquela reunião sigilosa que tiveram sábado passado na casa dela.

Por que será? Certamente não foi por causa do cardápio servido no ágape.

Temer encarregou o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, ex-chefe da tropa de choque de Eduardo Cunha, de a todo momento dizer aos jornalistas que “o presidente está muito irritado” com o ministro Luis Roberto Barroso, do STF.

O general e a morte da vereadora

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os tiros que mataram Marielle Franco também atingiram em cheio a autoridade do general Walter Braga Netto, posto na indesejada posição de “bucha de canhão” de uma intervenção feita sem planejamento, sem objetivos que não os eleitorais e também sem alvos definidos e coerentes.

Não é preciso ser um sherlock para saber de onde vieram os assassinos da vereadora e de seu motorista, é claro.

Muito menos para saber que o crime colocaria a intervenção na berlinda, perante o país e perante o mundo.

Somos todos Marielle Franco

Editorial do site Vermelho:

O assassinato a tiros da vereadora carioca Marielle Franco, do PSOL, é um crime que nos atinge a todos. Mulher, negra, “cria da favela”, mãe, militante dos direitos humanos e do progresso social, os tiros que tiraram sua vida atingiram o coração da democracia e da luta contra a intolerância disseminada pelo país. Atingiram a todos os que lutam contra o arbítrio e a ilegalidade.

Assassinato de Marielle foi crime político

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Marielle Franco, vereadora, feminista, negra, socióloga e destacada lutadora pelos direitos humanos está morta. Os nove tiros desferidos contra seu carro tiveram o claro objetivo de abafar sua voz e impedir que suas ideias seguissem cativando corações e mentes, na dura militância contra todo tipo de preconceito e a criminalização da pobreza. Alvejado pelos disparos, o motorista Anderson Gomes também morreu.

Lula, o STF e a "voz das ruas"

Lula participou nesta quinta-feira (15) do ato em Defesa das Democracias
organizado pelo Fórum Social Mundial: Foto: Ricardo Stuckert
Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Os resultados da mais recente pesquisa CUT/Vox Populi nos recolocam perante a constatação da irrelevância, para a elite brasileira, da opinião das pessoas comuns. Ela vale muito pouco no Brasil.

A pesquisa mostra que a maior parte da população reprova a guerra judicial que contra Lula movem juízes, procuradores e policiais, em parceria com o grande capital, os oligopólios da mídia e um pedaço do sistema político. Apenas uma minoria a apoia.

A pesquisa também deixa claro que essa minoria é constituída, em sua quase totalidade, por pessoas que são e sempre foram contra o ex-presidente, o PT e suas políticas de governo. É o terço da população que diz “detestar” (equivalentes a 13% do total) ou “não gostar do PT” (que são 20%).

Marielle, um crime de verdade para o general

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) está destinado a se transformar num caso emblemático da intervenção militar no Rio de Janeiro. Depois de abrir mochilas de crianças e fotografar moradores de favelas em busca de antecedentes criminais, o general Braga Neto encontra-se diante de um caso sério, que deve ser apurado e esclarecido, com o julgamento e punição dos responsáveis.

Todos os indícios sobre a morte de Marielle Franco configuram um caso óbvio de execução criminosa e crime encomendado. Um automóvel emparelhou com o carro que conduzia a vereadora para casa. Foram feitos 9 disparos que ainda mataram o motorista Anderson Pedro Gomes. Também atingida por estilhaços, a assessora Fernanda Chaves chegou a ser levada para um hospital próximo, sendo liberada na madrugada.

Marielle foi assassinada pelo golpe

Arte: André Hora
Por Marcelo Zero

Alguns dirão que Marielle Franco foi provavelmente assassinada por milicianos ligados à PM do Rio de Janeiro, já que a combativa vereadora, mulher negra da favela da Maré, vinha denunciando os crimes desses grupos contra a população favelada da “cidade maravilhosa” e a intervenção militar imposta pelo governo federal.

Engano. Esses grupos foram, no máximo, os executores de Marielle. Foram apenas aqueles que dispararam 9 vezes contra a sua cabeça, numa execução bárbara, que demonstra ousadia e certeza de impunidade.

Luto pela morte de Marielle Franco

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

O Cafezinho está de luto, por muito tempo, pela morte da vereadora Marielle Franco, do PSOL Rio, assassinada barbaramente há pouco, no Estácio, com 9 tiros, junto com seu motorista, Anderson Pedro Gomes.

Nossa solidariedade absoluta para seus parentes, amigos e correligionários.

Evitemos fazer qualquer especulação política, mas até mesmo por respeito às ideias de Marielle, não podemos deixar de observar que esse tipo de crime não será investigado pelas forças armadas. Tem de ser investigado pelo departamento de homicídios da polícia civil do estado do Rio.

Quem matou Marielle sabia atirar