segunda-feira, 2 de abril de 2018

América Latina: faces do novo autoritarismo

Por Isabella Gonçalves, no site Outras Palavras:

As democracias latino-americanas vêm passado por um processo de profunda (des)configuração após mais de uma década de experimentalismo democrático, que teve seu ápice na Venezuela e na Bolívia, onde as experiências de poder popular e reinvenção do Estado construíram transformações experimentais na organização do poder político e transformações substantivas na condição de vida das pessoas.

Golpes parlamentares, reviravoltas eleitorais à direita, legislações de exceção, intervenções militares e agora uma ameaça concreta de invasão militar na Venezuela lançam sobre o continente a sombra do militarismo e do autoritarismo.

Confiança na mídia despenca no Brasil

Do blog Socialista Morena:

Nunca se confiou tão pouco na imprensa: o Brasil, a Índia e os Estados Unidos são os três países do mundo onde a confiança na mídia mais caiu, de acordo com o estudo global Edelman Trust Barometer 2018, divulgado no último dia 28 de março. Pela primeira vez, a mídia aparece como a instituição menos confiável em relação às outras (governo, empresas e ONGs) em 22 dos 28 países pesquisados. A explicação para a queda são as notícias “distorcidas” e as fake news.

​​Prisioneiros de si e de seu próprio ódio

Por Dr. Rosinha, no site da Fundação Perseu Abramo:

Em artigo que escrevi semana passada, intitulado ‘Marielle’, condeno a opressão e os atos de violência de todo tipo, principalmente a violência física, tão farta no Brasil, presente no cotidiano e exposta dia e noite nas TVs e rádios.

Locutores, “animadores” e os autodenominados repórteres policiais, através de suas posições nos meios de comunicação, incentivam a violência. Incentivam a lei do “olho por olho” (Código de Hamurabi), ou seja, incentivam mais violência.

Henrique Meirelles à sombra de Temer?

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

Após festejar o crescimento de 1% do PIB em 2017 e talvez animado com a última rodada de pesquisas do Datafolha, na qual figura com 1% das intenções de voto, Henrique Meirelles decidiu deixar o comando do Ministério da Fazenda para tentar viabilizar a sua candidatura ao Palácio do Planalto.

Desde a sexta-feira, 23, após um encontro com Michel Temer, os rumores ganharam substância. Ao longo da semana, ainda tentou despistar. Disse que daria a palavra final até a próxima terça-feira 3 de abril.

O jogo de cena não colou. Além de o ministro ensaiar discurso de candidato em convescotes com empresários, o MDB confirmou, pelas redes sociais, que Temer e o senador Romero Jucá assinarão a filiação de Meirelles ao partido nessa mesma data.

O ódio com pitadas de psicopatia

Por Tiago Muniz Cavalcanti, no site Vermelho:

Marielle Franco, vereadora do Psol, foi assassinada com três tiros na cabeça e um no pescoço. Muito embora ainda se desconheçam os motivos e os autores dos disparos, as circunstâncias não deixam dúvidas das razões políticas subjacentes: mulher, negra, lésbica, nascida e crescida na favela da Maré, militante da democracia e dos direitos humanos, era crítica da polícia militar e da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro.

A mobilização em torno de sua morte por aqueles que hasteiam suas bandeiras foi capaz de provocar reações ideologizadas por parte da sociedade tomada pelo ódio e que cresce exponencialmente.

Um ex-dirigente da Shell na Petrobras

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Colocar a raposa dentro do galinheiro. É exatamente isso que o ilegítimo governo Michel Temer pretende fazer na Assembléia Geral da Petrobrás de 26/4/2018 que confirmará as indicações de José Alberto de Paula Torres Lima e de Ana Lúcia Poças Zambelli para o Conselho de Administração da Petrobrás, que é o principal órgão de governança da estatal brasileira.

Durante 27 anos, José Alberto de Paula Torres Lima foi funcionário da Shell, a multinacional petroleira anglo-holandesa que busca se apropriar de nacos da Petrobrás que estão sendo privatizados e desnacionalizados pela atual direção ilegítima da Petrobrás.

O longo caminho da mudança

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

A prisão dos três amigos do Presidente Temer, o atentado à bala contra a caravana do ex-Presidente Lula, a ausência de uma resposta esclarecedora sobre quem assassinou Marielle, a mão do candidato Bolsonaro simulando uma pistola apontada para a cabeça de um boneco representando Lula, são fatos muito graves. Os quinze minutos do Jornal Nacional inviabilizando a “reeleição” de Temer (que já era inviável) e dizendo a ele que “podemos tirá-lo quando quisermos”, bem como humor do Ministro Gilmar Mendes -que não vai muito bem- somam-se aos fatos anteriores, para mostrar que a rede golpista, que criou condições para derrubada da Presidenta Dilma, ao mesmo tempo que está num dilema sobre o sentido que quer dar a sua estratégia de poder, estuda uma nova estratégia, que ainda não está definida.