sábado, 7 de abril de 2018

A palavra de ordem agora é Lula Livre

Por Altamiro Borges

Mais um capítulo do golpe do capital, externo e nativo, está consumado: Lula vai para as masmorras de Curitiba, uma “cela sem frigobar e TV” – segundo a asquerosa Folha –, que mais se parece com uma solitária. Depois da deposição de Dilma Rousseff, que alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer, e das imposições de várias maldades – como a “reforma” trabalhista, a terceirização selvagem e o congelamento por 20 anos dos investimentos em saúde e educação –, agora as forças da direita aprisionam o maior líder popular da história do Brasil. O golpe estaria incompleto sem a sua prisão. Para acelerar seu plano de desmonte do Estado, da nação e do trabalho, era indispensável isolá-lo em uma solitária. Só os ingênuos ainda acreditavam no “republicanismo” das elites burguesas, que têm o fascismo no seu DNA.

Está rindo do quê, “coxinha” otário?

Por Altamiro Borges

A julgar por todas as pesquisas recentes de intenção de voto, milhões e milhões de pessoas dos vários cantos do Brasil estão tristes e revoltadas com a iminente prisão de Lula. É uma comoção silenciosa, mas que ainda pode vir à tona. Já milhares de pessoas mais organizadas foram às ruas nos últimos três dias em marchas, atos públicos e bloqueios de rodovias em mais de 100 cidades do país. Em São Bernardo do Campo (SP), berço operário do líder petista, cerca de 20 mil pessoas se revezaram em vigília contra as ordens do carrasco Sergio Moro. Na outra ponta, setores da sociedade estão com um sorriso no rosto. Como expressão do ódio nutrido pela mídia, eles torcem pela prisão e até pela “morte” de Lula. Nas redes sociais, eles já foram classificados como “abastados ou abestados”.

A íntegra do discurso histórico de Lula

Do jornal Brasil de Fato:

Na tarde deste sábado (7), em São Bernardo do Campo (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou seu último discurso antes de apresentar-se à Policia Federal para cumprir o mandado de prisão emitido pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro nesta semana. A milhares de pessoas que o acompanhavam desde sexta-feira em vigília, Lula, emocionado, relembrou o início de sua vida política no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e enviou uma mensagem de motivação para os que acreditam em seu projeto político.

Confira abaixo a transcrição do discurso histórico:

A união contra a prisão de Lula

1980/2018
Por Luiz Eduardo Soares, no site Mídia Ninja:

(1) O anti-petismo é um veneno que contagiou parte da sociedade, serviu de combustível à extrema direita, intoxicou as relações, infundiu ódio na política e a conflagrou. Por isso, mesmo não sendo petista, sou anti-anti-petismo. O anti-petismo generaliza acusações e identifica o PT como fonte de todos os males. Lembra, guardadas as devidas proporções, o antissemitismo que alimentou o nazismo. Os movimentos autoritários precisam apresentar-se como cruzadas morais para definir o Outro não como adversário no conflito natural e democrático de posições, mas como inimigo a ser eliminado.

Lula refaz seu mito

Foto: Francisco Proner
Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

As longas e dramáticas horas que se seguiram à ordem de prisão do ex-presidente Lula, na quinta-feira, podem terminar hoje, sem sangue e sem morte mas, com um pouco mais da insensatez que pontuou todo o processo, poderiam ter sido trágicas. Caso se entregue mesmo hoje, depois da missa pelo aniversário de sua falecida mulher, dona Marisa, Lula terá feito sua própria hora, será preso “sem baixar a cabeça”, depois da demonstração de apoio popular que fará dele um preso político, embora condenado por corrupção. Lula refaz seu mito. As imagens correrão o mundo e estarão na campanha eleitoral. Foi a precipitação do juiz Sérgio Moro, ao ordenar sua prisão atropelando prazos e ritos, que lhe permitiu protagonizar o auto de resistência. E ainda existe a hipótese de o STF acolher uma reclamação contra os atropelos. Se não tivesse errado, Moro não teria engolido o desaforo. Por outro lado, ordenando o uso da força, poderia ter provocado uma tragédia.

Lula: "Jamais aprisionarão nossos sonhos"

Prisão de Lula: O fim do primeiro ato

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Daqui a pouco, após a missa que lembrará os 68 anos de nascimento de Marisa Letícia, provavelmente Lula irá ao encontro de seus captores da Polícia Federal.

Será o fim do longo primeiro ato da tragédia brasileira, inciada em 2013 e que ganhou personagem central no ano seguinte, quando Sérgio Moro começou a sua caminhada desde as sombras em que montou, com a ajuda de seu velho delator Alberto Yousseff, a Operação Lava Jato e galgou o estrelato nacional, sob as luzes e os salões da mídia.

Por que as elites apelam ao golpe

Por Róber Iturriet Avila e Pedro Vellinho Corso Duval, no site Outras Palavras:

As destituições presidenciais ocorridas em 1964 e 2016 possuem distinções em termos de método, instrumento e velocidade. Um olhar mais cuidadoso, entretanto, é capaz de identificar nestes epifenômenos causalidades nos interesses políticos dos respectivos grupos sociais representados e contrários aos então presidentes. Este breve texto, de forma simplificadora, busca quantificar e qualificar algumas dessas causas através da variação real do salário mínimo, da incidência tributária e das políticas sociais distributivistas interrompidas ou restringidas.

A batalha por Lula em São Bernardo

Foto: Ricardo Stuckert
Por Haroldo Lima, na revista CartaCapital:

O Brasil vê-se na seguinte situação:

Ausência de um chefe de Estado reconhecido, respeitado e suficientemente forte para imprimir rumo à crise imediata. A eventual opinião que Michel Temer teria sobre os fatos em curso não tem importância, nenhuma força expressiva a seguiria.

Os presidentes das duas casas do Congresso sequer são conhecidos da população e também se enxovalharam bastante nas artimanhas golpistas de 2016.

O Supremo Tribunal Federal sofre desgaste persistente e, apesar de ter alguns integrantes que inspiram respeito, tem uma presidenta simplesmente comandando uma obstrução, para que não se discuta e não se reveja uma jurisprudência equívoca.

Lula preso, "deus-mercado" feliz

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:

Quando o juiz Sergio Moro assinou o ‘cumpra-se a pena’ tão logo o STF (Supremo Tribunal Federal) confirmou a mais que prevista rejeição ao pedido de habeas corpus de Lula, o ‘pregão’ já estava fechado. Passava das 18:00.

Mercado aberto, a notícia de que a prisão de Lula fora decretada fez bolsa subir (2%) e dólar cair (-1,3%). O mercado ‘reagiu bem’, economistas estão comemorando.

Por que? O que alijar Lula da corrida presidencial tem a ver com o alvoroço?

O STF e o populismo judicante

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Depois da farsa do impeachment, o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula no Supremo Tribunal Federal. A ministra Cármen Lúcia no lugar do correntista suíço Eduardo Cunha.

Nada faltou à sessão do último 4 de abril, nem as manobras regimentais da presidente, antiga professora de direito em Minas Gerais, nem mesmo o populismo enfadonho do ministro Luís Roberto Barroso, o novo “Rui Barbosa de compota”, para recuperarmos a saudosa e precisa verve de Leonel Brizola, referindo-se a outro empolado e falso liberal.

Mais uma volta no parafuso do golpe

Editorial do site Vermelho:

A ordem de prisão contra Lula é consequência da decisão desta madrugada (5) do Supremo Tribunal Federal (STF), que negou o habeas corpus ao ex-presidente, um atentado contra a Constituição Federal. É mais uma volta no parafuso da escalada golpista, e aprofunda as investidas contra as liberdades democráticas e os direitos individuais (civis, políticos, sociais e econômicos) que definem o Estado Democrático de Direito.

A autocrítica das esquerdas na comunicação

Foto: Juliano Vieira/Brasil de Fato
Por Emilly Dulce, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Os instrumentos e linguagens da comunicação sindical e popular foi tema de discussão entre João Franzin, coordenador da Agência Sindical, e Altamiro Borges, autor do Blog do Miro e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Com mediação de Renata Mielli, secretária geral do Barão e coordenadora geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), os dois jornalistas apontaram, na quarta-feira (28), os erros, acertos e desafios da comunicação do campo progressista. A discussão fez parte do curso A comunicação para enfrentar os retrocessos, promovido pelo Barão de Itararé.

Moro ordena prisão express de Lula

Por Eric Nepomuceno, no site Carta Maior:

Apenas 18 horas depois da decisão do Superior Tribunal Federal (STF) negando o pedido de habeas corpus preventivo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, favorito para as eleições de outubro, foi objeto de uma ordem de prisão expedida pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro. Se trata do mesmo juiz que o condenou em um juízo que, na opinião de juristas e advogados, não só do Brasil como de algumas das mais prestigiosas escolas de direito do mundo, esteve marcado por muitas arbitrariedades e manipulações, sem que houvesse uma única prova contra o líder progressista.

Lula e a destruição do Estado de Direito

Por Samuel Pinheiro Guimarães

1. As práticas de corrupção e o comportamento ilegal têm caracterizado a ação das classes hegemônicas não somente no Brasil como em outras sociedades, desde as mais desenvolvidas, como os Estados Unidos, às mais pobres, como diversas nações africanas.

2. Os principais integrantes dessas classes hegemônicas são grandes proprietários rurais; donos de grandes bancos e instituições financeiras; proprietários de grandes empresas industriais e de serviços; donos de grandes meios de comunicação; os principais rentistas; executivos de grandes empresas nacionais e estrangeiras; seus representantes no Poder Legislativo, no Poder Executivo e no Poder Judiciário.

Quilombos urbanos na Ilha do Maranhão

Por Gerson Pinheiro de Souza

Uma questão que remonta ao movimento negro pré-Constituição de 88 e ganha folego com a conquista do Estatuto da Igualdade Racial e demais políticas afirmativas destinadas à população negra continua presente junto aos movimentos sociais organizados dos bairros de maior concentração negra da grande São Luís: a presença dos quilombos urbanos, suas gêneses, motivações, e atualmente a necessidade de auto reconhecimento, auto declaração e reconhecimento pelo Estado Brasileiro.