terça-feira, 7 de junho de 2011

O preconceito nojento de Alvaro Dias



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A necessária união em torno de Dilma

Por Izaías Almada, no blog Escrevinhador:

Neste último final de semana almocei com o meu filho mais velho, o André, para comemorarmos o seu aniversário. Ele é designer e trabalha num escritório de arquitetura e decoração de São Paulo. Conversa vai, conversa vem, entre uma boa perna de cabrito e uma caipirinha, ele me contou a história de uma sua nova colega de trabalho, que voltou há pouco tempo da Inglaterra. Em resumo, sua colega resolveu, após cinco anos na Europa, voltar para o Brasil e disse que no momento o nosso país é “a bola da vez” na Europa. Irônico, perguntei: Mas por quê? Samba, carnaval, futebol, corrupção? Não, disse o meu filho, ela diz que por lá o Brasil apresenta um novo perfil: um país que está vencendo a crise econômica, que apresenta um bom índice de empregos formais, que apresenta índice de crescimento compatível com a sua economia, que tem liderança na América Latina sem ambições expansionistas, etc. Um exemplo, afinal.

Gleisi Hoffmann, décima mulher no governo

Por Virginia Toledo, na Rede Brasil Atual:

Ao assumir o cargo de ministra-chefe da Casa Civil após a saída de Antonio Palocci, a senadora Gleisi Hoffmann torna-se a décima mulher a ocupar uma cadeira na Esplanada dos Ministérios. Ela estará entre 26 ministros homens, entre os quais, seu marido Paulo Bernardo, titular das Comunicações.

Programação oficial do II BlogProg

A programação oficial do II Encontro Nacional dos Progressistas (BlogProg), construída de forma coletiva e democrática, tem como eixo principal a luta pela democratização dos meios de comunicação, por um novo marco regulatório para o setor e pela implantação e aperfeiçoamento do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Além disso, ela contempla, em várias oficinas, inúmeros temas de interesse da blogosfera. A programação ainda poderá sofrer alguns ajustes. Um deles é a inclusão de uma palestra do ex-presidente Lula, que já confirmou a presença no encontro, mas ainda não formalizou sua participação.

A nota de demissão do ministro Palocci

Íntegra da nota divulgada pela Casa Civil:

"O ministro Antonio Palocci entregou, nesta tarde, carta à presidenta Dilma Rousseff solicitando o seu afastamento do governo.

O ministro considera que a robusta manifestação do Procurador Geral da República confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta.

Considera, entretanto, que a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo. Diante disso, preferiu solicitar seu afastamento."

A truculência de Sérgio Cabral

Por Altamiro Borges

Ao ordenar a prisão de 439 bombeiros e abusar da violência contra os grevistas, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, demonstrou total inabilidade no trato democrático das demandas trabalhistas. Diante da tomada do quartel central do Corpo de Bombeiros na noite de sexta-feira (3) – o que as próprias lideranças do movimento já reconheceram como um erro político –, o governador esbanjou truculência, confundindo autoridade com autoritarismo.

A longa greve da Volks do Paraná

Por Altamiro Borges

Uma das formas mais eficientes de manipular a informação é omitir os fatos. Há mais de 30 dias os metalúrgicos da Volkswagen de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR), estão em greve por melhores salários. A chamada grande mídia, porém, não aborda o conflito, protegendo a imagem da poderosa multinacional alemã, umas das principais anunciantes do país.

TV Vermelho e o encontro de blogueiros



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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Empresariado peruano já pressiona Humala

Bolsa do Peru fechou ontem com queda de 12,5%
Por Jacqueline Fowks, no sítio Opera Mundi:

Com a vitória do nacionalista Ollanta Humala praticamente assegurada na eleição presidencial peruana, segundo informa o ONPE (Escritório Nacional de Processos Eleitorais), o setor empresarial local já demonstra ansiedade com os novos rumos políticos do país.

Analistas políticos e empresários consultados pelo Opera Mundi, entre eles Humberto Speziani, presidente da Confiep (Confederação Nacional de Instituições Empresariais Privadas, em português), cobram rapidez em anúncios oficiais que sinalizem que o próximo governo optará por uma condução política de conciliação nacional. Segundo eles, o Peru não vive um momento de crise que permita mudanças radicais. Nesta segunda-feira, a Bolsa de Valores de Lima iniciou seus trabalhos registrando uma forte queda de 8,71% e chegou a suspender as operações.

Até as 15h40 desta segunda-feira (06/06), com 91,6% dos votos computados, o candidato nacionalista vencia com uma diferença de 2,7% à frente da rival Keiko Fujimori – ainda restam ser apuradas regiões onde Humala tem preferência eleitoral, segundo o ONPE. Humala já se declarou vencedor. Keiko anunciou aguardar até o último momento para admitir a derrota.

“Se Humala der sinais claros de conciliação e moderação, o setor empresarial vai se sentar para negociar com ele. Há muito espaço para negociar. O setor mineiro está disposto a pagar um imposto sobre o lucro das empresas mineradoras. Há dinheiro suficiente para ganhar”, disse ao Opera Mundi Steve Levitsky, professor de ciência política em Harvard e especialista no período de governo de Alberto Fujimori, o qual define como “autoritarismo competitivo”.

Levitsky afirmou, no entanto, que a conciliação política poderia ser um pouco mais difícil do que a econômica. Para ele, se o novo governo demonstrar disposição de formar alianças, “vários partidos políticos de centro-direita estarão dispostos a sentar-se com ele”, aposta.

Segundo o cientista político, “não há condições de que o país siga para uma mudança radical, o que acontece em momentos de crise – como no próprio Peru em 1990 ou na Venezuela em 1998. Aqui há muito descontentamento, mas não há base política ou social para isto”, afirma.

Levitsky observa a existência de condições favoráveis para que o líder da Ganha Peru possa cumprir suas promessas eleitorais. “Há dinheiro para fazer um forte investimento no lado social, algo parecido ao que Lula fez no Brasil. [A situação] é diferente de 20 anos atrás. Mas não se pode repetir facilmente [a experiência] do Brasil, ainda que [Humala] quisesse, pois não há um partido como o PT. O Estado é muito mais fraco; Humala não tem muita formação política; sua equipe não tem experiência; não há partidos fortes. Será um governo de novatos, sem partido político e com um Estado que não funciona bem. Isso torna mais complicado o caminho, se comparado com Lula. Mas os recursos estão no caminho da inclusão social”.

Por sua vez, Speziani, que atua no setor pesqueiro, declarou que o empresariado peruano espera “respeito ao investimento privado, nacional e estrangeiro. Eles estão preocupados em relação aos contratos assinados pelo Estado, em particular aos de concessão”.

Segundo o líder empresarial, “se [Humala] fizer um governo parecido com o de Lula ou com o da esquerda chilena, é evidente que os empresários vão se sentir muito mais tranqüilos. Isso é o que esperamos. O Peru cresceu 8,8% no ano passado. Para baixar e eliminar a extrema pobreza, é preciso investimento peruano e estrangeiro. [O presidente] precisa nos dar tranquilidade para investir e gerar empregos”, acrescentou Speziani.

Speziani indicou que, na semana passada, recebeu seis visitas ou ligações de estrangeiros que se diziam preocupados – especialmente nos setores de mineração e hidrocarbonetos.

"Há nervosismo na bolsa, é preciso aquietá-la. Algumas medidas que Humala poderia tomar seriam a nomeação do ministro da Economia, do primeiro-ministro e do presidente do Banco Central", pediu. “Quando alguém fala em mudança de regras ou modelo e isso resultar em maior inclusão social, então está bem”, afirmou Speziani.

Já o sociólogo e analista político Santiago Pedraglio afirmou que o desafio principal de Humala será conseguir “um primeiro gabinete que expresse uma combinação de sua proposta original: distribuição [de renda]; maior justiça social; papel regulador do Estado. Com a amplitude de alianças que se requer para governar o país”. Pedraglio lembra que o candidato da Ganha Peru “obteve maioria no segundo turno, mas com as forças econômicas principais contra ele”.

Diferente de Speziani, Santiago Pedraglio sustenta que Humala não pode governar olhando apenas para os empresários. "São um componente fundamental. Mas se ele se subordinar, vai terminar com um modelo parecido com o de Alan García, o da continuidade. E esta não foi a opção [dos peruanos]. Ele deve fazer o que García prometeu e não fez: a mudança responsável. E também anunciar a nomeação do premiê ou da premiê, dar uma resposta política primeiro".

César Alarcón, vendedor de jornais no distrito de San Isidro, explicou ao Opera Mundi por que votou em Ollanta Humala. "Eu, como todos os peruanos, estamos cansados de ser considerados apenas pessoas que estão aqui para servir e eles [que estão no poder] acreditam que nos resumimos a isso. Investidores estrangeiros colocam capital, obviamente. Mas não acredito que mereçam levar tanto dinheiro, a repartição de riquezas deveria ser mais justa. Acredito que Ollanta vai ser um pouco mais rígido".

"Nenhum governo militar foi bom. Ollanta foi militar, mas acredito que agora é um cidadão como qualquer outro. Talvez deva muitos favores ao senhor [Hugo] Chávez. Haverá uma maneira de que Chávez cobre, mas não com o dinheiro do Peru", alertou o trabalhador peruano.

Ollanta Humala e um recado para o Brasil

REUTERS/Eric Danino
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Em Portugal, o Partido Socialista sofreu uma derrota histórica nesse fim-de-semana. Segue a trilha do PSOE espanhol – derrotado pelos conservadores nas eleições locais, prenúncio do que deve ocorrer nas eleições nacionais. Portugal e Espanha têm em comum a crise econômica, o desemprego (mais dramático em terras espanholas) e o fato de serem governados há vários anos por agremiações de centro-esquerda (que, no poder, assumiram a receita do FMI pra “recuperar” a economia). Diante da crise, o povo pensou: entre o conservador de verdade e o de mentirinha, fico com o original!

O financiamento de mídia alternativa

Do sítio Vermelho:

A Comissão de Ciência e Tecnologia aprovou por unanimidade, esta semana, a proposta da deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) para criação de subcomissão especial para analisar formas de financiamento para a mídia alternativa. Para a deputada, que fará parte do grupo, é preciso aproximar a evolução tecnológica da população e garantir o consumo e a produção de conteúdo como bens culturais da sociedade.

Direito à comunicação: "Fórum" e "Ciranda"

Por Venício Lima, no sítio Carta Maior:

No mesmo dia 27 de maio em que acontecia o “Fórum Internacional Liberdade de Imprensa e Poder Judiciário”, no suntuoso prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes, em Brasília, cerca de 50 quilômetros dali, no modesto Centro de Formação Vicente Cañas, distrito Jardim Ingá, na periferia de Luziânia, GO, também se realizava a “IVª Ciranda de Educação Popular”.

Merval Pereira e a “negociata” da ABL

Por Altamiro Borges

Em mais um triste momento da sua história, a Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu o “calunista” da TV Globo, Merval Pereira, como o novo titular da cadeira 31, desocupada com a morte do escritor Moacyr Scliar. A deprimente escolha confirma o servilismo da chamada “elite da literatura” brasileira à ditadura midiática.

Significado da vitória de Ollanta Humala

Por José Dirceu, em seu blog:

A vitória de Ollanta Humala no Peru confirma a tendência histórica de transformações na América do Sul. Mais: consolida na região uma verdadeira mudança de época. Vivemos um momento de emergência popular, nacional democrática, com a reorganização do papel do Estado e a retomada do crescimento econômico com distribuição de renda e democracia.

FHC olha para trás, sempre

Por Maria Izabel Azevedo Noronha:

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) mais uma vez volta à cena (Novos desafios, O Estado de S. Paulo, 05/06) para fazer comentários e dar conselhos ao governo brasileiro.

Peru e a guinada à esquerda na AL

REUTERS/Pilar Olivares
Por Altamiro Borges

A vitória de Ollanta Humala nas eleições deste domingo tem um significado que transcende as fronteiras do Peru. Ela confirma a guinada à esquerda da América Latina – continente que foi laboratório da devastação neoliberal nos anos 1980/1990 e que hoje é a vanguarda mundial na luta pela superação deste modelo destrutivo e regressivo. Tariq Ali, no livro “Piratas do Caribe”, e Emir Sader, na obra “A nova toupeira”, descrevem com maestria esta virada histórica.

Vitória popular no Peru

Minha homenagem a João Nogueira







* João Nogueira - Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1941 — 5 de junho de 2000.

domingo, 5 de junho de 2011

"Marcha das Vadias" repudia o CQC

Do blog de Luis Nassif:

Com apoio de mais de 6 mil pessoas na página do Facebook, a Marcha das Vadias levou cerca de mil pessoas, na tarde deste sábado (4), para a Praça do Ciclista, entre a Avenida Paulista e a Rua da Consolação, em São Paulo.

Versão brasileira do "Slut Walk" (movimento mundial que denuncia a violência às mulheres), a manifestação terminou com um protesto contra CQCs em frente ao Comedians — o clube de comédia onde se apresentam Rafinha Bastos e Danilo Gentili, integrantes do programa da Band.

Na porta do clube, mulheres se manifestavam contra uma piada de péssimo gosto em que Rafinha associa a prática estupro a mulheres feias. A piada foi feita pelo integrante do CQC no seu solo de "stand-up" e virou alvo de protestos sobretudo nas redes sociais, como o Twitter e o Facebook.

A organizadora do evento, Madô Lopez, diz em seu blog que já foi insultada pelas roupas que usava, em cantadas e gracinhas feitas por homens. "Chega de sermos recriminadas e discriminadas nas ruas porque usamos saias, leggings, regatas, vestidos justos. Chega de sermos reprimidas e intimidadas porque somos mulheres, porque somos femininas e porque queremos nos sentir sensuais. Bora pras ruas, mulherada! Não é porque uso saia que sou puta!", escreve ela.

Além de São Paulo, o "Slut Walk" já foi realizado em várias cidades dos Estados Unidos, do Canadá e da Austrália. Nesta sábado, a marcha estava prevista também em Copenhague (Dinamarca), Amsterdã (Holanda) e Estocolmo (Suécia). A manifestação será realizada, ainda, em Belo Horizonte (MG), no dia 18, à partir das 13 horas, saindo da Praça da Rodoviária.

O evento foi criado após um representante da polícia do Canadá ter declarado que as mulheres deveriam evitar se vestir como prostitutas para não serem vítimas de estupro. As declarações causaram revolta e geraram um grande movimento organizado na internet, que começou no início de abril com o protesto de Toronto e já aconteceu até agora em mais de 20 cidades norte-americanas e australianas.

"Não é culpa dos nossos vestidos, salto alto, regatas, saias e afins que todos os dias mulheres são desrespeitadas e agredidas sexualmente. Isso é culpa do machismo ainda muito presente na nossa sociedade. As mulheres do mundo estão se unindo", diz a apresentação do evento no site Slut Walk Toronto.

Segundo o site oficial do “Slut Walk”, o termo slut (puta, vagabunda ou vadia, em português) tem, historicamente, conotação negativa e se tornou ferramenta de acusação grave de caráter. "Estamos cansadas de sermos oprimidas pela palavra 'vagabunda'; de sermos julgadas por nossa sexualidade e de nos sentirmos inseguras como resultado disso”, assinalam as integrantes do movimento.

“Ter o controle das nossas vidas sexuais não significa que estamos abertas à violência e ao abuso, mesmo que façamos sexo por prazer ou trabalho”, acrescentam elas, na página oficial. “Ninguém deveria comparar gostar de sexo com atrair abuso sexual."

Eduardo Galeano e o "mundo de merda"



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