sábado, 9 de julho de 2016

Jornada de 80 horas. Volta, Isabel!

Por Lindbergh Farias e Marcelo Zero

Há pouco tempo, escrevemos artigo no qual afirmávamos que o golpe ameaça desconstruir os legados sociais de Lula, Ulysses Guimarães e Getúlio Vargas.

Estávamos enganados.

O apetite reacionário e excludente dos golpistas vai além. Eles querem também acabar com o legado social da Princesa Isabel.

Com efeito, foi o que deu a entender o presidente da CNI, apoiadora do golpe, o qual, após encontro com o Interino Usurpador, anunciou que os brasileiros têm de trabalhar 80 horas por semana, ou 12 horas por dia.

Queda da tiragem de Folha, Globo e Estadão

Por Raymundo Gomes, no blog Diário do Centro do Mundo:

A informação que mais impressiona, no post de Fernando Rodrigues no UOL sobre os gastos do governo Dilma com publicidade na mídia, não é a manchete por ele escolhida, o corte de R$ 260 milhões sofrido pela Rede Globo em 2015. É um dado que passou despercebido em meio às muitas tabelas do post: a vertiginosa queda de tiragem dos três jornalões brasileiros, Folha de S. Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo.

O pecado original de Sergio Moro

Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:

A Operação Lava Jato, maquinada pelo juiz Sergio Moro, da 14ª Vara Criminal de Curitiba (PR), e executada por procuradores da República e pela Polícia Federal, no 27º mês de existência, enfrenta obstáculos de um lado e de outro. Ora por boas razões, ora por maus propósitos. Essas são metas guiadas pelo objetivo de “estancar a sangria”, segundo a frase suspeita do senador Romero Jucá.

Em essência são dois movimentos iguais com objetivos distintos. Um reage para conter os arrufos de Moro nos limites da legalidade, o outro costura um acordo, conforme as delações indicam, para conter e guarnecer a liberdade de empresários, funcionários públicos e políticos envolvidos com propinas bilionárias. Para esse grupo é preciso estancar a Lava Jato. A qualquer preço.

Brasil é o paraíso dos sonegadores

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Nessa semana Lionel Messi e seu pai foram condenados, na Espanha, a 21 meses de prisão, além de pagamento de multa, por fraude fiscal. Os dois são acusados de terem sonegado 4,1 milhões de euros em impostos. Neymar e seu pai também acumulam problemas com a justiça relacionados ao pagamento de impostos, tanto no Brasil quanto na Espanha. No Brasil o jogador teve R$ 188 milhões bloqueados por sonegação fiscal. Enganar o fisco parece ser um programa pai e filho apreciado pelos astros do futebol e seus genitores.

Kassab terá de explicar decreto pró-Globo

Do blog Viomundo:

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, terá que prestar esclarecimentos à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados sobre o decreto que “autoriza a transferência indireta da concessão de serviço de radiodifusão de sons e imagens outorgada à Globo”. O requerimento, de autoria do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), foi aprovado nesta quarta-feira (6).

Mata-se no Brasil por qualquer coisa

Por Jandira Feghali

Mata-se muito no Brasil. Matam pela cor da pele do menino que sai de casa com um saco de pipoca e matam aqueles que praticam sua sexualidade de forma livre, como o século 21 permite.

Matam mulheres por serem mulheres. Agridem, asfixiam, violentam. Somem com elas. As estatísticas se avolumam ano a ano, mostrando que a luta contra a intolerância é uma guerra constante em nosso país.

A OMS já emitiu um alerta quando o assunto é a morte de brasileiras. Com um registro de 4,8 mortes a cada 100 mil mulheres, o feminicídio nos coloca na vergonhosa e inaceitável quinta posição do ranking mundial de “mortes de mulheres por serem mulheres”. Quando há o recorte étnico, esse número se torna mais assustador. Segundo o Mapa da Violência sobre homicídios no público feminino, de 2003 a 2013, o número de assassinatos de mulheres negras cresceu 54%, passando de 1.864 para 2.875.

Rumo a uma Era da Desintegração?

Por Patrick Cockburn, no site Outras Palavras:

Vivemos numa era de desintegração. Em nenhum lugar isso é mais evidente do que no Oriente Médio e na África. De lado a lado da vasta faixa de território entre o Paquistão e a Nigéria, há pelo menos sete guerras acontecendo – no Afeganistão, Iraque, Síria, Iêmen, Líbia, Somália e Sudão do Sul. Esses conflitos são extraordinariamente destrutivos. Despedaçam os países onde estão ocorrendo, a ponto que é de se duvidar se algum dia poderão recuperar-se. Cidades como Aleppo, na Síria; Ramadi, no Iraque; Taiz, no Iêmen; e Benghazi, na Líbia, foram reduzidas a ruínas, em parte ou totalmente. Há também pelo menos três outras sérias conflagrações: no sudeste da Turquia, onde as guerrilhas curdas estão combatendo o exército turco; na península do Sinai, no Egito, onde atua uma guerrilha pouco divulgada, porém feroz; e no nordeste da Nigéria e países vizinhos, onde o Boko Haram continua a fazer ataques assassinos.

Petroleiros resistem em defesa do Brasil

Por Bepe Damasco, em seu blog:          

A resistência aos ataques do governo golpista, que corre para entregar o quanto antes o pré-sal para as empresas estrangeiras, deu o tom da VI Plenária da Federação Única dos Petroleiros, que acontece na cidade de Campos, no Norte Fluminense, de 7 a 9 de julho.

A entrega do pré-sal às multinacionais do petróleo ganhou avançou algumas casas na última quinta-feira, quando a comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou o projeto que acaba com o regime de partilha. A matéria agora segue para o plenário.

Jornada de 80 horas é pura provocação

Da Rede Brasil Atual:

Com posições distintas depois da mudança de governo, as centrais sindicais se uniram nesta sexta-feira (8) em repúdio a declarações do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, sobre a jornada de trabalho. "Neste momento em que as centrais sindicais buscam um diálogo, a fim de estabelecer um consenso benéfico para todos, tal afirmação, que faz lembrar a situação da classe operária do século 19, surge como uma provocação estapafúrdia ao povo brasileiro", afirmam as entidades.


Os objetivos da renúncia de Eduardo Cunha

Editorial do site Vermelho:

A renúncia do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), é um desses episódios exemplares que distinguem a política praticada por certos representantes das classes dominantes, daquela feita por políticos ligados ao povo e aos trabalhadores.

O traço marcante de políticos do naipe de Eduardo Cunha são ações que procuram esconder sua verdadeira natureza – ocultar, enganar, tergiversar. Ao contrário dos políticos populares e democráticos, que agem aberta e publicamente, à vista de todos, sem nada a esconder.

O silêncio sobre o acordo Temer-Cunha

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Quem cala, consente. O velho e surrado ditado aplica-se ao silêncio do Palácio do Planalto diante das notícias de que Temer avalizou o acordão que está em curso na Câmara para garantir a Eduardo Cunha a salvação de seu mandato em troca da renúncia à presidência da Casa. Um governo dissociado da manobra para salvar o mais encalacrado dos aliados, o que mais fortemente representou a transformação da política em negociatas e chantagens, teria emitido uma nota oficial ou providenciado uma declaração pública, feita por alguém autorizado e de preferência pelo próprio ocupante da Presidência. Temer não desmentiu porque não pode e vai ter que sujar as mãos no esforço para salvar o mandato de Cunha, que o manterá com foro especial no STF. A alternativa é esperar que ele seja cassado e preso e torne-se delator, jogando ao mar a cúpula do PMDB e quem sabe o próprio Temer.

Veja “sumiu” com a renúncia de Cunha

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A Veja pôs em prática o ensinamento do Dr. Roberto Marinho, como narra Paulo Henrique Amorim no seu livro O Quarto Poder: “O Globo é o que é mais pelo que não deu do que pelo que deu”.

E, assim, a revista dos Civita não colocou na sua capa, nem nas chamadas menores, o acontecimento político da semana, indubitavelmente: a renúncia de Eduardo Cunha.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Golpe para entregar o pré-sal. EUA vibram!

Por Altamiro Borges

O governo dos EUA e as multinacionais do petróleo devem ter soltado rojões nesta semana para festejar, mais uma vez, o êxito parcial do “golpe dos corruptos” no Brasil. Eles já tinham comemorado a nomeação do tucano José Serra, fiel capacho da Chevron, para o Ministério das Relações Exteriores. Também aplaudiram as iniciativas do governo interino para implodir a integração latino-americana, sabotando o Mercosul. Mas nada se compara à decisão aprovada nesta quinta-feira (7) por uma comissão especial da Câmara Federal que acelera o processo de entrega do pré-sal às multinacionais do petróleo. Este sempre foi o maior objeto de desejo do império ianque, o que explica o seu silêncio diante do golpe nativo.

Revogar a Lei Áurea em nome da economia

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade, disse que o governo federal deve promover “medidas muito duras'' na Previdência Social e na legislação trabalhista para equilibrar as contas públicas. E citou como exemplo as reformas ocorridas na França, afirmando que, por lá, é permitido trabalhar até 80 horas por semana (na verdade, o limite máximo é de 48 horas, com horas-extras, podendo chegar a 60 em casos excepcionais com aval de autoridades).

A declaração foi dada após um encontro com Michel Temer e cerca de 100 empresários. Em nota, a CNI afirmou que seu presidente não defendeu o aumento da jornada.

PSDB chega ao poder sem ganhar eleição

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Num regime presidencialista democrático, só há uma maneira de se chegar ao poder: ganhando eleições. Devemos estar ficando loucos, então, porque o partido derrotado em 2014 está aboletado no governo federal como se tivesse recebido votos para tal. Com Michel Temer como aliado e fantoche, os tucanos voltaram a decidir os destinos da nação. Quem não votou no PSDB na última eleição presidencial, como eu e a maioria dos eleitores do país, tem toda a razão para acreditar que fomos passados para trás pelo partido de Aécio Neves.

Relatório mostra quem lucra com as guerras

Por Nika Knight, no site Carta Maior:

Enquanto a Europa se conforma com a votação do Brexit alimentada em grande parte por um ódio xenofóbico, um novo relatório expõe como os especuladores das guerras estão influenciando políticas da União Européia para lucrar com os conflitos intermináveis no Oriente Médio bem como a onda de refugiados criada pela mesma instabilidade e violência.

O relatório Guerras nas Fronteiras: Os traficantes de armas lucrando com a tragédia dos refugiados na Europa, divulgado em conjunto pelo Instituto Transnacional (TNI) e pelo European Stop Wapenhandel na segunda-feira, destaca a busca dos comerciantes de armas pelo lucro nos conflitos intermináveis do século 21.

A crise global e o cadafalso britânico

Por A. Sérgio Barroso, no site da Fundação Maurício Grabois:

Desde 2009 temos compartilhado (e opinado) sobre a tese de que a economia capitalista mundial vem-se atolando num longo e sinuoso processo depressivo, mais que caracterizado pela queda acentuada do produto e do comércio global, pelo aumento explosivo do desemprego e do trabalho precário/temporário, isso aliado ao fenômeno da paulatina e larga deflação de preços no capitalismo, e inexorável agigantamento das desigualdades e terríveis problemas sociais no mundo inteiro – exceto na China.

A lógica das reformas do governo interino

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

As propostas de reformas do governo interino de Michel Temer reorientam a atuação do Estado para os interesses do mercado, restringem os instrumentos de luta do movimento sindical e atacam os três principais pilares do Estado de Bem-Estar: a previdência e a assistência social, a educação e a saúde universais.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 241/2016, que trata do regime fiscal, atribui aos gastos sociais (educação, saúde, previdência) e à despesa com o funcionalismo a responsabilidade pelo problema fiscal do país, ignorando solenemente os gastos governamentais com juros e amortizações, os verdadeiros responsáveis pelo déficit público.

Dois meses do golpe neoliberal

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por João Pedro Stedile, no jornal Brasil de Fato:

O Brasil vive uma grave crise econômica, política, social e ambiental, mas já passamos por crises históricas semelhantes nas décadas de 30, 60 e 80. Todas elas exigiram grandes debates na sociedade, enorme participação política e disputas típicas da luta de classe. Seu desenlace sempre foi lento e só se concretizou em torno de um novo projeto, que conseguisse aglutinar uma base social para o sustentar, ou por meio de ações militares comandadas pelas classes dominantes.

E neste momento? O que está acontecendo?

Os golpistas e os motivos neoliberais

Por Euzébio Jorge, no site da UJS:

Golpistas entram em desespero ao verem o golpe esvair por entre seus dedos. A explosão midiática, a ideologização irresponsável do judiciário e o caos político não podem perdurar por muito tempo. O acordo dos setores conservadores para cessar a democracia “por um período”, deveria ocorrer até que as reformas neoliberais fossem implementadas, mas isso deveria ocorrer em um curto espaço de tempo, como fizera Mauricio Macri da Argentina. Os grandes players do capitalismo mundial não são contra a falta de democracia por valores de liberdade, ou por respeito aos direitos humanos, são contra as ditaduras por elas desequilibrarem a concorrência capitalista internacional. Acreditam que como não conseguiram dar um golpe em seus países, as grandes corporações que residem em seu território podem ser prejudicadas no comercio internacional.