sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Meirelles aumentará impostos. Cadê o pato?

Por Altamiro Borges

Em audiência na Comissão Especial sobre Novo Regime Fiscal da Câmara Federal, na quarta-feira (24), o ministro interino da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a falar que o governo golpista estuda elevar os impostos. “Não podemos descartar no futuro”, afirmou. Ele garantiu que seria um “tributo transitório” para resolver os problemas de caixa da União e criticou as “políticas de expansão fiscal e de desoneração seletivas” da presidenta Dilma, que visaram exatamente inibir os efeitos da crise econômica internacional e estancar o aumento do desemprego no país. Para o neoliberal convicto, porta-voz dos banqueiros, o fundamental agora é recuperar a “confiança na estabilidade” do deus-mercado.

Haddad critica "PEC da desigualdade"


Por Daniella Cambaúva, no site do PT:

O Brasil enfrenta um período de ameaças aos direitos sociais e trabalhistas, analisa o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), ao debater com o economista e candidato à prefeito de Campinas, Marcio Pochmann (PT). Além dos dois, estava presente o presidente da Fundação Mauricio Grabois, Renato Rabelo.

O evento aconteceu na quinta-feira (25), no Centro de Mídia Barão de Itararé, no momento em que o Senado faz o julgamento da presidenta Dilma Rousseff. Para os três debatedores, é consenso que a há um golpe em curso, ameaçando direitos conquistados ao longo do processo de redemocratização do país.

Qual é a moral do Senado para julgar Dilma?

Por Jeferson Miola

“Aqui não tem ninguém com condições de acusar ninguém. E nem de julgar! Por isso que a gente diz que é uma farsa.

Qual é a moral desse Senado para julgar a Presidente da República? Qual é a moral que têm os senadores aqui para dizer que ela é culpada, pra cassar?

Quero saber!

Qual é a moral que vocês têm? Gostaria de saber! Que a metade aqui não tem! Se tivessem, se tivessem moral, Presidente, se tivessem moral, se tivessem, e quisessem de fato, se tivessem, Sr. Presidente ....”.

Questão de ordem apresentada pela senadora Gleisi Hoffmann no tribunal de exceção do impeachment.


Cardozo e o laboratório do TCU

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O primeiro dia de audiências do julgamento de Dilma Rousseff no Senado Federal encerrou-se com uma péssima notícia para a bancada de aliados de Michel Temer.

Era pouco mais da meia noite quando José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma, colocou uma questão crucial por trás da atuação do Tribunal de Contas da União na articulação para afastar a presidente.

Na visão convencional que animou o circo que produziu o impeachment, conta-se uma historinha conhecida. O governo Dilma gastava mais do que podia, fazia empréstimos não autorizados que não conseguia honrar na hora certa e acabou colocando o Brasil numa crise econômica grave, que produziu a recessão de hoje e provocou até a perda do grau de investimento junto a agências internacionais.

Os golpistas e o imaginário popular

Por Renato Rovai, em seu blog:

Em algum lugar do futuro a fatura dos dias atuais será acertada. Não na base de uma prestação de contas honesta, onde os que erraram assumirão suas culpas. Mas pelo julgamento frio da história. Quando os desacertos talvez já tenham produzido danos irreversíveis para um projeto de país.

As narrativas da história refletem, é verdade, o balanço das lutas. Mas se também é verdade que quem vence consegue ter mais influência na construção daquilo que pode se consolidar como versão final, é ainda mais verdade que a vitória na história não é dada pelo seu resultado imediato.

A cidade que você não vê na mídia



Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

“Mesmo em recessão econômica, o poder público pode, sim, priorizar demandas sociais”. Essa é a opinião de Fernando Haddad sobre o discurso dominante na grande mídia e em setores conservadores da política. Em debate realizado na quinta-feira (25), o prefeito de São Paulo criticou o corte de gastos sociais como saída para a crise: “A retórica de sempre é de que a Constituição de 1988 não cabe no orçamento. Ora, depende do modelo de sociedade que se deseja”.

Além de Haddad, o economista Marcio Pochmann e o presidente da Fundação Mauricio Grabois, Renato Rabelo, também participaram do bate-papo sobre A cidade que você não vê na mídia. A atividade ocorreu no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, reunindo mais de 80 pessoas.

O grande salto para trás de Michel Temer

Por Wanderley Guilherme dos Santos, no blog Segunda Opinião:

Um grande salto à frente lembra a fracassada tentativa da China, entre 1958-1961, de impulsionar o crescimento da economia além do fisicamente possível. O grande salto para trás de Michel Temer tem tudo para dar certo: uma burguesia econômica tíbia, profissionais liberais (engenheiros, médicos, dentistas, advogados, etc.) conservadores em sua maioria, heterogêneo apêndice do terciário de mão de obra rudimentar e reacionária (balconistas, caixas e congêneres), categorias intermediárias entre o assalariamento e a incapacidade de crescer – pequenos comerciantes, escritórios periféricos do setor de serviços – igualmente reacionárias e um operariado de baixo poder ofensivo, exceto em alguns momentos da trajetória econômica, majoritariamente caudatário de lideranças partidariamente comprometidas. 

A governanta digna condenada por corruptos

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Usando o estilo medieval do tempo de Sâo Francisco dos Fioretti reconto o processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff: Em de que se narra que uma governanta digna e inocente foi condenada por um bando de corruptos da mente e das finanças.

Era uma vez uma nação grande por sua extensão e por seu povo alegre embora injustiçado. Em sua maioria sofria na miséria, nas grandes periferias das cidades e no interior profundo. Por séculos era governado por uma pequena elite do dinheiro que nunca se interessou pelo destino do povo pobre. No dizer de um historiador mulato, ele foi socialmente “capado e recapado, sangrado e ressangrado”.

O surto de Gilmar contra Moro e Janot

Ideólogos das 'pedaladas' saem chamuscados

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O primeiro dia do julgamento da presidente Dilma confirmou a natureza do processo: foi calculadamente fundado em acusações técnicas e vem sendo conduzido por um discurso que não permite à população entender de quê mesmo a presidente é acusada. Seus defensores, entretanto, conseguiram ontem uma vitória moral e política importante com a desqualificação das duas primeiras testemunhas de acusação. 

A primeira, o procurador de contas Julio Marcelo, autor da representação contra o governo em 2014, da qual originou-se o conceito de “pedaladas fiscais”, foi rebaixado à condição de informante, por conta de sua postura militante contra o governo Dilma, revelada em redes sociais. Já o auditor federal do TCU, Antonio Carlos Costa D'Ávila, confirmou, em resposta ao senador Randolfe Rodrigues, que auxiliou o procurador a elaborar sua representação, que depois gerou uma auditoria coordenada por ele mesmo. “Isso é estarrecedor. É como se o juiz auxiliasse o advogado a escrever a petição que irá julgar!”, resumiu o advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo.

Xadrez do fim do ciclo Lava Jato

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 - sobre as diversas nuances da mentira

Dizia Santo Agostinho: “Mente aquele que, pensando de determinado modo, exprime algo diferente por palavras ou sinais”. Por esse prisma, a Lava Jato mente costumeiramente. Seria um pecado.

Provavelmente, em seus cursos nos Estados Unidos, os bravos procuradores deixaram se inebriar pelo pragmatismo das civilizações luteranas. Dizia Lutero: “Uma boa e sólida mentira para o bem comum e para a Igreja inteira, uma mentira em caso de necessidade, uma mentira útil, uma mentira para prestar serviço não seria contrária a Deus”.

Mais planos privados vão piorar a saúde

A etapa final de um julgamento polêmico

Por Ricardo Azambuja, no blog Cafezinho:

Começou nesta quinta-feira (25) a fase final do julgamento do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Até segunda-feira (29), quando a presidente afastada fará a apresentação de sua defesa ao senado, serão ouvidas oito testemunhas, duas de acusação e seis de defesa.

Os primeiros depoimentos são das testemunhas de acusação: o procurador do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) Júlio Marcelo de Oliveira e o auditor de controle externo do TCU Antônio Carlos Costa D'Ávila Carvalho. As testemunhas da defesa são o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, o ex-secretário-executivo do Ministério da Educação Luiz Cláudio Costa, a ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dweck, o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Tributário, Ricardo Lodi, o professor de direito Geraldo Prado e o economista Luiz Gonzaga Belluzzo.

Nova operação para blindar Aécio Neves

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional dos tucanos, é um dos parlamentares mais citados em delações da Lava Jato.

No final de 2014, o doleiro Alberto Youssef foi o primeiro a mencionar o presidente nacional dos tucanos, como beneficiário de esquema de propinas.

A Youssef, se seguiram Carlos Alexandre de Souza Rocha, o “Ceará”, e Fernando Moura.

A luta de Dilma pelo Brasil e a democracia

Editorial do site Vermelho:

Começou nesta quinta-feira (25), no Senado, o julgamento do processo de impeachment contra a presidenta constitucional e sem crime de responsabilidade, Dilma Rousseff. Os patrocinadores do golpe judicial, político e midiático estão apressados e querem concluí-lo no próximo dia 31.

O julgamento de Dilma Rousseff esconde o objetivo verdadeiro do golpe posto em marcha pelos conservadores e a direita: colocar um ponto final no projeto democrático, nacional e desenvolvimentista inaugurado com a posse de Luís Inácio Lula da Silva na presidência da República em 2003, mantido depois de 2010 por Dilma Rousseff.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Senado não tem moral para julgar Dilma

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A senadora Gleisi Hoffmann sintetizou, na abertura do julgamento final do impeachment no Senado, a grande questão nacional.

Que autoridade moral têm os senadores para julgar Dilma?

Nenhuma.

E quem aparece para defender a autoridade dos senadores? Ele mesmo, o derrotado nas eleições, o corrupto blindado a partir de quem decorreu todo o projeto do golpe: Aécio.

Só dá "Fora Temer", de Norte a Sul

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

“Pulei” a oportunidade de comentar as pesquisas de intenção de voto para prefeito das capitais, divulgadas anteontem e ontem, por terem pouca relevância do ponto de vista do quadro nacional. São eleições despolitizadas e desmobilizadas como poucas vezes vi em minha vida e, ainda por cima, ao menos no Rio e em São Paulo por candidatos de pouca densidade política, Celso Russomano e Marcelo Crivella, exceto pelo fato de ambos terem mostrado uma enorme capacidade de se desfazerem ao longo da campanha.

A que tradição se filiará o Senado?

Por Haroldo Lima, no blog de Renato Rabelo:

O Senado tomará uma decisão de grande importância nos próximos dias. Decidirá se Dilma Rousseff reassumirá o mandato para o qual foi eleita ou será afastada em definitivo. Na primeira hipótese, restaura a democracia no país, cria as condições para a superação da crise de Poder atual e para a antecipação da eleição presidencial. Na segunda, entrega o Poder a um grupo que o abocanhou com artimanhas iníquas, adulterando a Constituição, inclusive para livrar corruptos de investigação criminal, e que será contestado o tempo todo como golpista.

A mediocridade dos adversários de Haddad

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A eleição de 2018 começa a ser definida nas eleições municipais de 2016, mas, antes de qualquer outra eleição, a do prefeito de São Paulo lidera o simbolismo do que deverá ocorrer daqui a dois anos na sucessão de Dilma – ou, se o pior ocorrer, do usurpador que estiver na Presidência.

Nesse contexto, quem é paulistano de classe média sabe que, por ser do PT, a exitosa gestão do prefeito Fernando Haddad não é reconhecida por uma parcela dos paulistanos. Contudo, a antipatia partidária e ideológica não é maior do que o instinto de sobrevivência até das camadas médias que odeiam o PT.

A Petrobras e a liquidação do futuro

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

Em três meses, algumas decisões do governo interino encaminham o País para uma situação de absoluto desastre, que o devolveria à condição de colônia. É como se o Brasil se suicidasse pela determinação de quem manda, diante da desinformação ou indiferença da opinião pública.

As medidas aceleram a liquidação da sua estrutura produtiva relevante, a consequente perda de autonomia no contexto mundial e o fortalecimento de um modelo centrado no rentismo, o nacional e o internacional.