sábado, 5 de novembro de 2016

Desligue a TV e leia um livro

Por Wellington Calasans, no blog Cafezinho:

Li num recente artigo do jornalista e escritor sueco Erik Wijk para uma publicação deste país nórdico, chamada Flamman, “Sobre a necessidade humana de simplificar” (tradução livre do sueco para o português de “Om ett mänskligt behov av att förenkla”), que estamos habituados a receber interpretações mastigadas. Para Wijk, na crítica ao modo simplista de informar e receber informações, “não há necessidade de palavras extravagantes”, pois “a simplificação é pedagogia, eficaz e indispensável na propaganda”.

O Estado autoritário dá mais um passo

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Os que podem falar, comecem a fazer isso antes que seja tarde. O Estado autoritário está se conformando entre nós diante de um grande silêncio. Ele começa a existir quando seus agentes deixam de submeter-se aos regramentos jurídicos do Estado Democrático na relação com indivíduos e com as organizações da sociedade, que podem ser empresas, sindicatos, movimentos sociais ou organizações corporativas. Já foram muitas as evidências de que estamos transitando para um Estado autoritário, de exceção, com agentes diversos violando garantias e ultrapassando as fronteiras do ordenamento legal democrático. A invasão da Escola Nacional Florestam Fernandes, do MST, foi mais uma exemplo desta escalada. Poucos têm se manifestado. Muitos podem se arrepender.

Marxismo, luta de classes e questão racial

Por Augusto C. Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

O “racismo moderno” foi aquele que se desenvolveu ao lado da expansão mundial do sistema capitalista. Estava ligado à retomada do projeto colonial sob novas bases. O capitalismo, precisando de novas fontes de matérias-primas e de mercados, voltou-se para os continentes africano e asiático. Foi nesse momento que começaram a ganhar força as ideias racistas. Mas, a ideologia racista da segunda metade do século 19 não poderia ter por base os mesmos elementos da ideologia preconceituosa da Idade Média, em geral de caráter religioso, ou do início do capitalismo comercial nos séculos 16 e 17.

Alvos de violência, jovens mantêm ocupações

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Por Sarah Fernandes, na Rede Brasil Atual:

Enfrentando pressão da Justiça e episódios violentos com movimentos conservadores, jovens constroem, há um mês, o que já pode ser considerado a maior mobilização estudantil da história do país. Contrários à reforma do ensino médio, prevista na Medida Provisória 746, e contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que congela por 20 anos os investimentos do governo federal, ambas propostas de Michel Temer, eles chegaram a ocupar 1.197 escolas em 21 estados na semana passada.

Invasão da escola do MST e silêncio da mídia

Por Renato Rovai, em seu blog:

Não é só impressionante como revelador o silêncio de todos os portais, TVs, rádios e quetais do que se convencionou chamar de mídia golpista acerca da invasão da Escola Florestan Fernandes, do MST.

O silêncio é tanto conivente quanto envergonhado. Afinal, não há como tratar do assunto sem dizer que todos os direitos foram violados nesta invasão.

Os policiais não tinham mandado de busca e apreensão e chegaram atirando, como se pode ver em vários vídeos e fotos circulando nas redes e mesmo em matérias desta Fórum.

Os bilionários querem "reformar" o ensino

Por Helena Borges, no site The Intercept-Brasil:

Na primeira audiência pública feita no Congresso para debater a reforma do ensino médio, na terça-feira, dia 1º, as ocupações foram um dos temas abordados. Contudo, as falas de alguns parlamentares são o desenho perfeito da falta de compreensão das demandas feitas pelos estudantes.

“Eu não consigo entender as motivações contra a reforma do ensino médio", disse o deputado Thiago Peixoto (PSD-GO). Talvez, se eles tivessem mais voz nesse debate, não fosse tão difícil compreendê-los.

Em oposição à total surdez para com os estudantes, os parlamentares são todos ouvidos para outro grupo: os representantes de bilionários presidentes de fundações educacionais. Para as audiências públicas que estão por vir foram convidados sete representantes de fundações e institutos empresariais.

FHC, candidato do golpe dentro do golpe

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Já era possível desconfiar que havia algo de muito suspeito no balanço triunfal dos analistas conservadores após a contagem dos votos das eleições municipais.

O mistério se desfez na manhã de hoje, quando o economista Xico Graziano, um dos principais assessores de Fernando Henrique Cardoso ainda no Planalto, lançou a candidatura de FHC à presidência, através do artigo "Volta, FHC", publicado na página 3 da Folha.

Não estamos falando de eleições diretas, que sempre fizeram parte do figurino da democracia no Brasil, e representam, hoje, a solução legítima para o impasse político do país.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Mídia agora confirma fiasco da economia

Por Altamiro Borges

A imprensa golpista apostou todas as suas fichas no terrorismo econômico durante o governo Dilma e vendeu a ideia aos "midiotas" de que bastaria aprovar o impeachment para o Brasil voltar a crescer. Após o afastamento temporário da presidenta eleita, em maio, os urubólogos deixaram o pessimismo de lado e passaram a difundir apenas mensagens otimistas sobre a retomada da economia. Antes, eles afirmavam: está ruim e vai piorar; o país está a beira do inferno. Depois, como por milagre, os porta-vozes do covil golpista de Michel Temer firmaram um coro: está ruim, mas vai melhorar; o Brasil vai ingressar no paraíso, com a volta dos investimentos privados, a "retomada da confiança do mercado" e o acerto das contas públicas. Este vergonhoso chapa-branquismo, porém, não resistiu à realidade!

STF vai destruir os direitos trabalhistas?

Por Juvandia Moreira

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem um importante papel na próxima semana. Dia 09 de novembro está marcado o julgamento de um recurso que trata da contratação de funcionários terceirizados por uma empresa de celulose (Cenibra). A decisão da corte vai afetar milhões de empresas e trabalhadores porque trata da legalidade da terceirização para atividade-fim das empresas e servirá de base para todas as decisões judiciais semelhantes, definindo se é legal ou ilegal precarizar as condições de trabalho no Brasil.

Ajuste fiscal de Temer pune os pobres

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Em recente viagem à Índia, Michel Temer foi perguntado pela BBC Brasil sobre o motivo de ter escolhido um ajuste fiscal (congelar verbas sociais por 20 anos) que pune os pobres e poupa os ricos. Respondeu que a crítica “não tem procedência” e que “não há nenhuma perseguição aos mais pobres”. Uma explicação pouco convincente, segundo certos economistas, incluindo o conselho federal da categoria.

Para eles, o congelamento sacrificará os mais pobres, ao afetar serviços públicos como saúde, educação e assistência, áreas que no presente ajudam a promover um mínimo de proteção social e igualdade e que no futuro terão menos recursos. Uma avaliação que explica por que os aliados do presidente no Congresso fazem a proposta avançar a toque de caixa, sem muita discussão.

A crise de projetos da elite

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A série britânica Black Mirror é uma excelente crítica desses tempos de redes sociais estimulando o aparecimento da besta, os consensos em torno de chavões e lugares-comuns, um profundo processo de emburrecimento não apenas do cidadão médio mas também da elite.

Mal comparando, reflete o estilo corporativo das empresas que miram apenas o resultado trimestral, perdendo de vista o foco estratégico da companhia.

Dois casos são sintomáticos.

PEC do Teto e o apagão midiático

Por Keila C. Gonçalves Rosa, no site Brasil Debate:

Na última segunda-feira, dia 24 de outubro, aconteceram várias manifestações em diversas capitais e cidades do país, como Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte, Porto Alegre, Angra dos Reis, Ouro Preto etc [1]. Os protestos eram contra uma Proposta de Emenda à Constituição – PEC 241. A proposta, que foi elaborada pelo Governo Federal, já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e agora tramita no Senado como PEC 55, quer que os gastos do governo sejam corrigidos, no máximo, pelo percentual da inflação do ano anterior pelas próximas duas décadas, fato que deixou muita gente preocupada. A proposta é adotada como Novo Regime Fiscal, considerado pelo atual Presidente da República, Michel Temer, como uma medida capaz de solucionar a crise econômica que atinge o país.

Os juros, a dívida pública e o caos

Por Paulo Kliass, na revista Caros Amigos:

O governo Temer e os meios de comunicação estão promovendo uma enorme amplificação de tudo daquilo que o financismo sempre procurou incutir no interior da sociedade. Falo aqui do verdadeiro catastrofismo criado em torno da suposta falência iminente do Estado brasileiro, caso não sejam adotadas as inúmeras medidas do garrote fiscal apresentadas pela equipe de Henrique Meirelles.

O todo-poderoso comandante da turma da economia não desiste jamais e mantém sua conhecida insistência monocórdica no tema do ajuste redutor de direitos. É bem verdade que a lista das maldades propostas é tão longa quanto perigosa: reforma da previdência, reforma trabalhista, privatização das empresas que ainda permanecem como estatais, redução das despesas orçamentárias de natureza social, entre tantas outras.

Policia invade escola do MST em São Paulo



Do site do MST:

Na manhã desta sexta-feira (04), cerca de 10 viaturas da polícia civil e militar invadiram a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) em Guararema, São Paulo. De acordo com os relatos, os policiais chegaram por volta das 09h25, pularam o portão da escola e a janela da recepção e entraram atirando em direção às pessoas que se encontravam na escola. Os estilhaços de balas recolhidos comprovam que nenhuma delas são de borracha e sim letais.

O STF e a terceirização legalizada

Por Edson Carneiro Índio, no site Carta Maior:

Após várias decisões do STF prejudiciais à classe trabalhadora, a mais alta corte marcou para o próximo dia 09/11 o julgamento de Recurso Extraordinário 958.252 que questiona a limitação da terceirização nas chamadas atividades-meio. A decisão do Supremo terá repercussão geral, ou seja, pode liberar a terceirização para todas as atividades e provocar enorme impulso da contratação precarizada. A terceirização é fundamental para baratear custos e aumentar lucros através da redução dos salários e direitos trabalhistas e sociais, permitindo ao capitalista se apropriar de uma parcela maior da renda do trabalho.

No voto, FHC não se elege síndico de prédio

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Se falta acontecer alguma coisa para tornar inquestionável que o Brasil, além de ter sofrido um golpe de Estado, está sob uma ditadura, o que falta é a próxima eleição presidencial ser indireta. Como bem disse amigo historiador e jornalista, se fôssemos comparar a atual ditadura com o regime militar, estaríamos entre 1964 e 1968.

Nesse período, algumas garantias constitucionais e instituições ainda estavam de pé e, assim como hoje, a ditadura ainda dissimulava, tentava desdizer o que os olhos teimavam em enxergar, os ouvidos em ouvir e a alma em sentir.

EBC vai voltar a comprar conteúdo da Globo

Do site Vermelho:

Durante os governo de Lula e Dilma, a EBC (Empresa Brasil de Comunicação) estabeleceu como meta a ampliação de investimentos para a produção de conteúdo próprio, como forma de fortalecer a comunicação pública. Agora, sob a égide de Michel Temer, o diretor Laerte Rimoli disse que a EBC vai voltar a comprar conteúdo produzido pela rede Globo.

A informação foi publicada na coluna do jornal Estadão desta sexta-feira (4). A justificativa para tal retrocesso é que a programação "é mais barata e de qualidade". Rimoli esteve no Rio para encontro na emissora.

Moro e o prêmio para os ladrões bonzinhos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:


Vejam que “cana dura” é a do Dr. Sérgio Moro para os ladrões confessos.

Está tudo aí, na chamada de O Globo.

Paulo Roberto Costa já pode trocar a tornozeleira eletrônica por uma correntinha de ouro, se quiser.

Alberto Youssef, que já tinha sido solto com a promessa – “eu juro, Doutor Moro” – de não roubar mais e roubou muito também já vai para casa.

O caixa 2 de Skaf e o ‘Volta, FHC’

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O Brasil se consagra cada vez mais como uma versão depravada da formulação de Churchill sobre a Força Aérea Real (“nunca tantos deveram tanto a tão poucos”).

Os coxinhas de diferentes matizes fascistas que foram às ruas clamar contra a corrupção estão saboreando, de maneira rápida e explícita como convém a esta era, a farsa de que participaram.

Paulo Skaf, presidente vitalício da Fiesp, patrocinadora do impeachment, foi citado por Duda Mendonça num depoimento ao MPF.

Kim Kataguiri e a exaltação dos fascistas

Por Luis Felipe Miguel, no blog Cafezinho:

Um traço característico da cosmovisão fascista é a exaltação da força. O próprio Mussolini era um brutamontes, mas muito de seus seguidores não - e fica aquela coisa caricata, do chefete fascista mirrado falando da superioridade dos fortes, tipo o Plínio Salgado.

No Brasil atual, isso sempre me vem à mente quando vejo o impagável astrólogo Olavo de Carvalho prometendo que vai dar porrada em todo mundo, com seu fôlego bronquítico de velho fumante inveterado.