quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Jornais perdem 520 mil exemplares em 3 anos

Por Altamiro Borges

O ativismo político da mídia tradicional, que protagonizou o golpe que levou ao poder a quadrilha de Michel Temer e difundiu a campanha de ódio contra o ex-presidente Lula, não decorre apenas de motivações ideológicas, de classe. Ele deriva também de questões de sobrevivência. Devido à estagnação econômica, à explosão da internet e à perda de credibilidade, a imprensa hegemônica está em crise. Os sinais de decadência aparecem em todas as plataformas. Mas é nos jornalões que eles são mais evidentes. Nos últimos três anos, os maiores jornais do país perderam 520 mil exemplares. Só mesmo o poder público, tão estigmatizado pelos cínicos neoliberais, pode salvá-los com os milhões em publicidade. Isto explica a postura chapa-branca e mercenária da mídia diante do usurpador Michel Temer. Eles “topam tudo por dinheiro”, como sempre afirma Silvio Santos.

Marcelo Bretas e os juízes sem moral

Por Jaime Sautchuk, no site Vermelho:

Tenho vários amigos em postos bem situados do Judiciário, entre os quais juízes e promotores. Eles próprios concordam, porém, em que a Justiça e o Ministério Público da Pindorama estão salpicados de carreiristas interesseiros, “gente que não presta”, no dizer popular. Muito diferentes do que se espera de quem usa a respeitável toga.

Aqueles com os quais eu tenho conversado volta e meia ficam envergonhados com o rumo dos acontecimentos. A começar pelo protecionismo ou excesso de corporativismo reinante nos meios jurídicos, com a inoperância de órgãos de controle, como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que deixam o barco correr solto.

A terapia do choque contra a Previdência

Por Carlos Gabas e Esther Dweck, na Rede Brasil Atual:

O governo Temer apresentou em 22 de janeiro o resultado do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) e o resultado do Regime Próprio de Previdência Social Federal (RPPS), registrando “déficit recorde” de R$ 268 bilhões para 2017. A divulgação com grande pompa tem o objetivo claro de influenciar no debate sobre a reforma da Previdência, cuja votação está marcada na Câmara para 19 de fevereiro.

Temer sabe que ainda não tem os votos suficientes para aprovar a PEC e por isso quer aumentar o clima de terror usando dados alarmantes. Com isso, mantém o falso discurso de que a reforma é para garantir a sustentabilidade e reduzir privilégios.

A sinceridade patética de Michel Temer

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Em seu estilo cantor de bolero/mordomo de filme de terror/porteiro de fliperama, Temer deu uma explicação aparentemente estúpida sobre sua impopularidade, mas no fundo precisa.

“Às vezes, as pessoas não vão com a minha cara. Dizem ‘não vou com a cara desse Temer’. Não tem problema. O problema é analisar de maneira fria o que está sendo feito no meu governo. Pegamos uma recessão medonha”, disse ele em entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia.

Datafolha: perseguição a Lula deve aumentar

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A pesquisa Datafolha de 31/1 confirma que Lula pode ser eleito presidente no primeiro turno da eleição de outubro.

Lula vence em qualquer cenário, contra qualquer invento da oligarquia golpista. Dependendo do cenário, Lula tem uma superioridade entre 18% e 21% em relação ao segundo colocado, que é Bolsonaro [16 a 18%].

Bretas e a (i)moralidade do juiz moralista

Por Frederico de Almeida, no blog Justificando:

Quando se descobriu que o juiz Marcelo Bretas, responsável pelo braço fluminense da Operação Lava Jato, obteve auxílio-moradia para si e para sua esposa, também juíza, a resposta do magistrado foi no sentido de dizer que ele apenas pleiteou judicialmente um direito que considerava ter. Vamos deixar de lado, por enquanto, o fato de que a resposta de Bretas veio por meio de seu perfil no Twitter, cheio de ironias, gracinhas e emojis.

O que fazer com o apoio de Temer?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os candidatos da direita – eufemisticamente chamados “de centro” pela mídia – têm um problema imenso pela frente: como se livrarem de Michel Temer, o campeão de rejeição e cujo apoio, diz o Datafolha, espantaria o voto de nada menos de 87% dos eleitores brasileiros.

Como é que Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles, Rodrigo Maia e outros ainda menos votados vão habilitar-se a ganhar o latifúndio de tempo de televisão do PMDB sem, em troca, assumirem também o “legado” do atual ocupante do planalto.

Jogue o "Datafalha" no lixo!

As extravagâncias jurídicas contra Lula

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Uma das passagens mais esdrúxulas do julgamento de Lula foi a demanda de seus advogados de uma perícia nos contratos da Petrobras que teriam gerado as supostas propinas investidas no tríplex.

Na página 63, a denúncia do Ministério Público Federal especificava os tais contratos.

“Para a presente denúncia, interessam especificamente os atos de corrupção praticados em detrimento da Administração Pública Federal, no âmbito de contratos relativos a três empreendimentos da PETROBRAS: (a) obras de "ISBL da Carteira de Gasolina e UGHE HDT de instáveis da Carteira de Coque" da Refinaria Getúlio Vargas - REPAR; (b) implantação das UHDT's e UGH's da Refinaria Abreu e Lima - RNEST; (c) implantação das UDA's da Refinaria Abreu e Lima - RNEST. Nessas condutas delitivas, de um lado figuram LÉO PINHEIRO e AGENOR MEDEIROS, executivos do Grupo OAS, participante do conjunto de empreiteiras cartelizadas e, de outro, LULA, RENATO DUQUE, PEDRO BARUSCO e PAULO ROBERTO COSTA”.

Brasil despenca no ranking da democracia

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Até 2016, ano do golpe de Estado heterodoxo, o Brasil figurava mantinha posição estável no Índice Global de Democracia elaborado anualmente por uma unidade da revista The Economist. Com o golpe, veio a queda na classificação, que se repetiu este ano: o Brasil ficou na 49º posição numa lista de 167 países, com uma pontuação que o exclui do grupo das “democracias plenas”, rebaixando-o para o das “democracias falhas”. O país mais democrático do mundo, segundo o ranking, é a Noruega, seguida da Dinamarca.

Sem voto, nova UDN quer levar no tapetão

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Reforma da Previdência é mais um golpe

Flávio Dino faz picadinho de Moro e do TRF4

Por Renato Rovai, em seu blog:

Ontem (29), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), primeiro colocado no concurso para juiz que teve Sérgio Moro como um dos candidatos e ex-presidente da Associação de Juízes Federais do Brasil (Ajufe), precisou de apenas 19 minutos em palestra realizada no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, para desmontar a farsa da condenação do ex-presidente Lula.

Dino, antes de mais nada, fez questão de registrar que a narrativa da Lava Jato começa com a denúncia do Departamento de Estado dos EUA de tráfico de drogas que passava pela lavagem de dinheiro num posto de gasolina em Brasília. E que a partir daí chegou-se ao apartamento no Guarujá que, por conta de uma reportagem de O Globo, é dado como sendo do ex-presidente Lula.

Dívida pública e os gastos com juros

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

O ano começou com algumas notícias que os responsáveis pela área de economia dos grandes meios de comunicação aguardavam com bastante ansiedade. Afinal de contas, apresenta-se como árdua e inglória a tarefa de defender e elogiar um governo cuja popularidade anda tão baixa, que chega até mesmo a se confundir com a margem de erro das pesquisas de opinião.

A linha acordada entre os (de)formadores de opinião passou a se concentrar no novo mote de plantão. Ao que tudo indica, de comum acordo entre eles foi estabelecida a estratégia do “deixou de piorar”. Esse é o mote desesperado na tentativa de resgatar a credibilidade de uma equipe de governo que foi inicialmente apresentada como sendo um verdadeiro time de sonhos, sempre na opinião de onze em cada dez integrantes da seleta nata do clube do financismo. Um ex-presidente internacional do Bank of Boston e um diretor do Banco Itaú no comando da economia: isso era tudo o que se podia esperar para assegurar a defesa dos nobres interesses do sistema financeiro.

Os esqueletos no armário da Lava-Jato

Por Daniel Giovanaz, no jornal Brasil de Fato:

Porto Alegre, 24 de janeiro. Hotel Sheraton, 4º andar, sala Assunção. Um homem grisalho, de aparência cansada, discursa em inglês diante de 90 jornalistas e 20 câmeras de vídeo. Em meio à vasta cabeleira branca despontam dois inseparáveis fones de ouvido, dos quais ele não desgruda desde as oito da manhã. Com uma pronúncia enfática, que se assemelha ao inglês britânico, o advogado australiano Geoffrey Robertson descreve o assombro causado pela experiência vivida algumas horas antes:

"Cheguei ao tribunal esperando assistir a um julgamento justo, mas logo vi o procurador sentado com os juízes, tomando café, batendo papo, almoçando juntos. Foi inacreditável!".

O triplex do Guarujá é de Sergio Moro!

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Sergio Moro, mercenário da Globo e agente norte-americano, um dos responsáveis, junto com seus colegas de instâncias superiores, por derrubar a democracia, a ordem jurídica, a estabilidade política e destruir nossa economia, agora avança sobre o próprio regime de bens e imóveis do país.

Num esforço, desesperado, para salvar a “narrativa”, de que o famigerado triplex pertence a Lula, o juiz da 3ª Vara de Curitiba determinou, atropelando a tudo e a todos, leiloar o apartamento.

Chega a ser engraçado, porque Moro não tem jurisdição sobre Guarujá.

85 anos da ascensão do nazismo: lição a tirar

Ilustração: Shea Strauss
Por Augusto C. Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

Nunca um acontecimento na história do século 20 teve tanto impacto na elaboração tática do movimento socialista e comunista internacional quanto a ascensão dos nazistas ao poder na Alemanha, ocorrida em 30 de janeiro de 1933. Esta derrota estratégica do proletariado e das forças progressistas foi fruto mais dos erros da própria esquerda, do que dos acertos de Hitler e seus asseclas.

O esquerdismo e o reformismo predominantes no seio das duas principais correntes do movimento socialista internacional, que se organizavam na Internacional Comunista e na Internacional Operária e Socialista (social-democrata), foram corresponsáveis por uma catástrofe de impacto planetário que custou dezenas de milhões de vidas humanas. A experiência alemã constitui-se numa lição que jamais poderá ser esquecida.

Caso Bretas é exemplar: juízes podem tudo!

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Na República da Toga, eles podem tudo, fazem suas próprias leis, não aceitam críticas e são unidos.

A denúncia de que o juiz Marcelo Bretas, o “Moro do Rio”, e sua mulher recebem dois auxílios-moradia no valor de mais de R$ 8 mil por mês, embora tenham imóvel próprio, despertou a ira da corporação dos magistrados.

Diante da avalanche de críticas à postura de Bretas nas redes sociais, a Ajuferjes (Associação dos Juízes Federais do Rio de Janeiro e Espírito Santo) se sentiu no direito de partir para o ataque contra os que querem “denegrir a honra” dos inimputáveis magistrados.

A inquisição fortalece Lula

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

Os tribunais do Santo Ofício escolhiam o culpado antes de levá-lo a julgamento, convocado como espetáculo encerrado pela fogueira a iluminar a praça e queimar vivo o herege condenado de antemão.

Foi o que se deu com Joana d’Arc, Giordano Bruno, as feiticeiras de Salem, os autos de fé da Contrarreforma. Condenava-se ao cabo de processos políticos, no quadro da disputa do poder, sob o manto do eterno conflito entre o Bem e o Mal, cujos endereços os inquisidores pretendiam conhecer.

Cármen Lúcia "apequenou" o STF

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao fugir da responsabilidade de engajar o Supremo num debate urgente e necessário sobre o trânsito em julgado, a presidente Carmen Lucia deu uma contribuição pessoal para a desconstrução do sistema de garantias constitucionais previsto na Constituição.

Ao dizer que não iria pautar a discussão porque o Supremo poderia “apequenar-se” com uma decisão que poderia beneficiar Lula, quem perdeu estatura foi a própria Carmen Lúcia. Não é trocadilho nem jogo de palavras.

Do ponto de vista do jogo interno do STF, a decisão de Carmen Lúcia tem uma explicação simples e constrangedora.