terça-feira, 30 de março de 2010

Pedro Bial e a homofobia no BBB-10

A Justiça Federal determinou que a TV Globo deverá apresentar hoje, no último programa do deplorável Big Brother Brasil, esclarecimentos sobre as formas de contágio do vírus HIV. Ela acatou pedido do Ministério Público Federal, que responsabilizou a emissora por divulgar falsas informações sobre o tema. Num dos capítulos do BBB, o figurante Marcelo Dourado afirmou que “hetero não pega AIDS” e que todo aidético “em algum momento teve relação com outro homem”. Pura besteira homofóbica, que a TV Globo difundiu para milhões de telespectadores.

O juiz Paulo Cezar Neves, titular em exercício da 3ª Vara Civil Federal de São Paulo, considerou que tais opiniões causam dano à sociedade, desinformando-a sobre as várias formas de contágio do vírus e reforçando os preconceitos. Ele ainda fixou multa de R$ 1 milhão caso a emissora não cumpra a decisão. Desde que o caso veio à tona, a TV Globo esperneia. Num primeiro momento, ela alegou que não é responsável pelas opiniões dos participantes do BBB – uma excrescência, em se tratando de uma concessão pública que tem obrigações legais com a população.

Baixarias da televisão “privada”

Diante a repercussão do caso, o patético Pedro Bial, que considera o BBB uma expressão maior da cultura, ainda justificou. “As opiniões e batatadas emitidas pelos participantes deste programa são de responsabilidade exclusiva dos participantes do programa. Para ter acesso a informações corretas sobre como é transmitido o vírus HIV, acesse o site do Ministério da Saúde”, despistou. A Justiça, porém, rejeitou a desculpa e a arrogante resposta da TV Globo, que se jactou da sua “liberalidade” nas escusas de Bial. Agora, ou ela presta os esclarecimentos ou será multada.

Como alegou o juiz, “num país em que a AIDS cresce entre as mulheres casadas e os idosos, a declaração de Dourado, exibida pela TV Globo, é ainda mais perigosa e é preciso a intervenção do Ministério Público Federal”. Ele lembrou que o artigo 13 da Constituição garante a liberdade de expressão, mas que as concessionárias públicas de radiodifusão têm responsabilidades quando suas opiniões prejudicam a sociedade, em especial quando se trata de saúde pública.

“A emissora atentou contra os programas de prevenção de doenças adotados pelo poder público, constituindo verdadeira contrapropaganda, diante do seu poder de convencimento”. Ainda para o juíz do MPF, “há que se considerar a condição de verdadeiras celebridades a que são alçados os participantes dos chamados reality shows sendo, por isso, de grande peso suas declarações sobre boa parte da sociedade”. Pena que se contem nos dedos os casos em que a Justiça adota punições contra os preconceitos e as baixarias bombardeados diariamente pelas emissoras “privadas” de televisão.

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Um comentário:

  1. Ação democrática legitima (a de afirmar que os homossexuais são perseguidos) de pessoas de grande habilidade de Mídia; a qual cito no Blog que vou sugerir no seguimento para conhecimento e avaliação.
    Quando digo grande habilidade no saber como tratar Notícias e Informações; isto decorre do fato da maneira ruidosa e coerente como conseguem transformar um fato (lamentável é claro) em um factóide (fato maximizado, ampliado acima da sua real razão de ser) de grande repercussão, como é feito diversas vezes que ocorre algum tipo de agressão a homossexuais; cujos números estão muito aquém das agressões contra a mulher e as mútuas entre torcedores, pelo fato fútil de serem torcedores de Times diferentes... Comento isto aqui como elogio à forma inteligente como os homossexuais trabalham os Meios de Comunicação, reproduzindo aqui e ali elementos de Merchandising para aprovar o PLC 122.
    É estranho e difícil para eu entender como os homossexuais e a Mídia que têm dentro da sua comunidade ─ hoje e no decorrer da história ─ pessoas inteligentes semelhantes aos filósofos gregos homossexuais: o grande retórico Lísias e o inteligentíssimo Aristófanes, autor do Mito do Andrógino, ver, obra O Banquete da Platão ─; também artistas, intelectuais, pessoas de várias formações acadêmicas e principalmente as da área das Letras; não atentem para o que chamo de estupidez lingüística, que é o chavão acusativo HOMOFÓBICO (de homo-fobia), sabendo-se que homo (latim, homem), homo (grego; igual, semelhante; que é usado em homofobia) e fobia (grego, φόβος ─ medo com decorrente ação retro-ativa de fugir). Do que se conclui que: ao chamarmos alguém de homofóbico estaremos dizendo exatamente ser aquele que tem o sentimento de medo (fobia) a vítima desse (o criminoso no exato entendimento do termo) que lhe infunde medo.
    Não tenho nada absolutamente nada contra os reais direitos dos homossexuais; entretanto tenho tudo contra O PLC 122 OU A DITA LEI HOMOFÓBICA (este é o título do meu Blog), cujo endereço é www.verdaderespeitoejustica.blogspot.com , no qual, demonstro ser esta lei, não aquilo que defende os direitos dos homossexuais e sim, um odioso instrumento de Censura; como também está de maneira sintética (sinopse) em outro Blog meu, endereço  www.sinteserespeitoejustica.blogspot.com .
    P.S.: Apenas para reforçar como lembrete e gerar interesse ou curiosidade com relação ao Blog citado. CLAUSTRO + FOBIA, FOTO + FOBIA e algumas outras fobias têm plena assertiva nas suas construções, pelo fato óbvio de que quem está enclausurado ou diante de uma forte luz, desesperadamente busca fugir. O que aconteceu com as pessoas que têm conhecimento lingüístico? E o bom senso, o que foi feito dele (no não haver cuidado com o que se escreve e veicula), quando se mantêm o absurdo chavão chamado HOMOFOBIA, que é exatamente contra aquilo que se quer defender?.. Obrigado e parabéns pela dignidade democrática de respeitar opiniões.
    Atenciosamente JORGE VIDAL

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