terça-feira, 3 de agosto de 2010

Uma boa idéia: “jornalismo ficha limpa”

Reproduzo artigo de Artur Henrique, presidente da CUT, publicado em seu blog:

O professor da USP e jornalista Bernardo Kucinski apresenta a proposta de criação de uma iniciativa política intitulada “Jornalismo Ficha Limpa”. Seria uma espécie de frente formada por jornalistas que tenham a reputação de qualidade e honestidade e um histórico de coerência. Outro requisito indispensável é ser identificado com o combate às desigualdades sociais. Ter renome também ajuda.

Esses profissionais de comunicação assinariam um manifesto defendendo que jornais, revistas, rádios, TVs e páginas de internet façam uma cobertura das eleições 2010 com objetividade, sem coloração partidária e fornecendo mais espaço para os projetos e propostas do que para bate-bocas menores, trocas de acusação que desviam o foco do que realmente importa. Quer dizer, ao contrário do que ocorre neste momento.

O manifesto pelo “Jornalismo Ficha Limpa” também deveria explicitar quais ações editoriais e linhas de reportagem devem ser consideradas “ficha suja”, de forma tão didática quanto possível ou necessária, para assim expor quem as pratica.

A idéia também aproveitaria a boa acolhida que a população deu ao projeto “Ficha Limpa”, aprovado recentemente pelo Congresso, para mostrar que o processo eleitoral e a ação política também dependem e são influenciados fortemente pela mídia.

A frente que daria início ao “Jornalismo Ficha Limpa” não deveria, na opinião do próprio, incluir Kucinski, por ele ser muito identificado com o PT. Kucinski apresentou a proposta durante debate da Direção Nacional da CUT na última quinta (29), na capital paulista.

Durante as campanhas de 1994, 1998 e 2002, e ainda durante boa parte do primeiro mandato do governo Lula, do qual foi assessor, o professor escrevia um relato diário, matinal e minucioso, do que a imprensa estava veiculando desde o dia anterior. A partir da sua releitura do noticiário, Kucinski então propunha ações políticas para o comando de campanha e assessores de Lula, a partir de oportunidades vislumbradas ou, especialmente, a partir da identificação de tramas que os adversários estariam traçando tendo a imprensa como pista de decolagem.

Lula era leitor assíduo desse relato e foi quem o batizou de “Cartas Ácidas”, por causa do tom intenso e do olhar agudo do seu autor.

Nova paixão

Kucinski contou ao nosso blog que atualmente está se dedicando à literatura de ficção. “Fiquei fascinado. Descobri isso e estou inteiramente voltado a essa experiência”. Em sete dias, escreveu uma novela policial intitulada “Crime de Morte na USP”.

No texto, o assassinato de uma professora serve como ponto de partida para “deslindar o ambiente acadêmico, o carreirismo, as disputas de ego, os roubos de produção intelectual, enfim, os bastidores”, explica. O livro está à espera de uma editora que decida lançá-lo. Enquanto isso, Kucinski continua escrevendo contos e crônicas todos os dias.

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Um comentário:

  1. Concordo com a criação do Jornalista Ficha Limpa mas acho que não deveria se resumir à cobertura das Eleições 2010, pois a sujeira acontece o tempo todo e acho até que as mais malignas não acontecem durante o período eleitoral mas bem antes. No caso do governo Lula a sujeira começou logo após a posse e atravessou as duas eleições.
    Sergio Alexandre Antunes de Caarvalho

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