Reproduzo artigo de Rodrigo Vianna, publicado no blog Escrevinhador:
Para atacar o centro do poder e da coligação lulo-dilmista, a velha mídia se aliou a um empresário que já passou dez meses na cadeia.
Nassif explicou quem é o empresário que serviu de “fonte” para a “Folha”, na nova denúncia a envolver o nome da (agora) ex-ministra Erenice Guerra. O tal empresário narra episódios ocorridos há meses e que, convenientemente, resssurgem agora – do nada – em plena reta final da eleição.
Acho normal que a imprensa vasculhe as relações de personagens próximos aos principais candidatos. É a tal função fiscalizadora do poder. O curioso é saber: por que a fiscalização é unilateral? Nos velhos jornais e revistas, nenhuma palavra sobre Ricardo Sérgio, sobre Preciado e tantos outros personagens próximos a Serra. Leandro Fortes escreveu sobre o silêncio generalizado - na velha mídia – a respeito da denúncia que ele, Leandro, levou ás páginas da CartaCapital: mostrou como a empresa de Verônica Serra, a Decidir, quebrou o sigilo de milhões de brasileiros.
Esse é o jogo. Sujo. Por isso, desde que Dilma passou Serra nas pesquisas, dedico-me a escrever aqui: calma, gente. Serra está em queda, a mídia já nao tem tanto poder. OK. Mas, juntos, podem sim provocar estragos. Meus argumentos estão num texto intitulado “Sobre fábulas e o menosprezo”.
Acabamos de ver comprovada minha tese. O governo Lula aceitou a pressão midiática, e Erenice se demitiu.
A “Folha” derrubou Erenice. Esse é o fato. Um jornal que perdeu muita força, mas que hoje – como “produtor de conteúdo” para as edições do “JN” e para os programas de Serra na TV – ainda tem algum peso.
As pesquisas mostram que grande parte do eleitorado não muda o voto em Dilma por conta do escândalo. Isso é fato.
Outros fatos:
- nas camadas médias, entre eleitores mais escolarizados e com renda mais alta, Dilma caiu sim após o bombardeio; se dependesse apenas desse segmento, a eleição iria pra segundo turno;
- nos setores populares e mais próximos do lulismo, a tática do escândalo não pega; o que poderia pegar é o terror religioso; e isso está em marcha, como escrevi aqui; nos últimos dias, tive relatos de gente que, no trabalho, já começou a ouvir de colegas (de origem humilde) que “o pastor pediu pra não votar na mulher do Lula, porque ela é a favor do aborto”.
Isso quer dizer o que? Por agora, os números indicam vitória no primeiro turno, e Serra ainda tem que pagar um preço alto por bater tanto: cresce a rejeição a ele. Isso é um “meio” problema. Para Serra forçar o segundo turno, basta que Dilma perca votos – mesmo que o tucano não os ganhe. Para isso, existe Marina Silva. Ela é claramente contra o aborto, evangélica, pode receber parte dos votos que Dilma venha a perder se a campanha do terror religioso prosperar.
Vamos aos números. No DataFolha (com resultado muito parecido ao do Sensus), Dilma tem 51%, Serra 27% e Marina 11%. Se calcularmos que Plinio e os nanicos cheguem a 1%, teríamos o seguinte quadro: Dilma 51% x Todos os outros 39%. Parece muito, mas não é. A diferença é de 12 pontos. Portanto, bastaria Serra tirar 6 pontos de Dilma, transferindo esse total para Marina, Plinio e para o próprio tucano.
Como?
Paulo Henrique Amorim já avisou que Onésimo vem aí. Quem é ele? O tal araponga que a turma do PT – em dado momento- teria tentado contactar (e contratar?). Onésimo conversou com a “Veja” essa semana.
Portanto, teremos nos próximos dias o seguintes quadro:
- governo ainda a sangrar pelo escândalo de Erenice e a saída da ministra;
- novas denúncias do consórcio “Veja”/”Folha”, que ganharão farto espaço no “JN”;
- campanha terrorista nas Igrejas.
Serra não precisa de muito pra forçar o segundo turno: basta que ele chegue a 29%, Marina suba para 15% e Dilma caia para 45%.
Impossível? Eu não acho. Tenho dito isso há 3 meses. Ainda mais porque parte do eleitorado dilmista pode ter dificuldades com a exigência de dois documentos para votar.
O governo Lula não enfrentou o PIG durante 8 anos. Franklin Martins teve um papel importante, democratizando em parte o acesso às verbas públicas de publicidade. O PIG chiou, a grana agora vai para mais jornais, não só a velha turma. Isso foi feito.
Mas e o trabalho político e pedagógico de mostrar o que é essa velha mídia? Lula poderia ter travado esse combate. Não o fez. Tentou ganhar no gogó. Em parte teve sucesso, mas mesmo assim precisou encarar segundo turno em 2006 – graças a 15 dias de bombardeio, numa eleição que parecia ganha.
E se agora vierem mais 15 dias de bombardeio, como em 2006? Vocês acham impossível virar 6 pontos percentuais? O guru indiano, os pastores e padres de direita, os Civita, o Ali Kamel, a família Marinho e o Serra. Nem eu. Lamento estar em péssima compania.
Como enfrentar esse quadro? Com resposta política dos movimentos sociais. O ato público covocado pelo Barão de Itararé é só um exemplo. Mas falta o ator principal entrar em campo: Lula precisa vir a público e peitar a velha mídia.
Não o fez durante 8 anos. Fará isso agora em 15 dias? O futuro da eleição pode passar por aí.
E, para concluri: mesmo que Dilma vença no primeiro turno, terá que pagar um preço altíssimo pelo fato de Lula não ter usado sua força para enfrentar esse complexo midiático – transformado em partido politico. Dilma iniciaria o governo já na defensiva. Encurralada pela velha mídia, e sem o apelo da mística lulista.
Um quadro político complicado. Mesmo que os números das pesquisas e da economia, hoje, apontem o contrário.
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Não é o Lula que tem que enfrentar o PIG, mas nós. Se o Lula o fizer, esses mesmos Kamels, Mainardis e cia, que teem, segundo o Rodrigo Vianna o "poder" de tirar 12 ptos em votos da Dilma. vão dizer que o Lula quer censurar a imprensa, como já fizeram, e ainda vão dizer que a Dilma o fará, como Chávez, Cristina, etc. Essa tarefa nos compete, e o Barão de Itararé é uma excelente arma!!!
ResponderExcluirTambem acho o nosso presidente precisa entrar nos lares em comunicação nacional para retirar a mascara desta porca midia.E o quanto antes melhor sserá a nossa bala de prata.
ResponderExcluirDiálogo entre o diretor de redação da Folha de São Paulo e a diretora do Datafolha:
ResponderExcluir–Assim não dá, a Folha enterra o PT e o Datafolha levanta. Música de suspense, gritos e choros no fundo.
Não vamos vacilar. Vamos estar preparados para as armações da ‘imprensa’ (PIG) e da oposição nestas últimas duas semanas antes das eleições. Assim como em 1989 e 2006 os membros do PIG farão tudo para levar a eleição para o segundo turno. O que isto significaria? Mais tempo para eles criarem mais mentiras buscando virar o jogo a ser favor. Lembra das eleições quando vestiram a camisa da Campanha do Lula nos seqüestradores de Abílio Diniz, insinuando que eram ligados ao PT?
ResponderExcluirPreparem-se, a partir desta sexta-feira, 17, o fogo incessante, ardiloso e perverso será disparado contra Lula e Dilma: vão inventar que a Dilma está envolvida no caso de Erenice; vão dizer que Dilma é a favor do aborto; vão fazer de tudo para tentar levar a eleição ao segundo turno. Temos que agir e reagir e a nossa grande arma, a partir de já, é a comunicação precisa e direta com o povo, principalmente aqueles que não têm acesso a Internet. Nessas duas últimas semanas é preciso que os movimentos sociais, os partidos políticos aliados e associações rurais e de moradores esteja articulados e trabalhando para o Brasil continuar avançando.
Não se deixar levar pelo canto da ‘sereia’. Lembrem o que foi o governo Fernando Henrique/Serra com repressão aos movimentos sociais (aliás, eles acabaram com os movimentos sociais), com a quebradeira do Brasil e a nossa baixa estima. Estranhei hoje aqueles Sem-Terra de São Paulo, é bom conferir se realmente são Sem-Terra. É bom divulgar bastante quem são os informantes da Folha de São Paulo e da Veja.
Os futuros historiadores do Brasil ainda vão assinalar a enigmática observação de Lula quando ganhou a sua reeleição, atribuindo a uma dádiva as eleições terem ido para o segundo turno, isto é, não ter liquidado a fatura logo de cara.
ResponderExcluirPenso que nesta observação até hoje ainda não inteiramente compreendida, reside a compreensão de um estadista, de que no povo passa por um importante processo de amadurecimento político. Como então explicar sua continuada crescente popularidade diretamente proporcional aos ataques midiáticos?
Penso também que Lula julgou que ainda não há, ou não havia, condições adequadas para uma lei de controle democrático da mídia, legitimamente instituída e não somente sustentada na sua popularidade que um dia, acabará.
E agora vem a jogada de mestre: a saída aparentemente precipitada de Erenice, a eleição em primeiro turno de Dilma, a demonstração cabal exemplar, logo a seguir, dos métodos sujos anti-democráticos e principalmente lesa pátria desta velha mídia, darão a nova Presidenta, ainda na sua fase lua-de-mel de início de mandato, a proposição do controle midiático, que desta forma não poderá ser contestado.
O sacrifício do cargo da Erenice (compensado pelas reparações financeiras a serem obtidas em processos jucidicias) será o movimento enxadrístico determinante nesta grande conquista democrática.
Assim espero.
Miro, seria bom, neste momento e em função desse texto, cujo valor é inegável, sua aproximação com o Blog de Dom Orvandil, bispo católico em Goiais central, cujo post atual faz uma abordagem sobre a questão em pauta.
ResponderExcluirSegue o endereço:http://padreorvandil.blogspot.com/2010/09/religiososas-caem-na-armadilha-da.html
Um forte abraço. Paz e Pão, Alex Prado.
Acho que só uma coisa justifica o ataque a um governo republicano pela "imprensa": é ela que está concorrendo e não José Serra. Ele é o laranja.
ResponderExcluirLula já disse que tem muito o que falar.Ele vai falar depois que sair do cargo.A mídia marron já está desmascarada para uma grande parte das pessoas.Obrigada a blogs como do Miro e as mídias com jornalistas de verdade.
ResponderExcluirLula já disse que tem muito o que falar.Ele vai falar depois que sair do cargo.A mídia marron já está desmascarada para uma grande parte das pessoas.Obrigada a blogs como do Miro e as mídias com jornalistas de verdade.
ResponderExcluirMiro, nesta reta final estou tranquila. Dilma virou mania nacional, conquistou o Povo com sua simpatia, ao mesmo tempo em que passa PULSO FIRME E CONFIABILIDADE.
ResponderExcluirEssa, não adianta bicar. É da Dilma.
A solução é a regulamentação da lei de imprensa. Se Dilma, já Presidenta, abraçar a causa.
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