O presidente do PT, José Eduardo Dutra, anunciou na semana passada que o partido vai entrar com representação no Ministério Público para apuração de crimes eleitorais contra Eduardo Graeff, ex-secretário-geral da Presidência no reinado de FHC, atual tesoureiro nacional do PSDB e coordenador da campanha na internet do demotucano José Serra. A decisão foi tomada somente após as corajosas denúncias do deputado Brizola Neto (PDT-RJ) em plena tribuna da Câmara Federal. Ele provou que Graeff é o responsável por vários sítios com baixarias contra a pré-candidata Dilma Rousseff.
Caso a investigação do Ministério Público confirme as denúncias – o que não será difícil, já que o patético Graeff registrou várias destas páginas em nome do PSDB –, Dutra garante que partido entrará imediatamente com ação por danos morais contra o “brucutu” tucano. “O que a gente está vendo é uma tentativa vil de desclassificação, de ataques pessoais, de tudo aquilo que a gente não gostaria de ver numa campanha. A oposição fica entrando com ações para nos caracterizar como a margem da lei, mas por debaixo dos panos comete esses crimes”, justifica o presidente do PT.
A arrogância de Eduardo Graeff
Em entrevista ao portal Terra Magazine, Eduardo Graeff tentou aparentar tranqüilidade diante da representação petista. Segundo a reportagem, ele deu gargalhas e fez provocações. Arrogante, ele até se jactou da página “Gente que mente”, que divulga baixarias e ataques pessoais, e confessou o registro do domínio “Petralhas” – que está inativo, talvez aguardando o melhor momento para o bote. “Eles [os petistas] tiraram do ar o anúncio dos 45 anos da TV Globo. Agora eles querem tirar a nossa página”, lamentou, evidenciando a santa aliança com a famíglia Marinho.
O sítio “Petralhas” nasceu sob inspiração do psicopata Reinaldo Azevedo, “colunista” da revista Veja, e foi registrado pelo Instituto Social-Democrata, fundado pelo ex-presidente FHC. Graeff não esconde que está disposto a tudo na guerra suja deflagrada na globosfera. “A política tem um lado que é muito bruto, as piores coisas que as pessoas são capazes de fazer. A internet torna a difusão desse tipo de coisa mais rápido, mas também desconstrói”. Ele afirma que não teme as críticas. “Vão me atacar. Desespero. Não me importo’. E outra vez gargalha”, relata o Terra.
A tática diversionista dos tucanos
Toda esta arrogância, porém, parece ser sinal de fraqueza. Há indícios de que a sua agressividade não agrada nem o comando demotucano. Segundo Leandro Fortes, da CartaCapital, “Graeff organizou um grupo de tuiteiros e blogueiros para inserir mensagens na internet, inicialmente com conteúdo partidário a favor de Serra. A realidade, no entanto, tem sido outra. Em vez de militantes tucanos formais, a rede de Graeff virou um ninho de brucutus que preferem os palavrões e baixarias. O objetivo dessa turma é espalhar insultos ou replicar mentiras na rede mundial de computadores”.
Temendo o efeito negativo deste jogo sujo, “a assessoria jurídica de Serra o teria aconselhado a se afastar de Graeff e a impedir que o nome do ex-secretário seja associado, organicamente, à campanha presidencial”. Há boatos, inclusive, de que capacho de FHC poderia ser defenestrado. Afinal, os marqueteiros do demotucano continuam tentando vender a imagem do “Serrinha paz e amor”. Ele até elogiou o presidente Lula pelo título de líder mundial conferido pela revista Time. A tática do “Serra assopra e os delinqüentes mordem” correria riscos com os exageros de Graeff.
A guerra suja é inevitável
Para o deputado Brizola Neto, ninguém pode se iludir com esse diversionismo. “Nas entrevistas, Serra diz que vai manter o alto nível e não faz ataques ao presidente Lula, porque ele é popular. Mas a campanha no site do PSDB é o inverso do que Serra diz, desmente tudo isso. Na internet, eles usam de baixarias contra Dilma”. Para ele, o ex-secretário-geral de FHC é o “brucutu chefe da guerra suja tucana” e segue as orientações do comando de Serra. Ela lamenta que partido do presidente Lula e da candidata Dilma Rousseff seja tão brando no combate a estas baixarias.
Correta e corajosamente, o deputado insiste que é preciso “desafiar o discurso de bom-moço de Serra. Toda esta sujeira é feita pelos seus homens de confiança”. É urgente partir para a ofensiva para desmascarar a tática dos tucanos. A decisão do PT de ingressar com uma representação no Ministério Público Federal é apenas o primeiro passo – mas ainda tímido. As forças que apóiam a candidatura Dilma Rousseff precisarão de muito mais combatividade para enfrentar o jogo sujo dos demotucanos nesta verdadeira guerra eleitoral. Do contrário, o desastre será inevitável.
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