UJS/SP debate papel da mídia nas eleições



Reproduzo matéria do sítio da União da Juventude Socialista (UJS):

A UJS de São Paulo promove no próximo sábado (24/7) o seu Encontro de Comunicação e Eleição para debater a atuação da mídia no atual momento político e conta com presenças ilustres.

O evento pretende reunir toda a militância engajada nas novas mídias para trocar idéias quanto ao fortalecimento dos meios de comunicação alternativos à imprensa de massa, além de colocar em pauta o desafio de garantir a continuidade dos avanços conquistados nos últimos anos pela juventude. Contando com a presença de Paulo Henrique Amorim, do site Conversa Afiada, Altamiro Borges, membro do comitê central do PCdoB e importante referência blogueira, e Conceição Oliveira, do blog Maria Frô, a UJS prepara seu arsenal ideológico para a batalha eleitoral que está no ar.

Além dos bate-papos com os palestrantes, o encontro vai contar ainda com algumas oficinas para orientar quanto a melhor utilização das ferramentas online no campo da comunicação. A organização do evento, que será realizado na sede do Comitê Central do PCdoB, ainda espera a confirmação da presença do jornalista Luiz Carlos Azenha, do site Viomundo. Com início às 8h30, o encontro se estende por todo o sábado e será encerrado com uma reunião da diretoria estadual da UJS.

Confira abaixo toda a programação:

8h30 - Debate de abertura: Mídia e Eleição

Paulo Henrique Amorim e Altamiro Borges

12h - Almoço

13h - Blogs: Debate e Oficina com Luiz Carlos Azenha (a confirmar)

15h30 - Twitter: Debate e Oficina com Conceição Oliveira

17h - UJS na Batalha: Reunião da Direção Estadual da UJS

Local: Sede do Comitê Central do PCdoB - Rua Rego Freitas, 192 - República
Data: 24/07 - Sábado
Horário: 8h30

Confirmação de presença pelo e-mail alinelopes.ujs@gmail.com.

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Globo, Folha, Veja e Estadão apóiam Serra

Reproduzo artigo de Eduardo Guimarães, publicado no blog Cidadania:

Sugiro ao leitor que leia atentamente este post porque dele resultará um possível e inédito esforço da sociedade civil para combater o uso ilegal de poder econômico e de recursos públicos por empresários do setor de comunicação, em claro favor de uma facção política.

Para entender a questão que estou propondo, voltemos à última terça-feira (13/7), quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou o jornal O Estado de Minas em R$ 7 mil por fazer “campanha antecipada” para o candidato do PSDB à Presidência, José Serra.

Segundo notícia vagamente reproduzida em alguns grandes portais de internet — e que as imprensas escrita, televisada e radiofônica esconderam total ou parcialmente —, “o veículo foi acusado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de publicar, em seu caderno de política, no dia 10 de abril deste ano, reportagem alusiva ao lançamento da pré-candidatura de José Serra à Presidência da República”.

A denúncia do MPE foi acolhida pela ministra substituta do TSE, Nancy Andrighi, que multou o jornal mineiro.

Por certo, não é a primeira vez que um meio de comunicação é multado por fazer campanha ilegal para um candidato, mas não me lembro de outro caso igual envolvendo um veículo do porte de O Estado de Minas.

O fato supra mencionado me voltou à mente na manhã deste sábado (17/7). Como a minha filha caçula, de 11 anos, está novamente internada, a fim de passar o tempo entre a noite de sexta-feira até agora, devorei vários jornais e revistas comprados na banca em frente ao hospital.

Foi aí que me veio o pensamento de que os mais eminentes órgãos de imprensa escrita estão fazendo campanha eleitoral em favor de Serra tanto quanto O Estado de Minas, só que na forma de campanha negativa contra Lula, Dilma e o PT.

Impressionou-me a avaliação desses órgãos de imprensa todos juntos. É impossível ler qualquer um deles sem que a enorme dose de más notícias contra o presidente da República, contra a sua candidata e contra o partido dos dois chame a atenção do leitor.

Todos juntos

Comprei O Estado de S. Paulo, a Folha de S.Paulo, O Globo e as revistas Veja e Época

Todos juntos continuam acusando a campanha de Dilma de ter feito dossiê contra Serra e Eduardo Jorge valendo-se do poder do governo Lula sobre a Receita Federal.

Todos juntos contam que a Sociedade Interamericana de Imprensa considerou o governo Lula antidemocrático e o acusou de atentar contra a liberdade de imprensa.

Todos juntos criticam Dilma por “guardar dinheiro debaixo do colchão”, valendo-se de declaração de bens dela à Justiça Eleitoral ao se registrar como candidata.

Todos juntos manipularam o comparecimento de público ao comício com Dilma e Lula no Rio. A Folha chegou a dizer que só mil pessoas foram ao evento, o que, lendo a matéria, descobre-se que foi o que restou de público depois de cair um temporal.

Todos juntos acusam o presidente Lula de “violar as leis” por apoiar publicamente a sua candidata, ignorando total ou parcialmente que Serra também está sendo multado por infringir a lei eleitoral.

As poucas notícias desfavoráveis a Serra, além do volume infinitamente menor delas, tampouco aparecem na primeira página ou na capa desses veículos. E aparecem bem pouco. Para cada dez notícias ou comentários contra os petistas aparecem, no máximo, um ou dois contra os tucanos, se tanto.

Prática sistemática

Afirmo publicamente que os jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo e O Globo, bem como a revista Veja, fizeram e continuam fazendo campanha escancarada para Serra e campanha negativa contra Lula, Dilma e o PT fora da época permitida pela lei eleitoral.

A mera análise de um período maior de tempo revelará uma prática sistemática desses órgãos de imprensa de fazerem campanha negativa contra os petistas. É preciso trazer esses números à ordem do dia. Há que apurá-los, divulgá-los e entregá-los à Justiça.

Vale lembrar que o conceito de “campanha eleitoral negativa” surgiu recentemente, quando o sindicato dos professores paulistas, a Apeoesp, promoveu atos públicos contra o governo do estado, o que foi considerado campanha negativa contra Serra pelo TSE, que multou o sindicato.

A sociedade civil não pode mais aceitar que a imprensa faça campanha tão descarada contra Lula, Dilma e o PT e a favor de Serra e do PSDB. A mesma Justiça Eleitoral que está punindo políticos e meios de comunicação, por campanha antecipada, tem obrigação de reconhecer e punir o volume impressionante da campanha escancarada dos veículos supra mencionados.

Que fazer diante de uma situação de afronta às leis e de verdadeira chacota por parte de uma mídia que se transformou em linha auxiliar da campanha presidencial tucana? Novamente, acho que será preciso jogar a sociedade civil em cima deles.

Só que essa ação precisa ser muito bem estudada. Até porque, dará um trabalho enorme quantificar o volume impressionante de matérias atacando Lula, Dilma e o PT. E é justamente na quantificação dessas matérias, na desproporção absurda em relação aos candidatos que está o fio da meada.

Cabe medida judicial

Desta forma, pretendo formar um núcleo de pessoas dispostas a colaborar com a preparação de uma reação da sociedade civil à afronta que esses grandes órgãos da imprensa escrita estão praticando contra as leis.

Estudaremos se caberá de fato ao Movimento dos Sem Mídia tomar uma atitude nessa questão. Sendo assim, quero formar um grupo de filiados ao MSM ou não para que reunamos todo o material necessário a uma medida judicial. Aceitaremos voluntários para a tarefa.

Estou entrando em contato com o setor jurídico do MSM, pedindo estudo do assunto e propondo que nossa organização se reúna talvez até com juristas independentes para melhor analisarmos as opções de reação ao abuso da imprensa escrita.

Será nesse momento que precisaremos do esforço de todos vocês para que consigamos, novamente, outros milhares de assinaturas de apoio à medida que nós, do MSM, poderemos vir a tomar conforme a natureza da análise do nosso setor jurídico.

Peço a cada uma das centenas de pessoas que acabam de se filiar à ONG que consiga apoios à possível representação ao MPE, pois esses apoios, chegando novamente aos milhares, colocarão a Justiça na obrigação de dar uma reposta séria e muito bem ponderada à propositura que lhe poderá ser feita.

Em minha visão, seria facílimo provar que Globo, Folha, Veja e Estadão estão fazendo campanha para Serra desde muito antes do permitido pela lei tanto quanto fez o jornal O Estado de Minas.

Bastará apurar o que fizeram esses veículos no decorrer deste ano. Está tudo muito bem registradinho. Claro que virão com aquela conversa de que são isentos e de que tratam todos os candidatos da mesma forma, mas será brincadeira de criança provar que é mentira.

Logo, logo voltarei ao assunto para tratá-lo em bases mais concretas. Aguardem-me.

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Mídia oculta presos políticos dos EUA

Nos últimos dias, a mídia colonizada tem feito enorme escarcéu com a libertação de dissidentes cubanos. Ele evita contar a verdadeira história de alguns destes “ex-presos políticos”, que agora serão bajulados como “ícones da democracia” a partir da Espanha. A maioria deles tem notórios vínculos com o Escritório de Interesses dos EUA, sediado em Havana. Há provas documentadas de que recebiam orientação e milionários subsídios das agências ianques, como a Usaid.

Reproduzindo as recorrentes manipulações do império, a mídia colonizada só não fala nada sobre os presos políticos dos EUA, muitos deles detidos sem mandato judicial, mantidos em solitárias e cruelmente torturados – como já revelaram vários vídeos no Youtube. Além de ser a recordista mundial em população carcerária, com mais de sete milhões de presidiários, esta nação imperial mantêm centenas de presos políticos – mas a mídia colonizada não faz qualquer estardalhaço.

O silêncio sobre os cinco heróis cubanos

A base militar de Guantánamo, por exemplo, concentra 183 presos, que não tiveram direito a julgamento. Já o líder dos Panteras Negras, o jornalista Mumia Abu-Jamal, encarcerado há 27 anos, foi condenado à pena de morte, e Leonard Peltier está adoecendo nas cadeias sob a falsa acusação de ter matado dois agentes do FBI. A mídia também nada fala sobre os cinco cidadãos da Geórgia, seqüestrados na Suíça, injustamente presos e torturados por oito anos. Ou sobre um grupo de uma dezena de independentistas porto-riquenhos condenados à “privação de liberdade”.

Há ainda o dramático caso dos cinco heróis cubanos, detidos na Flórida quando investigavam o atentado que derrubou uma aeronave da Cubana Aviação. Antonio Guerrero, René González, Fernando González, Ramón Labañino e Gerardo Hernández estão presos há vários anos, muitos deles em solitárias e foram até proibidos do contato com os seus familiares. De nada valeram as críticas de dez Prêmios Nobel e de centenas de personalidades e entidades de direitos humanos às arbitrárias prisões e aos falsos julgamentos e a exigência da libertação dos heróis cubanos.

Ofensiva midiática contra Cuba

Como afirma o jornal Prensa Latina, a hipocrisia dos EUA conta com a cumplicidade da mídia. “Os Estados Unidos, preocupados em transformar presos comuns cubanos em patriotas, através de uma campanha midiática mundial, desconhecem os direitos humanos dos presos políticos que estão em seus presídios. Contam com milhões de palavras difundidas nos meios de comunicação controlados por Washington para apoiar essa nova arremetida contra Cuba, na qual participam os setores mais conservadores da mídia latino-americana e européia”.

Abaixo, uma lista parcial dos presos políticos nos EUA, que a mídia colonizada evita divulgar:

- Abdullah, Haki Malik
- Abu-Jamal, Mumia
- Acoli, Sundiata
- Simms, Charles
- Sims, Debbie
- Orr, Delbert Orr
- Goodman, Edward
- Holloway, Janet
- Phillips, Janine
- Davis, Michael
- Phillips, William
- Al-Amin, Jamil Abdullah
- Azania, Zolo
- Barnes, Grant
- Bell, Herman
- Block, Nathan
- Bomani Sababu, Kojo
- Bowen, Joseph
- Bowers, Veronza
- Buck, Marilyn
- Burton, Fred "Muhammad"
- Campa, Rubén
- Chubbuck, Byron Shane (Oso Blanco)
- Conway, Marshall Eddie
- Dunne, Bill
- Fitzgerald, Romaine “Chip”
- Ford, Patrice Lumumba
- Gilbert, David
- González Claudio, Avelino
- González, René
- Guerrero, Antonio
- Hayes, Robert Seth
- Hernández, Alvaro Luna
- Hernández, Gerardo
- Hilton, Freddie (Kamau Sadiki)
- Hoover, Larry
- Ka'bah, Abdullah Malik (aka Jeff Fort)
- Kambui, Sekou
- Khabir, Maumin (aka Melvin Mayes)
- Kjonaas, Kevin
- Koti, Mohamman Geuka
- Laaman, Jaan Karl
- Lake, Richard Mafundi
- Langa, Mondo We
- Latine, Maliki Shakur
- López Rivera, Oscar
- Magee, Ruchell Cinque
- Majid, Abdul
- Manning, Thomas
- McDavid, Eric
- McGowan, Daniel
- Medina, Luís
- Muntaqim, Jalil
- Odinga, Sekou
- Paul, Jonathan
- Peltier, Leonard
- Pinell, Hugo "Dahariki"
- Poindexter, Ed
- Powell, Reverend Joy
- Rodríguez, Luis V.
- Shabazz Bey, Hanif
- Shakur, Mutulu
- Shoats, Russell Maroon
- Stewart, Lynne
- Torres, Carlos Alberto
- Torres, Francisco
- Tyler, Gary
- Wallace, Herman
- Waters, Briana
- Watson, Gary
- Woodfox, Albert
- Zacher, Joyanna

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O erro de menosprezar Serra e a velha mídia

Reproduzo importante alerta de Rodrigo Vianna, publicado no blog Escrevinhador:

Os políticos tucanos e parte de seu eleitorado - especialmente os leitores mais desavisados de “Veja”, “O Globo” e outros que tais – aparentemente acreditaram em algumas fábulas sobre Dilma, espalhadas por colunistas e analistas na primeira fase de campanha (que se encerrou pouco antes da Copa do Mundo):

- ela não tem brilho próprio;

- ela não saberá se portar durante uma campanha, longe das asas de Lula.

- ela não conseguirá colar no prestígio de Lula e terá enorme dificuldade para passar de 15% nas pesquisas.

Tudo isso se mostrou falso. Os tucanos menosprezaram Dilma. E agora engrossam o discurso terrorista de campanha, para tentar recuperar o terreno perdido.

Entre os petistas, de outro lado, há quem ameace embarcar na mesma trilha. Espalham-se em alguns setores, digamos, mais “militantes”, fábulas sobre a candidatura Serra e seus aliados:

- Serra é um néscio, que não sabe o que faz;

- a campanha terrorista de Serra e seus laicos midiáticos não terá nenhum efeito;

- a mídia tradicional deixou de ter importância, e não terá força para impedir a vitória inexorável de Dilma;

Trata-se de um erro grave menosprezar os adversários. Ainda mais, adversários que não tem alternativa. Serra, derrotado, encerra a carreira (mesmo que o PSDB ganhe em São Paulo, o serrismo será varrido do mapa num possível governo estadual de Alckmin). Portanto, para o candidato tucano, trata-se de ganhar ou ganhar.

Alguns enxergam na tática serrista do terrorismo (Farc, narcotráfico, etc.) um puro sinal de desespero. É bem mais do que isso. Nos últimos meses, todos nós fomos bombardeados por emails lembrando o “passado terrorista de Dilma”. Foi algo disseminado de forma profissional, deliberada. Antes disso, a “Folha” já se havia prestado ao serviço de estampar a ficha falsa da candidata, em primeira página. Portanto, a atual fase de campanha (associar PT e Dilma às Farc) é apenas o desdobramento lógico das fases anteriores. Não é algo improvisado…

Isso basta pra ganhar eleição? Não. Ainda mais num cenário em que o PT conta com um presidente aprovado por quase 80% do eleitorado. Mas o terrorismo eleitoral pode ser importante para consolidar o voto anti-petista. Com isso, Serra pode garantir de 25% a 30% do eleitorado. O risco é que estes ataques façam aumentar a rejeição a Serra. Boa parte do eleitorado brasileiro não gosta disso.

No horário gratuito na TV, provavelmente, Serra vai evitar a tática de partir pra cima de Dilma com essa ferocidade. A experiência recente mostra que ataques diretos a um adversário acabam gerando rejeição – ainda mais na TV. Mas há o rádio, a internet e a imprensa amiga pra seguir fazendo serviço…

Serra precisa manter-se competitivo, com alguma chance, até a reta final da eleição. E aí chego ao terceiro dos três pontos que ressaltei acima: engana-se quem acha que a mídia anti-Lula não terá papel a exercer na campanha contra Dilma. A mídia perdeu, sim, parte de sua força. Mas não toda a força. Em 2006, foi a campanha midiática que levou a eleição para segundo turno – Marcos Coimbra, do Vox Populi, já mostrou isso de forma límpida.

Nessa eleição, a mídia impressa seguirá o roteiro de ataques implacáveis contra Dilma. Assim como Serra, essa gente não tem escolha: enveredou por um caminho sem volta.

Essa mídia, talvez, não consiga garantir a vitória de Serra. Ainda mais porque a TV Globo (ao contrário do jornal, que é explícito) tende a manter-se na moita. A Globo não pode se dar ao luxo de voltar a ser carimbada como “anti-povo”, “golpista”… Seria um risco enorme jogar a imagem da Globo numa campanha anti-lulista. Mas, se na reta final, a Globo sentir que há espaço para empurrar Serra ao segundo turno, não tenham dúvidas: vão repetir 2006! O método Ratzinger vai se revelar de novo implacável.

Por isso, os lulistas devem evitar o erro de menosprezar adversários que lutam pela sobrevivência - política, ou econômica – e que vão usar todas as armas numa guerra suja.

Essa não será uma eleição para quem tem estômago frágil.

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