Por Altamiro Borges
Considerada um “fenômeno eleitoral” em 2010, quando obteve quase 20 milhões de votos e ficou em terceiro lugar na disputa presidencial, Marina da Silva agora vive os seus dias de agonia. No final de 2009, ela e o seu grupo político abandonaram o PT e ingressaram no PV – um partido gelatinoso, que fala em “renovação política”, mas que em vários estados participa de governos da velharia demotucana. A união, porém, parece estar por um fio. A devastação verde é visível.
Em entrevista concedida hoje ao Estadão, Alfredo Sirkis, presidente do PV no Rio de Janeiro e aliado de Marina, confirma que o clima interno é de “quase ódio” em relação à ex-senadora e que pode culminar com a criação de um novo partido. Para ele, que é veterano no PV, a legenda é controlada com mão de ferro pelo atual presidente, José Luiz Penna, no cargo há 12 anos. “O poder é exercido por um grupo quase secreto em torno do presidente. A executiva ficou quase cinco meses sem se reunir”.
“Quase ódio em relação a gente”
Segundo informa, seu grupo político não conseguiu romper o “fog burocrático” e está isolado. Há vetos a novos ingressos e nem a filha de Marina Silva teria conseguido se filiar à legenda. “As decisões são tomadas de forma totalmente solitária por presidentes estaduais que fazem parte executiva nacional. Há certa clientela que se cria como base de sustentação do atual presidente... Há um clima de intimidação, gente que tem medo de se posicionar porque acha que pode sofrer represálias. Vejo um clima que eu nunca imaginei no PV, quase de ódio em relação a gente. Uma coisa muito radicalizada”.
Diante desse quadro adverso, Sirkis não descarta a possibilidade da divisão do PV e da criação de um novo partido, liderado pela ex-senadora. Marina Silva, por enquanto, evita tratar do assunto. Aposta no seu cacife eleitoral e no “diálogo”. Mas parece que o cerco está se fechando. A disputa fratricida no PV começou logo após a eleição, mas sem os holofotes da mídia – ainda encantada com o papel desempenhado por Marina Silva. Na reunião da executiva nacional, na semana passada, a coisa degringolou de vez.
“A era dos fenômenos acabou”
Com base num acordo prévio, o grupo da ex-senadora reivindicou a renovação da direção partidária. Mas a executiva partidária rejeitou o apelo e ainda adiou a convenção nacional, de meados deste ano para 2012. O deputado Zequinha Sarney (MA) foi o autor da proposta de prorrogação por mais um ano do mandato da atual direção, aprovada por 29 votos a 16. Essa decisão, caso não seja alterada, fecha os espaços para os verdes que recém-ingressaram no PV e também para alguns velhos filiados.
Diante desta “rasteira”, o grupo tenta juntar os cacos para definir o seu futuro. Mas a situação é difícil. Na reunião da executiva, Marina Silva ainda teve que ouvir de um dos aliados de Penna a comparação com o ex-jogador Ronaldo: “A era dos fenômenos acabou”. Segundo Celso Marcondes, da CartaCapital, “as malas de Marina e Sirkis começaram a ser arrumadas. Junto com eles devem partir Guilherme Leal, Fernando Gabeira, Ricardo Young, Sérgio Xavier, João Paulo Capobianco, Luciano Zica, entre outros”.
“Conluio com Kassab”
Em seu blog, Alfredo Sirkis fala do “pesadelo verde” e dá detalhes deprimentes sobre a disputa interna. Ele garante que “Marina ficou perplexa, ainda que não propriamente surpresa. A animosidade da burocracia no partido contra ela era algo que ela vinha reparando há tempos... Digamos que, na melhor das hipóteses, criaram por ela uma relação amor-ódio. Amor pelo que de prestígio indireto pode lhes aportar. Ódio quando sua visão de transição democrática é vista como ameaça a seus poderzinhos”.
Sirkis denuncia que “a disposição de Penna e Sarney de romper com o setor mais histórico e ideológico dos verdes e de afastar Marina – a não ser que sirvamos simplesmente de “chantili”, como ela define –, mediante sucessivas rasteiras e levar o partido para o governo em conluio com o novo partido de Kassab com o qual eles têm tido muitas reuniões. O sentido mais estratégico de tudo isso é anular os verdes como terceira força, desconstruir 20 milhões de votos e debandar 20% do eleitorado”.
Considerada um “fenômeno eleitoral” em 2010, quando obteve quase 20 milhões de votos e ficou em terceiro lugar na disputa presidencial, Marina da Silva agora vive os seus dias de agonia. No final de 2009, ela e o seu grupo político abandonaram o PT e ingressaram no PV – um partido gelatinoso, que fala em “renovação política”, mas que em vários estados participa de governos da velharia demotucana. A união, porém, parece estar por um fio. A devastação verde é visível.
Em entrevista concedida hoje ao Estadão, Alfredo Sirkis, presidente do PV no Rio de Janeiro e aliado de Marina, confirma que o clima interno é de “quase ódio” em relação à ex-senadora e que pode culminar com a criação de um novo partido. Para ele, que é veterano no PV, a legenda é controlada com mão de ferro pelo atual presidente, José Luiz Penna, no cargo há 12 anos. “O poder é exercido por um grupo quase secreto em torno do presidente. A executiva ficou quase cinco meses sem se reunir”.
“Quase ódio em relação a gente”
Segundo informa, seu grupo político não conseguiu romper o “fog burocrático” e está isolado. Há vetos a novos ingressos e nem a filha de Marina Silva teria conseguido se filiar à legenda. “As decisões são tomadas de forma totalmente solitária por presidentes estaduais que fazem parte executiva nacional. Há certa clientela que se cria como base de sustentação do atual presidente... Há um clima de intimidação, gente que tem medo de se posicionar porque acha que pode sofrer represálias. Vejo um clima que eu nunca imaginei no PV, quase de ódio em relação a gente. Uma coisa muito radicalizada”.
Diante desse quadro adverso, Sirkis não descarta a possibilidade da divisão do PV e da criação de um novo partido, liderado pela ex-senadora. Marina Silva, por enquanto, evita tratar do assunto. Aposta no seu cacife eleitoral e no “diálogo”. Mas parece que o cerco está se fechando. A disputa fratricida no PV começou logo após a eleição, mas sem os holofotes da mídia – ainda encantada com o papel desempenhado por Marina Silva. Na reunião da executiva nacional, na semana passada, a coisa degringolou de vez.
“A era dos fenômenos acabou”
Com base num acordo prévio, o grupo da ex-senadora reivindicou a renovação da direção partidária. Mas a executiva partidária rejeitou o apelo e ainda adiou a convenção nacional, de meados deste ano para 2012. O deputado Zequinha Sarney (MA) foi o autor da proposta de prorrogação por mais um ano do mandato da atual direção, aprovada por 29 votos a 16. Essa decisão, caso não seja alterada, fecha os espaços para os verdes que recém-ingressaram no PV e também para alguns velhos filiados.
Diante desta “rasteira”, o grupo tenta juntar os cacos para definir o seu futuro. Mas a situação é difícil. Na reunião da executiva, Marina Silva ainda teve que ouvir de um dos aliados de Penna a comparação com o ex-jogador Ronaldo: “A era dos fenômenos acabou”. Segundo Celso Marcondes, da CartaCapital, “as malas de Marina e Sirkis começaram a ser arrumadas. Junto com eles devem partir Guilherme Leal, Fernando Gabeira, Ricardo Young, Sérgio Xavier, João Paulo Capobianco, Luciano Zica, entre outros”.
“Conluio com Kassab”
Em seu blog, Alfredo Sirkis fala do “pesadelo verde” e dá detalhes deprimentes sobre a disputa interna. Ele garante que “Marina ficou perplexa, ainda que não propriamente surpresa. A animosidade da burocracia no partido contra ela era algo que ela vinha reparando há tempos... Digamos que, na melhor das hipóteses, criaram por ela uma relação amor-ódio. Amor pelo que de prestígio indireto pode lhes aportar. Ódio quando sua visão de transição democrática é vista como ameaça a seus poderzinhos”.
Sirkis denuncia que “a disposição de Penna e Sarney de romper com o setor mais histórico e ideológico dos verdes e de afastar Marina – a não ser que sirvamos simplesmente de “chantili”, como ela define –, mediante sucessivas rasteiras e levar o partido para o governo em conluio com o novo partido de Kassab com o qual eles têm tido muitas reuniões. O sentido mais estratégico de tudo isso é anular os verdes como terceira força, desconstruir 20 milhões de votos e debandar 20% do eleitorado”.
Agnelli amava Lázaro, que amava Dantas, que amava… http://www.tijolaco.com/agnelli-amava-lazaro-que-amava-dantas-que-amava/
ResponderExcluirMeu povo, o PV é um sinal de trânsito (sinaleira, farol, semáforo) daqueles antigos que tinham 3 cores: verde, amarelo e vermelho; e nem acende como programado, mas acende de acordo com as conveniências.
ResponderExcluirMarina está tendo o que merece e o que estava escritos no tronco da bananeira:
ResponderExcluirela é agora a nova Heloisa Helena. Foi a estrela do PiG enquanto serviu de massa de manobra para desconstruir Lula e Dilma. Agora é descartável. Talvez volte a servir para algum outro objetivo do PiG nas próximas eleições e, então, voltará a brilhar no horário nobre das noites calientes do jornal do PiG...
Bem feito: quem manda não ser coerente e ter o olho maior que a boca?
"...Em entrevista concedida hoje ao Estadão, Alfredo Sirkis, presidente do PV no Rio de Janeiro..."
ResponderExcluirSó nessas situações o Estadão publica uma entrevista com alguém como o Sirkis.
Será que deram alguma matéria ou entrevista desse naipe com ele, quando ele foi candidato à presidente em 1998?
Eles todos se merecem.
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