domingo, 5 de junho de 2011

Marcelo Tas ameaça blogueira

Por Rogério Tomas, no blog Conexão Brasília-Maranhão:

O CQC tem algumas pouquíssimas coisas interessantes. A maior parte é dispensável e desprezível.

A exemplo do programa, o seu apresentador, Marcelo Tas, não se define entre jornalista ou comediante, o que é uma opção legítima, porém comodamente cínica, já que apenas se “adequa” à necessidade de unir a credibilidade do jornalismo e o entretenimento do humor que o mercado da TV lhe demanda.

Ou seja, digam o que quiser, mas ele não passa de uma engrenagem para mover o sistema que lhe remunera muito bem e garante a exposição necessária para abarcar o seu ego gigantesco.

O careca da Band também já mostrou ser um sujeito invejoso que não tem pudor de mentir publicamente, como já escrevi antes:

A lógica do Marcelo Tas: “atire primeiro, pergunte depois” - 01/11/2010

Para atacar Lula, Marcelo Tas mente sem pudor - 14/09/2010

A última peça dele é ameaçar uma blogueira de processo judicial pelo fato de ela ter criticado o seu programa por outra bizarrice daquelas que geram indignação em muita gente.

A bizarrice da vez, a exemplo de quase todas as outras, se encaixa naquela categoria que os cínicos usam como escudo para dizerem e defenderem as maiores imbelicidades: a dos “politicamente incorretos”, que, segundo os cínicos, é uma reação à “patrulha” da turma do “politicamente correto”, porque, afinal de contas, para estes cínicos, humor é só para fazer rir e não tem problema nenhum contar piadas racistas, machistas e preconceituosas em geral.

O desprezo ao “politicamente correto” é a desculpa que os canalhas usam para poder destilar todo tipo de preconceito.

A blogueira em questão é a Lola Aronovich, que tive o prazer de conhecer no I Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, em agosto do ano passado, em São Paulo (SP).

O Tas escreveu à Lola, por e-mail, o seguinte:

“Você vai aprender através de um processo por calúnia e difamação a ser mais responsável com o que publica, esta troca de e-mails documenta a minha tentativa de dialogo com voce antes de tomar o caminho da Justiça”.

Como se vê, o jornalista cede fácil o lugar para o pop star que não atura mortais lhe criticando.

Fortíssimo candidato ao Troféu Corvo 2011!

Ou seja, ele, a celebridade, pode mentir ao dizer que o Lula queria “extirpar a oposição” (quando ele se referia, num discurso público, precisamente ao Democratas/PFL/PDS/Arena) e a Lola não pode criticá-lo porque isso é “calúnia”?

Ressalto que defendo convictamente a ideia de que qualquer pessoa tem todo o direito de buscar na Justiça a reparação do que considera violação dos seus direitos.

Entretanto, paciência para cinismo tem limite.

Portanto, Marcelo Tas, vá para o raio que o parta com a sua hipocrisia!

Toda a solidariedade à Lola diante dessa truculenta tentativa de intimidação travestida de indignação.

E desde já indico o Marcelo Tas ao Troféu Corvo 2011, a ser definido no II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, que acontecerá em Brasília, de 17 a 19 de junho próximo.

O texto que gerou a ameaça do Tas é esse:

*****

01/06/2011

CQC Anti-amamentação, vai pra pqp

E o texto onde ela relata a ameaça é esse:

02/06/2011

Liberdade relativa: Marcelo Tas quer me processar

E muita gente na web já tem manifestado apoio à Lola.

Destaco a Maria Frô e o pessoal do Mobiliza BR:

Marcelo Tas ameaçou a blogueira Lola (@lolaescreva) de processo devido a um texto no qual ela analisa um programa do CQC comentando a amamentação em público. Após ser ameaçada, Lola não se intimidou e escreveu mais este post aqui. Hoje o Comunique-se deu voz a Tas e sequer fez uma pergunta a Lola, como ela relata aqui. Um jornalismo bastante ‘imparcial’ este como podemos notar.

Em minha opinião a ameaça de Tas em processar Lola faz parte da mesma estratégia que a Folha usou contra o blog da Falha e contra o Arles. Na prática tal estratégia impede, nega aos alvos de processos o poder de se expressar livremente.

(Maria Frô – Toda nossa solidariedade à blogueira Lola que está peitando Marcelo Tas)

*****

Custe o que custar é o nome do programa do Marcelo Tas. E é mais ou menos o modo como ele e sua trupe agem para tentar fazer humor e arrancar o riso, já que ali falta um pouco de talento e muito de bom senso. Custe o que custar, eles vão diminuindo pessoas, vomintando preconceitos e abusando dos lugares comum, na incasável busca pelo riso. Tem gente que gosta. Eu estou no grupo dos que não gostam e, logo, não assistem.

Mas toda terça-feira, acordo com um friozinho na barriga imaginando qual foi a pataquada da última noite. Fiquei sabendo pela blogosfera, mais especificamente pelo blog Escreva, Lola, Escreva, da oposição de Rafinha Bastos – aquele que abraça estuprador – em relação ao mamaço, movimento realizado por mães que querem ter o direito de amamentar os filhos quando eles sentirem fome, sem serem obrigadas a se constranger por serem mães.

(Mobiliza BR – Marcelo Tas quer calar, custe o que custar.

3 comentários:

  1. Já recebi muitas críticas por criticar este programa que tem quase o mesmo perfil do Pânico que é outra porcaria.Este seria considerado pior por se acharem melhor que os do Pânico. Paulinho vilhena já mostrou seu apreço por este 'PROGRAMA " chato e desrespeitoso.

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  2. Prezado Miro,

    Admiro seu blog e seu trabalho para divulgar uma parte da verdade que some nos meios de comunicação tradicionais.

    Contudo, não pude deixar de comentar essa discussão do CQC e da Lola Aronovich sobre o Amamentaço.

    Hoje muito se fala sobre homofobia e respeito às diferenças, mas o que mais chama a atenção é a criminalização que esses grupos tentam impor à quem pensa diferente.

    Ou seja, quem se diz perseguido de intolerância e discriminação agora quer discriminar e criminalizar. Só no Brasil. É a liberdade de expressão só dos que pensam igual.

    Sou a favor da liberdade de expressão para que todos possam defender seu lugar ao sol, e mais importante: a dignidade humana.

    Numa sociedade como tantas diferenças, para permitir a convivência pacífica entre todos os diferentes é necessário a existência de um espaço de convivência que respeite minimamente todas as idéias.

    Isso só é possível se todos os grupos abrirem mãos de algumas idéias, e concordarem com o que é comum a todos. Minha liberdade termina quando começa a do outro, e vice-versa.

    Ninguém pode fazer tudo o que quer dentro desse espaço público de convivência. Esse espaço público é tudo aquilo que não é privado.

    Entretanto, o que vejo hoje é uma série de exageros. As pessoas não se respeitam e só enxergam o seu ponto de vista querendo obrigar a todos às suas convicções.

    Por que essa mãe não poderia amamentar sua criança numa área com mais privacidade para ambos, mãe e criança? O que essa mãe quer mostrar ou satisfazer em amamentar publicamente seu filho?

    Pergunto como seria um lugar onde todo mundo faz o que quer?

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